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prematuridade, risco acrescido de mortalidade para o recém-nascido, malária

congénita e paridade. 4. Caracterizar genotipicamente os parasitas na

placenta, sangue periférico da mãe e sangue do cordão

.

Métodos: (I)

De Abril a Setembro 2008, 679 mulheres grávidas que acorreram

à consulta pré-natal foram envolvidas no estudo após consentimento

informado. O perfil sócio-demográfico, história de malária e obstétrica foram

investigados através de um questionário. O diagnóstico foi efectuado por

microscopia óptica e as concentrações da hemoglobina foram determinadas

pelo método do ácido hemático segundo Sahli

et al.,

(1984), usando

hemoglobinómetro (HaemoCue, Switzerland) a todas as mulheres recrutadas

.

Foi analisada a associação entre a idade, paridade, tempo de gestação,

residência, escolaridade, malária durante a gravidez, anemia e tratamento com

a infecção por

P. falciparum

.

(II

) O estudo envolveu 866 mulheres grávidas, em

trabalho de parto nas Maternidades Lucrécia Paím e Hospital Geral

Especializado Augusto Ngangula, de Abril 2006 a Fevereiro 2008. As mulheres

só participaram no estudo após consentimento informado. Foi efectuado um

questionário a todas as parturientes.

P. falciparum

foi diagnosticado por PCR,

em três compartimentos: sangue periférico da mãe, do cordão umbilical e da

placenta. Foi analisada a associação entre a idade, paridade, tempo de

gestação, residência, escolaridade e malária durante a gravidez com a infecção

por

P. falciparum

nos três compartimentos.

(III)

As amostras de

143 grávidas

positivas por PCR para

P. falciparum,

em pelo menos um dos compartimentos,

foram genotipadas utilizando microssatélites.

Resultados: (I)

Das 679 mulheres estudadas, a média de idade foi 25,7 anos.

No momento do estudo 10,9% mulheres estavam infectadas com

P. falciparum

no sangue periférico. O valor médio de hemoglobina foi 11,1 ± 0,07 g/dL,

encontrou-se uma associação significativa entre a história de malária na

gravidez e a anemia com a infecção actual por

P. falciparum

.

(II)

A média de

idade das mulheres estudadas foi 24,1 anos, sendo 39,6% primigestas e 60,4%

multigestas. No momento da pesquisa estavam infectadas por

P. falciparum

15,6% e 12% destas tinham parasitas detectados em todos os compartimentos,

sendo 47% na placenta, 8% no sangue periférico e 6% no cordão umbilical.

(III)

Os nove

loci

estudados revelaram-se altamente polimórficos, o número médio

de alelos variou

de 9,2 no cordão umbilical, 11 no sangue periférico, a 14,2 na

placenta

. O número efectivo de alelos foi geralmente menor no sangue do

cordão umbilical. O número efectivo de alelos foi menor do que o número de

alelos, indicando que muitos alelos têm baixa frequência ou são raros. A

multiplicidade de infecção foi ligeiramente superior na placenta.

Conclusões: (I)

Os resultados sugerem que a história de malária anterior na

gravidez é um factor de risco para uma infecção actual e que a anemia foi uma

complicação importante associada à malária, mesmo em mulheres que

receberam tratamento durante a gravidez com sulfadoxina-pirimetamina.

(II)

A

prevalência da malária placentária é maior do que a do sangue periférico. A

presença de parasitas no sangue do cordão sugere malária congénita.

(III)

A

comparação da frequência alélica no cordão umbilical, placenta e sangue

periférico indica que não existem diferenças entre as subpopulações.