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com amostras biológicas. Além disso apresenta um baixo

custo, comparativamente com a nitrocelulose, o suporte

mais comum em TDR [19,20]. A tecnologia

lab-on-paper

tem sido grandemente aplicada na deteção de glucose,

ácidos nucleicos de

Mycobacterium tuberculosis

e anticorpos

anti-Leshmania

. A sua aplicação tem também sido promis-

sora nas áreas da qualidade alimentar e da monitorização

ambiental [19,20].

A tecnologia

lab-on-paper

baseia-se num método simples e

não dispendioso de padronização do papel, formando ca-

nais delimitados por um polímero hidrofóbico. O método

usa uma impressora convencional com tinteiros de cera e

uma placa de aquecimento. O padrão desejado é impresso

em cera na superfície do papel, e através do uso de uma

placa de aquecimento, a cera derrete e difunde ao longo

da espessura do papel, criando barreiras hidrofóbicas que

definem canais hidrofílicos e zonas de reação (linha de teste

e linha de controlo), tal como ilustra a figura 2.

A aplicação desta tecnologia ao TDR para diagnóstico de

malária será vantajosa comparativamente com os testes

disponíveis comercialmente, pois elimina-se a necessidade

do invólucro de plástico e usa-se um pequeno volume de

amostra, o que diminui o seu custo. Estas condições su-

gerem a aplicação deste TDR em amostras clínicas, assim

como seria interessante provar a sua aplicabilidade nas con-

dições adversas de diagnóstico "

point-of-care

".

Materiais e métodos

Reagentes

O anticorpo monoclonal anti-

Pf

HRP2 foi obtido comercial-

mente da empresa antibodies-online GmbH. O anticorpo se-

cundário, anti-IgG de ratinho foi adquirido a Sigma-Aldrich

e os reagentes usados nos géis de SDS-PAGE foram de BIO-

-RAD. A agarose UltraPura (Invitrogen) foi usada nos géis de

agarose. As membranas de nitrocelulose foram de Life Scien-

ces. O papel de filtro foi papel de cromatografiaWhatman Nº

1.Todos os outros reagentes químicos foram de Sigma-Aldri-

ch, com elevado grau de pureza.

Síntese e Funcionalização de AuNP

As nanopartículas de ouro com um diâmetro médio de 13

nm foram sintetizadas pelo método de redução de um sal

de ouro pelo citrato de sódio. Este método foi original-

mente descrito por Turkevich [21] e posteriormente oti-

mizado por Plech e colaboradores [22].

A concentração da solução coloidal de AuNP foi determi-

nada por espectrofotometria de UV-visível como anterior-

mente descrito [23].

De forma a uniformizar a carga negativa da superfície das

AuNP e facilitar a conjugação com o anticorpo, o reves-

timento de citrato de sódio proveniente da síntese foi

substituído pelo ácido 11-mercaptoundecanóico (MUA)

ou pelo pentapéptido CALNN. A solução coloidal de

AuNP foi incubada durante 2 horas à temperatura ambien-

te com MUA, numa razão molar 1:5000 e com CALNN

num período de 16 horas numa razão molar de 1:1000.

As partículas funcionalizadas foram submetidas a ciclos de

centrifugação/ressuspensão de forma a remover o ligando

que não reagiu.

As AuNP funcionalizadas foram caracterizadas por espec-

trofotometria de UV-visível num intervalo de comprimen-

to de onda de 300 a 900 nm e por eletroforese em gel de

agarose.

Preparação dos bionanoconjugados AuNP-anti-

corpo e AuNP-anticorpo-antigénio

A formação dos bionanoconjugados AuNP-MUA ouAuNP-

-CALNN com o anticorpo anti-

Pf

HRP2 (AuNP-MUA-an-

ti-

Pf

HRP2 ou AuNP-CALNN-anti-

Pf

HRP2) foi realizada

na presença e na ausência dos agentes de reticulação EDC

(cloridrato de 1-etil-3-(3-dimetilaminopropil) carbodiimi-

da e NHS (N-hidroxisuccinimida). As soluções de EDC e

NHS foram preparadas pela dissolução dos respetivos sais

em água milli-Q, obtendo-se num volume final de 1 mL,

uma concentração de EDC e de NHS de 1 mM e 2 mM

respetivamente. As soluções aquosas de EDC/NHS foram

incubadas com as AuNP funcionalizadas, durante 1 hora, à

temperatura ambiente.

Adicionaram-se diferentes razões molares de anticorpo an-

ti-

Pf

HRP2 a AuNP-MUA ou AuNP-CALNN a 1nM para os

estudos de eletroforese em gel de agarose ou a 2,5 nM para

o desenvolvimento do TDR. Os conjugados foram incuba-

Figura 2

Imagens de microscopia ótica da secção transversal do papel,

antes e depois da difusão da cera através de toda a espessura do papel. A

fim de realçar o efeito das barreiras hidrofóbicas foi utilizada uma solução

de corante vermelho.

Artigo Original