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A n a i s d o I HM T

em alcanotióis, tais como o ácido 11-mercaptoundecanóico

(MUA) ou o pentapéptido Cys-Ala-Leu-Asn-Asn (CALNN),

provaram ser moléculas extremamente eficazes para a funcio-

nalização, uma vez que proporcionam uma interface simples,

flexível, conveniente e promovem uma ligação forte entre os

anticorpos e a superfície da AuNP [1,12,13]. O pentapéptido

CALNN possui um grupo tiol na cadeia lateral do N-terminal

da cisteína (C) que permite formar uma ligação covalente à su-

perfície do ouro; alanina (A) e leucina (L) que possuem cadeias

laterais hidrofóbicas, promovendo a auto-montagem do pépti-

do; e dois resíduos hidrofílicos não- carregados de asparagina

(N) que interagem com o anticorpo [14].

A conjugação entre o anticorpo e aAuNP poderá ocorrer por fi-

siossorção (ligação eletrostática) ou por quimiossorção (ligação

covalente), neste caso recorrendo a reticulação entre o anticor-

po e o ligando de funcionalização superficial dasAuNP.

No presente estudo descrevemos o desenvolvimento de dois

nanoimunoensaios para diagnóstico de malária: (i) baseado em

eletroforese em gel de agarose; e (ii)TDR que recorre à tecno-

logia

lab-on-paper

.

Estes nanoimunoensaios têm como base o uso deAuNP funcio-

nalizadas com MUA ou CALNN e conjugadas com o anticorpo

monoclonal anti-

Pf

HRP2, que reconhece especificamente o an-

tigénio de

P.falciparum

Histidine Rich Protein 2 (

Pf

HRP2).

Eletroforese em Gel de Agarose

A eletroforese em gel de agarose é uma técnica clássica de aná-

lise de biomoléculas, que permite caracterizar nanopartículas

isoladas ou conjugadas com biomoléculas, tais como ácidos

nucleicos, proteínas e anticorpos [15-18].

Os géis de agarose são facilmente preparados, encontram-se

livres de componentes tóxicos (ao contrário dos géis de po-

liacrilamida), e permitem a migração das AuNP e conjugados

em direção ao elétrodo de carga oposta, com diferentes velo-

cidades de migração [15]. As distâncias migradas no final do

tempo de corrida do gel, que se traduzem em mobilidades

eletroforéticas (µ), dependem da relação carga/massa das

partículas. Assim, considerando AuNP com carga superficial

negativa uniforme, as mobilidades eletroforéticas dos respeti-

vos conjugados com anticorpos, estão diretamente relaciona-

das com a massa de anticorpo adsorvido à superfície dasAuNP

[18]. Posteriormente, após a adição de antigénio aos conjuga-

dos AuNP-anticorpo, será possível determinar a quantidade

de antigénio ligado por análise das mobilidades eletroforéti-

cas dos conjugados AuNP-anticorpo-antigénio. Pode assim

construir-se uma reta de calibração que será a base para um

método de deteção de antigénio.

TDR em plataforma

lab-on-paper

O TDR proposto foi impresso numa tira de papel de filtro

Whatman Nº 1 segundo a tecnologia

lab-on-paper

.

Esta tecnologia foi introduzida em 2007 pelo grupo de in-

vestigação de George Whitesides da Universidade de Har-

vard [19], tendo sido otimizada no CENIMAT-i3N, FCT-

-UNL [20]. O papel é um substrato atrativo pois é um mate-

rial resistente, leve, que por ser feito de celulose é compatível

Figura 1

Testes de diagnóstico rápido. (A) Constituição e modo de funcionamento de umTDR baseado num ensaio competitivo; (B) Exemplos deTDR

comerciais para deteção de malária em amostras de sangue (consultado em

www.malwest.gr

, a 24 de julho de 2015).