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Introdução
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas
(INI)
é uma unidade técnico-científica
da Fundação Os-
waldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, idealizado por Os-
waldo Cruz e inaugurado em 1918, foi o primeiro hospi-
tal planejado para o estudo da pesquisa clínica no Brasil,
e é diferenciado dos demais serviços de saúde da rede
pública, por ter como objetivo a pesquisa feita através da
assistência e do ensino às doenças infeciosas.
Hoje, aos seus 104 anos, o INI tem como missão contri-
buir para a melhoria de condições de saúde da população
brasileira por meio de ações integradas de pesquisa clíni-
ca, desenvolvimento tecnológico, ensino e assistência de
referência na área de doenças infeciosas.
As principais áreas de atuação do INI são a infeção pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV), as doenças se-
xualmente transmissíveis, leishmanioses, tuberculose,
doença de Chagas, micoses sistêmicas, HTLV, toxoplas-
mose, dengue/doenças febris agudas, dermatozoonoses,
vigilância epidemiológica, medicina do viajante e imuni-
zações em situações especiais.
O Instituto participa, ainda, de diversos projetos com
cooperação nacional e internacional, que envolvem pes-
quisa nas áreas específicas de atuação, promovendo o tra-
balho em rede, respondendo com agilidade a emergências
e ameaças em saúde pública e
subsidiando a formulação
de políticas públicas de saúde. A atenção integral à saúde
inclui ações e práticas de promoção de saúde, prevenção
de doenças e/ou agravos à saúde, diagnóstico, tratamento
e reabilitação.
O Laboratório de Pesquisa em Epidemiologia e Determi-
nação Social da Saúde (LAPEPIDSS) do INI, um dos 19
laboratórios de pesquisa do INI, conta com uma equipa
de profissionais de diversas áreas do conhecimento como:
epidemiologia, museologia, administração, saúde pública,
comunicação, infectologista e outros.
O LAPEPIDSS tem como objetivo produzir e contribuir
para a difusão do conhecimento em pesquisa clinico-epi-
demiológica e social com ênfase na área de infectologia,
contribuindo para a redução das iniquidades em saúde e
para a melhoria das condições de vida da população.
Quando falamos em difusão do conhecimento, vale a pena
resgatar historicamente a divulgação científica no Brasil,
que tem pelo menos dois séculos de história. As primei-
ras iniciativas de difusão da chamada ciência moderna no
Brasil, passaram a ocorrer após a transferência da Corte
portuguesa, em 1808, que produziu importantes trans-
formações na vida política, cultural e económica do país,
levando a criação das primeiras instituições ligadas à ciên-
cia [1].
Ainda este mesmo autor destaca que na segunda metade
do século XIX, as atividades de divulgação se intensifica-
ram em todo o mundo, na sequência da segunda revolução
industrial na Europa, acompanhando as esperanças sociais
crescentes acerca do papel da ciência e da tecnologia. No
século XX, mais precisamente nos anos 60, iniciou-se no
Brasil um movimento educacional renovador, escorado na
importância da experimentação para o ensino de ciências.
Tal movimento, entre outras consequências, levou ao sur-
gimento de centros de ciências no país que contribuíram
para as atividades de popularização da ciência.
O termo popularização tem, atualmente, uma forte en-
trada em países latino-americanos e caribenhos. Popu-
larizar é o ato ou ação de popularizar: tornar popular,
difundir algo entre o povo [2]. É uma forma de inter-
venção, estando mais próxima de uma ação promotora da
saúde, enquanto um processo que capacita os indivíduos
para agir e controlar seus determinantes de saúde [3].
Entre os objetivos centrais da popularização da ciência
e tecnologia, estão suas contribuições para promover a
melhoria e maior atualização/modernização do ensino
das ciências em todos os níveis de ensino, com ênfase nas
ações e atividades que valorizem e estimulem a criativida-
de, a experimentação e a interdisciplinaridade; aumentar
a auto-estima dos cidadãos; promover a interação entre
ciência, cultura e arte, com maior aproximação da ciência
e tecnologia ao cotidiano das pessoas e valorizando os as-
pectos culturais e humanísticos da ciência [1].
A inserção da História
da MedicinaTropical
em ações de promoção da saúde
A contribuição da epidemiologia social está principal-
mente direcionada ao desenvolvimento de novas estraté-
gias de investigação coletiva para subsidiar a epidemiolo-
gia clínica [4;5].
A Promoção da Saúde é uma das linhas de pesquisa do
LAPEPIDSS. Esta linha congrega projetos que destinam-
-se a construir novas práticas de promoção da saúde e
formas de produção de conhecimento, por meio de pales-
tras, oficinas, e atividades socio-culturais solicitadas pe-
los pacientes seus familiares/amigos e colaboradores do
INI. Contamos com o apoio do INI/Fiocruz, Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj),
Centro de Estudos Interdisciplinares de Saúde, Educação
e Ambiente (CEISE).
As atividades desenvolvidas contam com a parceria da As-
sociação Lutando para Viver Amigos do INI, uma entida-
de conduzida por pacientes e voluntários, constituindo-se
sociedade civil, autónoma, sem fins lucrativos, apartidá-
ria, sem cunho religioso, tendo como principal objetivo
prestar apoio social aos pacientes do INI e seus familiares.
Seu espaço físico fica numa das instalações do INI.
São organizadas pelo presidente desta associação reuniões
mensais para abordar diversas questões, como divulgação
Doenças, agentes patogénicos, atores, instituições e visões da medicina tropical