Table of Contents Table of Contents
Previous Page  23 / 108 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 23 / 108 Next Page
Page Background

S21

Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP

e a tecnologia em saúde, alicerçados nos Institutos Nacionais

de Saúde Pública; a formação de recursos humanos estrutura-

da mediante as EscolasTécnicas de Saúde e as Escolas de Saúde

Pública; e a apropriação da capacidade de instalar e manter os

equipamentos de saúde.

A Rede de Institutos Nacionais

de Saúde da CPLP

“Um Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) é uma organi-

zação ou rede de organizações científicas que fornece liderança

nacional especializada com a finalidade de encontrar melhorias

substantivas, de longo prazo, em saúde pública. Os INSP são or-

ganizações com propósitos múltiplos, incluindo pessoal com am-

plo espectro de habilidades e experiências que executam funções

críticas em saúde pública tais como a vigilância e a investigação.

Dado seu caráter científico, os INSP são fontes confiáveis de as-

sessoramento para níveis políticos e de decisão. Na maioria dos

casos, os INSP são parte integrante dos Governos (quase sempre

subordinados aos Ministérios da Saúde). Em geral, relacionam-se

com outras agências ou órgãos governamentais com responsabi-

lidades em saúde pública e com níveis subnacionais (provinciais,

municipais, etc.) do Governo” [11].

Com base nessa definição, os INSP assumem um caráter de or-

ganismos de Estado, mais do que de Governo, com uma missão

de longo prazo vinculada ao alcance de decisões autónomas e so-

beranas, baseadas nas realidades próprias dos respectivos países

e regiões.

Conscientes do papel determinante da ciência e da tecnologia

para a estruturação de sistemas nacionais de saúde autónomos

e soberanos e considerando a longa história de cooperação em

saúde no âmbito da CPLP, uma das primeiras ações da então

recém-criadaAssociação Internacional de Institutos Nacionais de

Saúde

3

(IANPHI) foi patrocinar uma visita de prospecção con-

junta da Fiocruz e do Centro de Controle e Prevenção de Doen-

ças (CDC)

4

americano ao Instituto Nacional de Saúde e outras

instituições de saúde de Moçambique, no mês de maio de 2006.

Emoutubro domesmo ano, dando sequência à missão, uma nova

visita de prospecção foi realizada pela Fiocruz a Angola, Guiné

Bissau e Moçambique. Com a finalidade de analisar os resultados

das missões e propor ações de cooperação conjunta, foi realizada,

na sede do IHMT, em Lisboa, de 2 a 4 de novembro de 2006,

a primeira ‘Reunião dos Institutos Nacionais de Saúde da CPLP

sobre CooperaçãoTécnica’, uma iniciativa da Fiocruz em articu-

lação com IHMT e apoio técnico e financeiro da IANPHI.

Nessa oportunidade, já existiam, no âmbito da CPLP, Institutos

Nacionais de Saúde, obedecendo em boa medida ao Marco de

Referência da IANPHI: emAngola, o InstitutoNacional de Saúde

Pública; no Brasil, a Fiocruz; emMoçambique, o Instituto Nacio-

nal de Saúde; em Portugal, o Instituto Nacional de Saúde (INSA)

e o IHMT. Na Guiné Bissau, já existia um projeto de criação do

Instituto Nacional de Saúde (INASA) que incluiria o Laboratório

Nacional de Saúde Pública (LNSP), o Projeto de Saúde Bandim

(PSB) e o Centro de Medicina Tropical (CMT), dentre outras

instituições então vinculadas ao Ministério da Saúde.

Destacamos como as conclusões mais significativas dessa reunião,

a necessidade de apoiar e fortalecer a capacidade de formulação

de políticas e estratégias dos dirigentes dos INSP no campo das

funções essenciais dos institutos, nos contextos dos respectivos

sistemas nacionais de saúde e de ciência e tecnologia, mediante:

(a) cooperação para a elaboração de Planos Estratégicos Pluria-

nuais para os INSP; (b) a capacitação dos dirigentes em planeja-

mento estratégico; e (c) promoção e financiamento de ativida-

des de

benchmarking

5

junto a diversos institutos de saúde pública.

A principal conclusão do evento foi que a constituição de uma

rede dos INSP, no âmbito da CPLP, poderia fortalecer as solu-

ções estratégicas e racionalizar recursos e procedimentos. Na

oportunidade também foram debatidas demandas, necessidades

e propostas nas áreas de: pesquisa e desenvolvimento tecnológi-

co; serviços de referência; gestão do trabalho, ensino e formação

de recursos humanos; e informação e comunicação.

Em 21 de março de 2011, em consonância com o PECS e se-

guindo as conclusões e recomendações da reunião técnica acima

relatada, bem como os resultados de ações bilaterais de coope-

ração com Guiné Bissau e Moçambique, foi realizada a ‘Reunião

Fundadora da Rede de Institutos Nacionais de Saúde Pública da

CPLP (RINSP-CPLP)’, na cidade de Bissau, Guiné Bissau, na

sede do INASA, cuja recomendação foi:“Os participantes defini-

ram, por consenso, como primeira prioridade do futuro trabalho

em rede, a advocacia e apoio para criar INSP nos países onde

estes ainda não existem, notadamente, CaboVerde, SãoTomé e

Príncipe eTimor-Leste, considerando que os Sistemas Nacionais

de Saúde de cada Estado membro, independentemente da sua

dimensão, tamanho da sua população ou localização geográfica,

devem constituir instituições que assegurem a geração e dissemi-

nação de evidências técnicas e científicas necessárias ao processo

de tomada das decisões políticas e estratégicas setoriais autóno-

mas e soberanas” [12].

Imediatamente depois foi realizada uma Reunião Extraordiná-

ria da Rede que elegeu o Secretário da RINSP-CPLP; resolveu

incorporar à rede o Instituto de Saúde Pública da Universidade

do Porto (ISPUP); e identificou potenciais áreas prioritárias de

cooperação.

A 2ª Reunião Ordinária da RINSP-CPLP foi realizada na sede do

IHMT, emLisboa, em19 de abril de

2013.De

alguma forma, an-

tecipando as tendências sobre a nova realidade sanitária, a RINSP

assumiu como compromissos prioritários: (1) a realização de um

seminário sobre aspectos políticos, estratégicos e operacionais

dos INSP, efetivamente levado a cabo na sede do InstitutoAggeu

1 - Se utiliza o termo Norte-Sul como uma referência à relação entre países de

elevado desenvolvimento económico, a maioria no hemisfério Norte e os países

pobres, em geral no hemisfério Sul.

2 - Os Eixos estratégicos do PECS original são: 1) Formação e desenvolvimento

da força de trabalho; 2) Informação e comunicação em saúde; 3) Investigação em

saúde; 4) Complexo produtivo da saúde; 5)Vigilância em saúde; 6) Emergências e

desastres; e 7) Promoção e proteção da saúde.

3 - International Association of National Public Health Institutes.

4 - Centers for Disease Control and Prevention.

5 - Estudos comparativos.