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A n a i s d o I HM T

Deteção de antigénio recombinante

As nanopartículas funcionalizadas (AuNP-MUA ou AuNP-

-CALNN) foram conjugadas com o anticorpo anti-

Pf

HRP2

numa razão molar de 25 por ligação eletrostática ou covalente

e seguidamente incubadas com diferentes concentrações de

antigénio recombinante

Pf

HRP2.

Da análise dos géis de agarose obtidos com estes bionanocon-

jugados incubados com antigénio, concluiu-se que a deteção

de antigénio recombinante só foi conseguida para os bionano-

conjugados AuNP-anticorpo formados na presença dos agen-

tes de reticulação EDC/NHS, uma vez que estes conferem

uma maior estabilidade aos bionanoconjugados [27]. Nos bio-

nanoconjugados baseados em AuNP-MUA observou-se uma

diminuição da mobilidade eletroforética até cerca de -0,92

µm cm/ V s, que corresponde a uma concentração em an-

tigénio de 12 µg/mL, sendo que a partir desta concentração

ocorreu uma estabilização da mobilidade eletroforética até

concentrações de antigénio de pelo menos 100 µg/mL (Figura

5A). Na presença de bionanoconjugados funcionalizados com

CALNN, observou-se uma diminuição de mobilidade eletro-

forética à medida que a concentração de antigénio aumenta,

até cerca de -1,1 µm cm/V s, correspondendo a 700 µg/mL

de

Pf

HRP2, estabilizando neste valor para concentrações de

antigénio superiores e até cerca de 1000 µg/mL (Figura 5 B).

Observa-se assim, que na presença dos bionanoconjugados

AuNP-CALNN-anti-

Pf

HRP2 é possível detetar concentra-

ções de antigénio recombinante

Pf

HRP2 cerca de uma ordem

de grandeza superior à detetável em presença de bionano-

conjugados AuNP-MUA-anti-

Pf

HRP2. Tal propriedade pode

dever-se ao facto do pentapéptido CALNN promover uma

ligação mais favorável entre o anticorpo e a AuNP, o que por

sua vez pode favorecer a ligação de maiores quantidades de

antigénio

Pf

HRP2 [28,29].

Deteção de antigénio em sobrenadantes de culturas de sangue huma-

no infetado com PfHRP2

As nanopartículas funcionalizadas (AuNP-MUA ou AuNP-

-CALNN) foram conjugadas com o anticorpo anti-

Pf

HRP2

numa razão molar de 25 por ligação covalente e incubadas

com diferentes concentrações de sobrenadante de cultura

de sangue humano infetado com

Pf

HRP2

e de cultura não

infetada.

Os resultados obtidos indicam que não há diferença de mo-

bilidade eletroforética entre as diferentes concentrações de

sobrenadante de culturas de sangue humano infetado ou não

infetado (amostra controlo). Estes resultados podem indicar

que não ocorreu ligação do antigénio existente nas culturas

de sangue ao anticorpo que reveste as nanopartículas funcio-

nalizadas, o que se pode dever a uma baixa concentração do

parasita ou à composição do meio de cultura onde o parasita

se mantém. Este meio de cultura maioritariamente rico em

eritrócitos e albumina de soro de bovino [30], pode ser pre-

judicial à ligação do anticorpo ao antigénio.

Western Blot para deteção

do antigénio recombinante

Pf

HRP2

A análise porWestern Blot foi realizada para confirmar que

o antigénio recombinante

Pf

HRP2 pode ser reconhecido

pelo anticorpo monoclonal anti-

Pf

HRP2 conjugado com as

AuNP funcionalizadas com MUA.

Os resultados obtidos mostraram a presença de uma banda

vermelha a cerca de 50 kDa, correspondente ao reconheci-

mento da proteína

Pf

HRP2 em estudo [24].Verifica-se assim

que o uso de bionanoconjugados AuNP-MUA-anti-

Pf

HRP2

revelou ser um método eficaz para a deteção, uma vez que

a proteína alvo foi detetada diretamente na membrana de

nitrocelulose pelo uso de um anticorpo específico (anti-

-

Pf

HRP2) presente à superfície das AuNP. Este mostrou ser

um método de revelação mais rápido, mais simples e mais

económico, comparativamente com a quimioluminescência,

o método mais comum em Western Blot. Este último re-

quer o uso de um anticorpo secundário, substrato de qui-

mioluminescência, película fotográfica e equipamento de

revelação. As AuNP aqui presentes são facilmente sinteti-

zadas, apresentam um baixo custo, têm uma elevada área

superficial que permite a fácil conjugação com os anticor-

pos e permite uma simples visualização e interpretação dos

resultados através do aparecimento de bandas vermelhas.

Um estudo semelhante foi anteriormente realizado por al-

guns de nós para a identificação de um outro antigénio de

malária (

Pf

Hsp70) [18].

Figura 5

Eletroforese em gel de agarose de bionanoconjugados formados

na presença de EDC/NHS com diferentes concentrações de antigénio re-

combinante

Pf

HRP2 (indicadas em cada poço).

(A) Eletroforese em gel de agarose de AuNP-MUA-anti-

P

fHRP2 incubados

com diferentes concentrações de antigénio

Pf

HRP2 e respetiva mobilidade

eletroforética; (B) Electroforese em gel de agarose de AuNP-CALNN-anti-

-

Pf

HRP2 incubados com diferentes concentrações de antigénio

Pf

HRP2 e

respetiva mobilidade eletroforética. Os sinais "+" e "–" indicam a polarida-

de dos elétrodos.