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Sabe-se que nas mesmas áreas outras espécies coexistem em muito maior

prevalência, contrariando o que se pensava há algum tempo. Apesar de

poucos estudos terem focado o tema das infecções mistas, existem alguns

relatos de que eventuais interacções entre as diferentes espécies presentes

simultaneamente no mesmo hospedeiro poderem afectar a susceptibilidade à

doença.

Com o objectivo geral de avaliar o efeito e a contribuição destes factores na

susceptibilidade e gravidade da malária, analisando e comparando três grupos

(estudo de caso-controlo) doentes com malária grave (MG), doentes com

malária não-complicada (Mnc) e indivíduos infectados assintomáticos (IA),

realizámos em Angola de 2007 a 2010, um estudo em sete das 18 províncias

com distintos níveis de endemicidade. Foram obtidas 1.416 amostras de

sangue periférico de 1.198 indivíduos assintomáticos e 218 doentes. O DNA

obtido a partir destes isolados foi utilizado para detecção da presença de

variantes genéticos relacionados com os eritrócitos (drepanocitose – análise do

gene

HBB

, deficiência G6PD – análise do gene

G6PD,

antigénio Duffy-análise

do gene

DARC

) e identificação das espécies de

Plasmodium

presentes,

através de nested-PCR mediante a amplificação dos genes que codificam a

subunidade menor do RNA ribossomal. Os resultados demonstraram

prevalências superiores às anteriormente descritas em relação às seguintes

espécies parasitárias:

P. falciparum

98,2% vs 92,0% e

Plasmodium malariae

10,7% vs 1,0% e inferior em relação a

P. vivax

2,5% vs 7,0%. Foi reconfirmada

a presença de

Plasmodium ovale

(descrita anteriormente), mas não publicada

em documentos oficiais e relatada pela primeira vez em Angola a presença de

infecções mistas (duplas e triplas) (15,7%) e de infecção por

P. vivax

em

indivíduos Duffy-negativos (dados publicados). Relativamente aos

polimorfismos relacionados com os genes

HBB

e

G6PD

e provável associação

com a protecção à malária, os nossos resultados confirmam a associação do

traço falciforme (heterozigotia

HbS

), com a protecção à doença (OR = 0,30; IC

95% 0,18

-

0,49;

p<0,001

). Contudo, não foi encontrada, quer nos indivíduos

hemizigóticos, quer nos heterozigóticos para o alelo G6PD (A-) nenhuma

evidência para a protecção a malária (MG e Mnc) (OR = 1,69; IC 95% 0,91

-

3,13;

p=0,096).

Os resultados desta investigação requerem um estudo mais

aprofundado, com uma dimensão amostral maior, necessário à confirmação da

nossa observação.

BISCAIA, André Rosa (2011) Satisfação no trabalho dos médicos

de família dos Centros de Saúde Portugueses, Dissertação de

Doutoramento no ramo de Saúde Internacional, especialidade de

Politicas de Saúde e Desenvolvimento. IHMT. Lisboa

Resumo:

Introdução

A satisfação no trabalho pode ser definida como a atitude do indivíduo em

relação ao seu trabalho e às condições em que este é desempenhado. Numa

visão integradora, a satisfação no trabalho surge como elemento moderador

entre variáveis das organizações– motivação, desempenho, envolvimento no

trabalho, compromisso organizacional, cidadania organizacional, equidade – e

do universo pessoal do trabalhador – satisfação com a vida em geral, qualidade

de vida, saúde mental, stresse percebido, doenças. Os resultados de toda esta

conjugação de variáveis têm consequências a nível pessoal para o próprio