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A n a i s d o I HM T

aproveitar todas as oportunidades de formação por motivos

de valorização profissional. Nem a IA nem a IO referiram o

estabelecimento de novas parcerias, em qualquer dos casos,

mas indicaram o reforço das existentes, tendo a IA do casoA

assinalado novas ações de intercâmbio de profissionais entre

as mesmas instituições, de acolhimento e de origem, após

os estágios em análise. No caso B, a importância do inter-

câmbio de profissionais entre ambas as instituições foi ilus-

trada com a afirmação:

“constrói-se uma relação fazendo coisas

[comuns] de sucesso”

(caso B)

.

Impacto da intervenção

Melhoria das competências e capacidades

No caso A, os três estagiários regressaram ao país de origem

e dois à instituição de origem. Foi possível apurar junto da

IO que um dos estagiários foi promovido para um cargo de

direção após o regresso, sendo essa a razão conhecida para

a sua não reintegração na instituição de origem. No caso B,

os quatro estagiários regressaram ao país e instituição de

origem. Nos dois casos, os entrevistados das IO afirmaram

expressamente a melhoria das competências profissionais e

capacidades de todos os estagiários que regressaram à insti-

tuição de origem. O estágio foi considerado uma mais-valia

para o estagiário e para o local de trabalho de origem. Não

foram referidos exemplos ilustrativos das afirmações.

Melhorias no local de trabalho

Verificou-se consistência entre os dois casos na expressão

de melhorias assinaláveis no local de trabalho de cada for-

mando após o seu regresso, atribuídas, pelos entrevistados,

ao estágio. No caso A, e em relação aos dois profissionais

que regressaram à IO, foram referidos vários exemplos de-

monstrativos, principalmente nas áreas da gestão de servi-

ços e do controlo da infeção. A insistência da formação em

áreas de prevenção e controlo das doenças transmissíveis

parece adequada às necessidades de saúde dos PALOP, nos

quais se mantêm como problemas de saúde prioritários. Dos

exemplos mais relevantes, destacam-se: a implementação

de procedimentos de biossegurança dos profissionais (

“…

demonstrou-o na área da biossegurança dos profissionais (…) que

muitos técnicos de saúde não valorizam, onde impulsionou a prática

sistemática da ‘lavagem das mãos.”)

; as melhorias dos procedi-

mentos de esterilização e do circuito de resíduos contamina-

dos; o cumprimento do horário de trabalho (

“Trouxeram como

bandeira número um o cumprimento dos horários…”);

o aumento

da produtividade decorrente do cumprimento dos horários;

a implementação de novo modelo organizativo do trabalho

por turnos; a implementação da gestão por objetivos; e a

implementação de um modelo organizado de reuniões de

serviço e de formação interpares. As experiências descritas

no caso A sugerem que os respetivos profissionais atuaram

como agentes de mudança na instituição de origem. No caso

B, foram afirmadas melhorias no âmbito do exercício clínico

de cada estagiário, e dada como exemplo, para um dos esta-

giários, a área da gestão clínica da consulta. Neste caso, não

foram indicados outros exemplos.

Parcerias que apoiam a sustentabilidade do Programa

Nos dois casos, as respetivas IA e IO expressaram a exis-

tência de benefícios para as instituições atribuídas, na sua

perceção, à realização dos estágios. No caso A, a respetiva

IA realçou que o principal benefício decorreu do impacto

do contacto com profissionais provenientes de outros paí-

ses e outras realidades, o que possibilitou a comparação

com condições laborais e organizacionais “

muito diferentes

das nacionais. Para a IO, a valorização da experiência foi

muito positiva e considerada como “

frutuosa

” para a insti-

tuição. No caso B, os benefícios para a própria instituição

referidos pela IA foram concretos e percebidos como di-

retos, destacando-se o exercício da flexibilidade da pró-

pria instituição decorrente da necessária adaptação a pro-

fissionais com necessidades formativas diferentes das co-

muns em Portugal; a valorização dos recursos disponíveis

por comparação com realidades deficitárias a esse nível;

e a oportunidade de “

alargar horizontes”

através do con-

tacto com outras “

formas de trabalhar

”. Pelo contrário, os

principais benefícios para a IO foram referidos como in-

diretos, decorrentes do melhor desempenho profissional

dos participantes. Em relação à expressão de dificuldades

e constrangimentos sentidos pelas instituições de acolhi-

mento e de origem, a IA do caso A sublinhou como pro-

blema o não ter tido acesso prévio aos planos de estágio,

realçando, como consequências, o desconhecimento das

expectativas e necessidades formativas específicas antes

da formação e a consequente dificuldade em programar

as atividades de acordo com as necessidades em tempo

útil. Por outro lado, um dos orientadores indicou que o

estágio tinha sido imposto pelos órgãos de administração

da instituição, sugerindo a participação ativa dos serviços

intra-institucionais de alocação na programação da for-

mação em futuras edições, a fim de potenciar a continui-

dade do intercâmbio de formandos. Nos dois casos, tanto

as IA e como as IO manifestaram disponibilidade para a

replicação da experiência no futuro, embora com melho-

rias. No caso A, foi referido por um dos orientadores que

a replicação deveria ser condicionada pelo conhecimento

antecipado dos planos de estágio “…

com objetivos clara-

mente definidos

” (caso A). No caso B, foi sugerido alargar

o tempo de estágio (“

para 6 meses, por exemplo

”). Por outro

lado, do ponto de vista da estratégia geral de organização

dos estágios na área da saúde no âmbito da cooperação

entre países, a IO do caso B sugeriu um esforço no sen-

tido de maior coordenação da formação, eventualmente

a nível supra-institucional, ao invés do que chamou de

“bolsas soltas de cooperação”,

que expressou como “

menos efi-

cientes”

:

“em Portugal temos potencial para criar uma lógica de

cooperação sinérgica entre todas as instituições nacionais (…),

para criar uma lógica mais sustentada e consequente”

(caso B).