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S22

Artigo Original

Magalhães da Fiocruz, na cidade de Recife, Pernambuco, Brasil

nos dias 7 e 8 de novembro de 2013, com a presença de direto-

res e representantes de todos os INSP e instituições equivalentes

da RINSP-CPLP; e (2) a realização de um seminário sobreVigi-

lância de Iniquidades em Saúde e Papel dos Institutos na Agenda

Pós-2015. Com tal finalidade foi realizado, de 7 a 9 de maio de

2014, na sede do Palácio Itaboraí da Fiocruz, na cidade de Pe-

trópolis, Rio de Janeiro, Brasil, o seminário – oficina conjunta

RINS-Unasur/RINSP-CPLP: ‘O papel dos Institutos Nacionais

de Saúde na investigação e monitoramento da determinação so-

cial da saúde’.

Devido à emergência da epidemia de doença pelo vírus Ébola, foi

realizado na cidade de Maputo, Moçambique, no período de 28

a 30 de janeiro de 2014, um seminário específico sobre o tema,

com a participação de profissionais das áreas de infectologia clíni-

ca, epidemiologia e laboratório de Brasil, CaboVerde,Moçambi-

que, Portugal e SãoTomé e Príncipe.

Em junho de 2014, os avanços altamente significativos ocorridos

em CaboVerde acabaram resultando na criação formal e desig-

nação das autoridades do Instituto Nacional de Saúde Pública

(INSP), para o qual estão sendo previstas atividades de planeja-

mento estratégico de longo prazo, a serem realizadas com apoio

da IANPHI, do IHMT e da Fiocruz, cuja finalidade é dar subsídio

ao projeto arquitetónico das suas novas instalações.

De ummodo geral, a institucionalização da RINSP-CPLP foi um

marco importante e decisivo para a cooperação e colaboração so-

lidárias em saúde pública entre os institutos centenários do Brasil

e de Portugal com os seus congéneres mais novos dos Estados

membros de África, nomeadamenteAngola, Guiné-Bissau, Mo-

çambique e, mais recentemente, CaboVerde.

Graças à sua participação ativa nos trabalhos colaborativos da

Rede, os jovens Institutos Nacionais de Saúde de Moçambique

(INS) e da Guiné-Bissau (INASA), em graus diferentes evidente-

mente, alcançaram níveis de realização sem precedentes, melho-

rando e alargando as suas capacidades de atuação e de afirmação

nos respectivos sistemas de saúde, com aumento quantitativo e

qualitativo do INASA na adoção do enfoque de ‘saúde em todas

as políticas’ com foco territorial e a sua contribuição com o Ban-

co Mundial para atender o modelo global de desenvolvimento

nacional.

Esses exemplos constituem excelentes referências para a de-

monstração e consolidação dessas instituições como estruturas

sólidas de apoio às iniciativas dos Governos nacionais em defesa

da justiça e da democracia.

Nesse sentido, manifestou-se a plenária da 3ª Reunião Ordinária

da RINSP-CPLP, ocorrida na sede da CPLP, na cidade de Lisboa,

em 29 de fevereiro de 2016, que priorizou para a nova etapa do

PECS, os seguintes pontos: (a) continuar advogando pela criação

de INSP nos países da Comunidade nos quais ainda não existem:

SãoTomé e Príncipe,Timor Leste e Guiné Equatorial; (b) definir

e fortalecer o papel dos INSP no cumprimento dos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS) - 2030; (c) promover a ar-

ticulação estratégica e operacional com as redes de formação de

recursos humanos em saúde: RESP-CPLP e RETS-CPLP

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; (d)

promover a articulação estratégica e operacional com as Redes

Temáticas de Investigação e Desenvolvimento; e) promover a

sustentabilidade financeira; (f) fortalecer as comunicações intra e

extra-rede; e (g) alinhar as agendas bilaterais com a agenda mul-

tilateral do PECS.

Como desafio da RINSP-CPLP nessa etapa, é possível desta-

car o desenvolvimento dos Observatórios Nacionais de Saúde,

seguindo as recomendações do Seminário de Recife e do Se-

minário Conjunto, notadamente as propostas para o fortaleci-

mento do monitoramento e investigação sobre a determina-

ção social e as iniquidades em saúde nos institutos. Esse desafio

está intensamente relacionado com o objetivo de envolver os

INSP no cumprimento dos ODS. Para tanto, como é natural,

será de importância extrema a vinculação estreita dos INSP

com os respectivos Institutos Nacionais de Estatísticas (INE)

ou equivalentes nos países. É estratégico o envolvimento do

secretariado da rede dos INE da CPLP, para viabilizar o desen-

volvimento de estatísticas vitais e da saúde e outros indicado-

res intersetoriais, elementos imprescindíveis nessa nova etapa

de articulação estratégica dos institutos.

As redes estruturantes do eixo ‘formação

e desenvolvimento da força de trabalho

em saúde’ do PECS

A força de trabalho é elemento estratégico ao desempenho dos

sistemas nacionais de saúde.Atingir a universalidade e a qualidade

dos cuidados de saúde só é possível com trabalhadores com boa

formação e em quantidade adequada. A realidade, no entanto,

mostra uma escassez mundial de trabalhadores no setor saúde,

onde o déficit mais agudo é verificado em África. Em 2006, dos

57 países com um déficit crítico na sua força de trabalho em saú-

de, 36 estavam em África, incluindo três pertencentes à CPLP

(Angola, Guiné-Bissau e Moçambique) [3].

É comum encontrar um cenário repleto de problemas estrutu-

rais de inadequação quantitativa e qualitativa dos recursos huma-

nos na saúde entre os países da CPLP – ainda que com ampla

assimetria entre eles. Dentre outras coisas, é possível identificar:

• Profundos desequilíbrios na disponibilidade, composição e

distribuição da força de trabalho; baixo número de profissionais

de saúde por habitante, com escassez de pessoal de categorias

profissionais específicas, em especial dos trabalhadores técnicos;

distribuição geográfica do pessoal de saúde altamente desigual

nos países, com grandes disparidades regionais;

• Precarização do trabalho, com débeis sistemas de incentivo,

resultando na necessidade de os trabalhadores, especialmente os

do setor público, buscarem um segundo emprego; baixa produti-

vidade no trabalho e altas taxas de absentismo; significativo núme-

ro de migrações de trabalhadores de África para países centrais;

• Baixo grau de desenvolvimento nas áreas de gestão e

administração de pessoal, geralmente centralizadas, pou-

ca disponibilidade de dados e de sistemas de informação

sobre trabalhadores da saúde;