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poli/monoclonais foram produzidos. O reconhecimento das proteínas nativas foi
confirmado por Western blotting e imunofluorescência em tecidos de carraça. O
efeito dos anticorpos específicos, suplementados à refeição de sangue, foi
demonstrado pela avaliação do peso final e/ou ovoposição em carraças
alimentadas artificialmente. Não foi observado efeito significativo na aquisição
de
B. bigemina
. Os resultados mostram as vantagens e desvantagens do
sistema
in vitro
de alimentação artificial de carraças por tubos capilares na
caracterização de antigénios protetores de carraça. Diferentes estudos
caracterizaram a interface carraça- agente patogénico a nível molecular no
entanto, o presente estudo apresenta a primeira análise funcional de genes em
carraças infectadas com
B. bigemina
. Os resultados apresentados contribuem
para um maior conhecimento do papel de genes de carraça no processo de
infeção/multiplicação por
Babesia
sp., bem como para o desenvolvimento de
novas vacinas.
COSTA, Cristina Isabel Correia de Almeida (2013) Generation and
characterisation of monoclonal antibodies against cell cycle and
cytokinesis regulators in Tripanosoma brucei, Dissertação de
Doutoramento no ramo de Ciências Biomédicas, especialidade de
Parasitologia. IHMT. Lisboa.
Resumo:
Trypanosoma brucei
é o parasita que causa Trypanossomose
Africana, sendo transmitido pela picada de um inseto vetor para a corrente
sanguínea do hospedeiro mamífero. Afeta atualmente 36 países sub-
saharianos e a falta de métodos de diagnóstico eficazes e de tratamentos
seguros e eficazes, levou à necessidade de se desenvolverem novas medidas
de controlo e novas estratégias terapêuticas.
O ciclo celular do parasita
T. brucei
é invulgar. Uma vez que é tão distinto do
ciclo celular dos mamíferos, as proteínas que o regulam têm sido consideradas
como possíveis alvos terapêuticos. No entanto, muitas proteínas reguladoras
ainda não foram identificadas e a função específica de algumas proteínas
envolvidas na progressão do ciclo celular é desconhecida. De entre os diversos
reguladores do ciclo celular, estão as CRKs e as ciclinas que as ativam. Em
T.
brucei
, foram identificadas 11 CRKs (CRK1-4 and CRK6-12) e 10 ciclinas. No
entanto, ainda nem todas têm uma função conhecida e apenas dois complexos
CRK:ciclina foram identificados
in vivo
. Durante este projeto, provou-se a
existência de um novo complexo: CRK12:CYC9, que interage
in vivo
tanto na
forma sanguínea como na forma procíclica. Um resultado interessante é que,
apesar de interagirem, cada proteína regula diferentes processos biológicos na
forma sanguínea do parasita. Na realidade, enquanto a CYC9 está envolvida
na regulação do ciclo celular, levando a um bloqueio da citocinese em células
em que não é expressa, a cinase CRK12 assume um papel essencial na
regulação da endocitose. Esta consiste na primeira vez que uma CRK foi
relacionada com o processo de endocitose de
T. brucei
, levando na sua
ausência a um alargamento da bolsa flagelar. De forma a garantir estas
diferentes funções, tanto a cinase CRK12 como a ciclina 9 podem interagir com
outras proteínas, ou ser substituídas funcionalmente por outras
cinases/ciclinas.
O uso de anticorpos monoclonais e ensaios de proteção têm sido estudados
frequentemente como alternativas terapêuticas. Com esse objetivo, anticorpos
monoclonais foram produzidos contra CRK12. Apesar de se ter produzido um