Table of Contents Table of Contents
Previous Page  32 / 124 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 32 / 124 Next Page
Page Background

32

Estes resultados evidenciam a importância da caracterização da variação

genética e das relações evolutivas entre os membros do complexo

Cx. pipiens

para entender o seu potencial como vectores de doenças. Também abrem

novas perspectivas para a investigação da ecologia e evolução deste complexo

de espécies com importância médica.

CODICES, Vera Alexandra da Rosa (2012) Infecção por

Cryptosporidium parvum

: resposta imunitária e tecnológica de

anticorpos monoclonais para o diagnóstico, Dissertação de

Doutoramento no ramo de Ciências Biomédicas, especialidade de

Parasitologia. IHMT. Lisboa.

Cryptosporidium parvum

é um protozoário intracelular, de distribuição

ubiquitária, que causa enterite em humanos e animais. A diarreia é autolimitada

em indivíduos imunocompetentes, podendo ser fatal em imunocomprometidos.

Actualmente não existem terapêuticas específicas ou preventivas disponíveis, e

o elevado custo dos actuais métodos de diagnóstico, sustentam a importância

do desenvolvimento de novas abordagens.

Vários estudos salientam a importância das células T CD4+ na resposta

imunitária à infecção por

C. parvum

; outros direccionam a sua atenção para as

células reguladoras (Treg); e outros tentam esclarecer qual o papel das

citocinas específicas produzidas pelas células Th1 e Th2, na regulação da

resposta imune, acompanhada pela produção de imunoglobulinas particulares.

Na área do diagnóstico, vários e diferentes métodos têm sido utilizados,

variando entre a rapidez de execução, especificidade e custo. Várias questões

colocam-se, relacionadas com as características das células envolvidas na

resposta à infecção e com a especificidade/sensibilidade de cada técnica.

Com o objectivo de estudar a resposta imunitária de longo-termo à infecção por

C. parvum

, no modelo animal imunocompetente, murganhos Balb/c foram

inoculados por via oral com oocistos de

C. parvum

, e efectivadas colheitas e

análise de amostras fecais, intestino, sangue e baço, segundo um protocolo

previamente definido. A caracterização das populações celulares do sangue e

baço foi feita por citometria de fluxo e a identificação e quantificação de

imunoglobulinas e citocinas no soro, por tecnologia xMAP® Luminex. A análise

por citometria de fluxo não revelou diferenças estatisticamente significativas

entre os murganhos infectados e os controlos, tendo sido apenas observado

um aumento do número de neutrófilos e eosinófilos circulantes, e a sua

posterior diminuição, no primeiro grupo de murganhos. Associada à elevada

variabilidade observada após a reinfecção, tais variações são sugeridas como

sendo o perfil exibido por estas populações de células no contexto de infecção

por

C. parvum

no organismo imunocompetente, particularmente os eosinófilos,

que apresentam um comportamento idêntico em infecção por outros parasitas.

O aumento da secreção de TNF-α e IFN-γ (citocinas Th1) nos murganhos

infectados, comparativamente com os grupos controlo, para além da secreção

de citocinas Th2, como IL-4, IL-5 e IL-10, após a reinfecção, sugere um

balanço entre as respostas Th1, para controlar o crescimento do parasita, e

Th2, para limitar a patologia.

A IgG1 foi o isotipo predominante ao longo de toda a infecção e reinfecção,

tendo-se observado um pico de IgG2a após a reinfecção, seguido de

diminuição. Esta variação poderá estar relacionada com a função da IgG1 e da