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votos dos novos Estados que recentemente tinham
conquistado a independência.
É o próprio Luís Sambo que constata que os
esforços do Professor Cambournac resultaram na
duradoura parceria entre o Instituto de Higiene e
Medicina Tropical e a Organização Mundial da
Saúde, em especial com o seu Escritório Regional
Africano.
Mas esta duradoura parceria deve-se, também,
ao Professor António Rendas, que foi Diretor do
IHMT e que liderou o processo de integração do
Instituto na Universidade. Aliás, no reforço das
relações do IHMT com a OMS em África, o
Professor António Rendas contou com o apoio de
um já idoso, mas muito ativo, Francisco
Cambournac.
Voltando a Luís Sambo, ele é, na verdade, uma
personalidade da maior relevância no mundo da
saúde e a sua importância mede-se, também, pela
sua disponibilidade para conhecer os problemas de
África, a sua disponibilidade para conseguir
consensos entre os países, a sua disponibilidade
para ser a voz de África na OMS.
A sua cultura e sua sensibilidade permitem-lhe
encontrar um ponto de equilíbrio no sentido da
responsabilização de uns e de outros: por um lado,
a OMS não perceciona os Estados africanos como
recebedores passivos de ajuda, mas, por outro lado,
tenta compreender os desafios que cada um dos
países enfrenta e contribui para que se conheçam
melhor essas realidades e se ultrapassem as
dificuldades.
Luís Sambo consegue, também, algo que não é
comum: conhecer tecnicamente os problemas, ao
mesmo tempo que uma fina cultura política lhe
permite aceder ao conhecimento da complexidade
das realidades regionais e nacionais, mas com o
distanciamento suficiente para não se deixar
envolver em pressões locais.
Luís Sambo, enquanto técnico e enquanto
dirigente, deu uma especial atenção às três
endemias que mais se fazem sentir em Africa: o
paludismo, a SIDA e a tuberculose. E soube, em
especial em relação à SIDA, ser umhomem no seu
espaço e no seu tempo, ou seja fazer uma leitura
objetiva de um grave problema de saúde pública
em múltiplas realidades africanas, que é necessário
conhecer e compreender.
Mas, como diz Luís Sambo, “nós não
conseguimos ver a luta contra o Paludismo, a
Tuberculose e a SIDA fora do contexto dos
sistemas de saúde. E os sistemas de saúde têm asua
base a nível local. Lá onde as comunidades vivem,
lá onde as comunidades trabalham”.
E é legítimo afirmar que os desenvolvimentos
positivos que se registam em África,
particularmente no estado de saúde dos cidadãos e
no desempenho dos sistemas de saúde, se devem ao
concurso de diversos fatores determinantes para a
saúde e ao esforço concertado de múltiplas
entidades, a que não é alheia a intervenção de Luís
Sambo.
Quando a CPLP elegeu a saúde como área
prioritária de cooperação, o Doutor Luís Sambo
não teve hesitação em apoiar o Plano Estratégico
de Cooperação em Saúde, identificando-o como
um projeto importante para a OMS.
Importante para a saúde das populações foi,
também, a relação harmoniosa que desenvolveu
com a intervenção prestigiada do Dr. Jorge
Sampaio, ex-Presidente da República de Portugal e
enviado especial do Secretário-Geral da ONU para
a Iniciativa Travar a Tuberculose.
Como académico e investigador, em 2005
obteve o Certificado de Pós-Graduação em
Formação no domínio da Investigação e, em 2009,
doutorou-se pela Universidade de Hull, no Reino
Unido.
Luís Sambo é autor e coautor de várias
publicações em revistas científicas internacionais.
E os artigos científicos atravessam temas
clínicos, de ensino, de economia, de gestão, de
políticas, de que são exemplo o controlo das
doenças, a procura de cuidados de saúde, o impacto
económico da doença, a análise custo-benefício de
procedimentos médicos, métodos de ensino médico
à distância, eficiência de hospitais e de prestadores
de cuidados primários, sistemas, políticas e
estratégias de saúde, financiamento de cuidados de
saúde.
É, ainda, membro da Ordem dos Médicos de
Angola, da Ordem dos Médicos de Portugal, da
Royal Society of Medicine do Reino Unido e da
Sociedade Internacional de Ciências de Sistemas.
Para alémdo que aqui fica dito e da distinção que
aqui vai receber, o reconhecimento nacional e
internacional traduziu-se em prémios e distinções
atribuídas ao Doutor Luís Sambo pelo Governo da
República Popular de Angola, pela República do
Níger; por Madagáscar; pela Universidade de
Kinshasa; pela Santa Sé do Vaticano; por Burkina-
Faso; pela União das Comores.
A preocupação pela abertura aos outros, pela
discussão livre de ideias, pelas exigências que
alimentam a cidadania ativa, pelo sentido de
responsabilidade, pela prestação de contas, pela
busca do conhecimento, são valores da
Universidade que devemos cultivar.