12
fator crucial ao sucesso de colonização (
Braga, A., Amaral, I.,
Duarte, JC., Seixas, J., Doria, JL., Castro, R., Guerra, R. & Lobo, R.
Portugal no mundo: o 1
o
Congresso Nacional de Medicina Tropical,
1952.Abril/2013V Mostra Museológica do IHMT
).
Onze anos depois da criação do IHMT em Lisboa acontecia o
I Congresso Internacional de Medicina Tropical em Londres
(1913). Um outro Congresso Internacional, especificamen-
te dedicado à Malária, surgia em 1925 em Roma, e os 2
os
de Medicina Tropical e de Malária ocorriam no Cairo e em
Alger, em 1928 e 1930, respectivamente. Mas foi em 1938,
emAmsterdam, que os dois congressos se fundiram e passa-
ram a ocorrer com o nome e sigla atuais (Congresso Inter-
nacional de Medicina Tropical e Malária, ICTMM). Foi em
Amsterdam também
1
, durante a realização do XII ICTMM,
exatos 50 anos depois, que surgia a IFTM com o objetivo
primordial de garantir a itinerância e qualidade dos Congres-
sos Internacionais nos cinco Continentes.
Em 1952, por ocasião do cinquentenário da medicina tropi-
cal portuguesa, realizava-se o I Congresso Nacional de Me-
dicinaTropical. Foi preciso esperar 61 anos até que o IHMT,
sob a Direção de Paulo Ferrinho, fizesse renascer em 20-
23 de abril deste ano, no mesmo IHMT em Lisboa, o Con-
gresso, organizando sua 2
a
Edição que, incluindo o encontro
pré-congresso, cursos e oficinas, acolheu 118 palestrantes e
cerca de 300 inscritos. Não se prevê a necessidade de nova
reanimação “ressuscitatória” uma vez que a 3
a
Edição já foi
marcada para 2016!
Também neste 2013, ano da celebração do centenário da
Criação do I Congresso Internacional de Medicina Tropical,
a IFTM decidiu criar Eventos alusivos à data em Congressos
Nacionais ou Regionais nos Países com Sociedades Federa-
das.
O primeiro deles ocorreu justamente no
II Congresso
Português de Medicina Tropical
. Uma mesa prevista
para ser presidida por mim e meu colega Filomeno Fortes
(Secretário Geral da IFTM) ocorreu sob sua competente
batuta em minha ausência (por motivo de força maior). O
tema escolhido foi “Controle da Malária em África” com os
palestrantes Stephane Duparc (Suíça), Sylvie Manguin (Fran-
ça), Mavy Hernandez (Cuba), Katrina Lee (Coréia do Sul) e
Claude Fourant (França). O segundo evento foi em Luanda,
Angola, em 13/6/2013, sob a forma das “Jornadas Cientí-
ficas sobre Doenças Tropicais e Grandes Endemias”, presidi-
das por Filomeno Fortes, constando de três sessões (Desa-
fios da Medicina Tropical, Doenças Tropicais Negligenciadas
e Grandes Endemias), às quais tive a honra de comparecer e
participar. O terceiro Evento foi, também coincidentemen-
te, igualmente em português e ocorreu em Campo Gran-
de, MS, Brasil durante a Realização do “49
o
Congresso da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical” (SBMT). Uma
mesa Presidida por Carlos Henrique Nery Costa (Presidente
da SBMT) e por mim mesmo, focou “A Medicina Tropical
dentro e fora dos Trópicos” com falas de CHN Costa, Jong-
-Yil Chai (Tesoureiro da IFTM, Coréia do Sul) e minha. Dos
outros Eventos previstos, todos em inglês, três já ocorre-
ram: um em Perth, Austrália, com uma mesa redonda sobre
“Zoonoses Parasitárias e Medicina Tropical”, na “24
a
Confe-
rência Internacional da Associação Mundial para oAvanço da
parasitologia Veterinária” (WAAVP, 25-29/8/2013), com a
presença de Santiago Mas-Coma,Vice-Presidente da IFTM;
um segundo em Copenhagen, Dinamarca, com a mesa re-
donda intitulada “Medicina Tropical e Saúde Global: como
caminhar lado a lado”, sob a minha Presidência e de Frances-
co Castelli (Itália) no “8
o
Congresso Europeu de Medicina
Tropical e Saúde Internacional” (ECTMIH, 9-13/8/2013)
e o terceiro também sob minha presidência e de Ric Price
(Austrália). Uma última mesa ainda advirá: “A patogenia da
malária vivax”, emWashington, Estados Unidos, durante o
“62
o
Encontro da Sociedade Americana de MedicinaTropical
e Higiene” (ASTMH, 13-17/11/2013). Uma última mesa
advirá: “O paradigma se desvia para a Eliminação das Do-
enças Parasitárias” no “Encontro Internacional Conjunto de
MedicinaTropical de 2013” (JITMM 2013, 11-13/12/2013)
em Bangkok,Tailândia com a presença de membros da Presi-
dência – IFTM (Srsin Khusmit,Tailândia; S Mas-Coma e J-Y
Chai); e da Direção Expandida da IFTM (Shigeyuki Kano,
Japão e Xiao-Nong Zhou, China) entre outros.
É lugar comum a idéia de que vivemos ummundo global com
comportamentos estereotipados em tornos de smartphones
(dos quais os jovens não conseguem mais se libertar) e
instrumentos de comunicação virtual, tão eficientes quanto
invasivos (dos quais os profissionais não podem mais abrir
mão).Constatar que nessemundo,emque as ciências também
pasteurizaram a língua e as formas de comunicação, ainda se
pode encontrar focos de ânimo, patriotismo e resistência,
empenhados com a defesa da noção da identidade dentro
da diversidade dos povos e buscando, sem nenhum elitismo
ou xenofobia, criar foros para a identificação, manutenção e
reforço de processos e fatores de integração e fraternidade
entre nossos semelhantes, enche-me de alegria e esperança.
Vida longa aos
Anais do Instituto de Higiene e Medicina
Tropical
!
1
AHolanda (1938 e 1988) e o Brasil (1963 e 2012) foram até agora os dois
únicos Países a albergar por duas vezes um Congresso Internacional de
Medicina Tropical (na realidade, um ICTM e um ICTMM em cada País).
Portugal acolheu e realizou em Lisboa o VI ICTMM em 1958.
Editorial