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predominância da expressão Th1 (TNF-α), no fim do período de observação, o
que pode estar relacionado com a resolução da infecção.
Por outro lado, a presença de parasitas na pele dos animais inoculados com a
estirpe
L. infantum
tratada com AMB permite colocar a hipótese da existência
de parasitas resistentes na Natureza e destes poderem ser transmitidos.
Após se ter verificado que a estirpe de
L. infantum
tratada com AMB tinha a
capacidade de infectar e visceralizar no modelo murino, analisou-se o seu
comportamento em dois dos principais vectores de
L. infantum, Lutzomyia
longipalpis
e
P. perniciosus
. Os parasitas tratados com AMB apresentaram
uma menor capacidade de permanecerem no interior do vector assim como um
desenvolvimento mais lento apontando para uma menor capacidade de
transmissão das estirpes resistentes a este fármaco, pelo que o tratamento
com AMB poderá ser favorável à prevenção e controlo através da interrupção
do ciclo de vida do parasita.
De modo a determinar
in vitro
a susceptibilidade de
Leishmania
aos diferentes
fármacos utilizados na terapêutica da leishmaniose humana e canina
(Glucantime®, Fungizone®, miltefosine e alopurinol) comparou-se o sistema de
promastigotas axénicos com o sistema amatigota-macrófago. Verificou-se que,
para as estirpes estudadas, os resultados de ambos os sistemas não
apresentavam diferenças significativas sendo a utilização do primeiro mais
vantajosa ao ser menos moroso e de mais fácil execução. Seleccionaram-se
estirpes quimio-resistentes
in vitro,
por exposição prolongada a doses
crescentes de AMB, tendo-se verificado que os parasitas tratados,
apresentaram uma menor susceptibilidade do que os não tratados à acção dos
fármacos estudados, com excepção do alopurinol. A diminuição da
susceptibilidade das estirpes aos fármacos utilizados poderá facilitar a
dispersão de parasitas multiresistentes. Sendo a apoptose um dos mecanismos
utilizados pelos parasitas para evitar a indução de uma resposta imune por
acção de compostos anti-
Leishmania
, determinou-se o número de amastigotas
apoptóticos assim como a produção de TNF-α e IL-10 pelos macrófagos
tratados. Concluiu-se que os compostos conseguiram suprimir a produção de
IL-10, inibidora da activação dos macrófagos, contudo nem a produção da
citocina pro-inflamatória TNF- α nem a apoptose pareceram ser os principais
mecanismos responsáveis à sobrevivência dos parasitas ao contacto com os
fármacos.
MARTINS, Marta Lopes (2008) The role played by efflux systems
on trhe resistence to antibiotics, Dissertação de Doutoramento no
ramo de Ciências Biomédicas, especialidade de Microbiologia.
IHMT. Lisboa.
RESUMO
A resistência a várias classes de antibióticos,
i.e.
, multi-resistência (MDR),
constitui um dos maiores problemas a nível terapêutico, no tratamento de
diversas infecções. A importância que este mecanismo de resistência adquiriu
no contexto hospitalar, reflectese no elevado número de casos relativos a multi-
resistência em isolados clínicos. Os mecanismos de resistência mais comuns
em bactérias são: i) a inactivação do antibiótico pelas enzimas bacterianas; ii)
mutações em genes estruturais ou reguladores da proteína alvo; iii) alterações
na membrana externa, que podem provocar um decréscimo da permeabilidade