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Observou-se uma maior diversidade molecular nas amostras provenientes do
Algarve e Alto Douro e, relativamente ao hospedeiro, estes alvos moleculares
mostraram ser muito mais polimórficos no hospedeiro humano que o canino,
indo ao encontro dos resultados de tipagem isoenzimática que se conhecem
até à actualidade. Foi individualizado um agrupamento de amostras não MON-
1 e dentro deste, um sub-agrupamento das amostras de África Oriental (Etiópia
e Sudão), como anteriormente sugerido por outros autores.
No Capítulo 5 discutiram-se os resultados obtidos permitindo verificar que a
variabilidade dos parasitas
Leishmania
no nosso país é maior do que tem sido
considerada até ao presente. Possibilitaram também o conhecimento de que há
genótipos predominantes em Portugal e que a variabilidade genética no
hospedeiro humano e no vector é superior à do reservatório doméstico e
silvático.
FERNANDES, Natérica Pedro (2008) Contribuição para o estudo de
resistência aos antimaláricos e análise de marcadores
moleculares de
Plasmodium falciparum
e do hospedeiro humano,
em Maputo, Moçambique, Dissertação de Doutoramento no ramo
de Ciências Biomédicas, especialidade de Parasitologia. IHMT.
Lisboa.
Resumo
: A malária é de longe a doença parasitária mais importante em
Moçambique, constituindo um grave problema de saúde pública no País.
Apesar de se considerar que um diagnóstico atempado e um tratamento
correcto são os elementos básicos para um programa de controlo da malária
bem sucedido, nas últimas décadas, o controlo e tratamento têm sido bastante
dificultados pelo aparecimento e disseminação da resistência parasitária aos
antimaláricos mais utilizados. Os mecanismos que conferem ao parasita a
capacidade de resistir à maioria dos antimaláricos disponíveis não se
encontram completamente elucidados.
Deste modo, este trabalho teve como objectivo principal avaliar o envolvimento
dos genes
pfdhfr, pfdhps
,
pfcrt, pfmdr1
e
pfATPase6
na resistência aos
antimaláricos em Moçambique, recorrendo a populações naturais de parasitas
em isolados colhidos de doentes com malária em Maputo, Moçambique. Neste
contexto, foi efectuada a caracterização clínica dos pacientes com diferentes
formas clínicas de malária e os perfis genotípicos relacionados com a
resistência em
P. falciparum
para quatro antimaláricos: cloroquina,
sulfadoxina/pirimetamina, amodiaquina e artemisinina, através da técnica de
PCR-RFLP, para os polimorfismos
pfcrt K76T e N75E, pfdhfr N51I, C59R,
S108N e I164L, pfdhps A437G e K540E, pfmdr1 N86Y
e
N1246Y
e
pfATPase6,
G1916 A, G110A, A2694T e G2306A.
Os dados genotípicos foram subsequentemente analisados estatísticamente,
no intuito de detectar associações significativas entre a presença de um
determinado marcador antes e depois do tratamento com os diferentes
antimaláricos utilizados. Foram também avaliados os polimorfismos em dois
marcadores moleculares (ICAM-1 e CD36) do hospedeiro relacionados com
susceptibilidade/resistência à malária, em isolados de pacientes com e sem
malária. Os polimorfismos da variante CYP-450 (
CYP2C8
), relacionada com o
metabolismo dos fármacos antimaláricos em pacientes com malária, foram
também aqui analisados.