Table of Contents Table of Contents
Previous Page  102 / 124 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 102 / 124 Next Page
Page Background

102

GenBank, as quais evidenciaram homologia muito elevada com as espécies

B.

truncatus

(Sudão) e

B. tropicus

. Além disso, foi identificado um total de sete

haplotipos para a região ITS e nove para o gene COI, sendo a população de

moluscos de Estói a que apresentou três haplotipos, enquanto as restantes

populações apresentaram quatro haplotipos distintos. Os resultados globais

para Fst foram muito baixos, sugerindo tratar-se de uma mesma população.

CORTES, Sofia Júdice (2008) Diversidade genética da população

parasitária de Leishmania em Portugal, Dissertação de

Doutoramento no ramo de Ciências Biomédicas, especialidade de

Parasitologia. IHMT. Lisboa.

RESUMO

O presente estudo teve como principal objectivo avaliar a diversidade genética

de uma população parasitária de

Leishmania

em isolados portugueses de

hospedeiros humanos, caninos, vulpinos e do vector, aplicando dois

marcadores moleculares: kDNA e microssatélites.

No Capítulo 1 fez-se uma revisão bibliográfica sobre as leishmanioses incluindo

a epidemiologia da infecção nos países da bacia mediterrânica nomeadamente

Portugal. Deu-se especial relevo à epidemiologia molecular que nos últimos

anos tem vindo a ser desenvolvida.

No Capítulo 2 efectuou-se um inquérito de leishmaniose canina que abrangeu

374 cães provenientes da Região Metropolitana de Lisboa. Foi encontrada uma

prevalência total de 19,2%, com a prevalência de 18,4% nos cães com dono e

21,6% nos cães sem dono ou vadios. Os resultados obtidos evidenciaram a

importância dos cães vadios na transmissão do parasita e disseminação da

doença. A partir dos 72 cães infectados, foram isolados 49 estirpes de

Leishmania

, tendo estas sido tipadas como

L. infantum

zimodeme MON-1.

Estas estirpes, em conjunto com outras amostras isoladas a partir de humanos,

vector e outros canídeos, foram utilizadas para avaliar a diversidade genética.

No Capítulo 3 foram desenvolvidas sequências iniciadoras cinetoplastideais,

MC1 e MC2, tendo-se estas revelado específicas e sensíveis para a

identificação do complexo

L. donovani

isolados em cultura ou directamente a

partir de amostras clínicas. Aplicou-se a metodologia de kDNA-PCR-RFLP na

análise de 161 amostras de DNA, das quais 134 eram provenientes de isolados

portugueses de

L. infantum

. Foram identificados 16 genótipos na totalidade das

amostras, tendo 13 sido identificados nas amostras portuguesas.

Observou-se a predominância do genótipo A, observado exclusivamente na

população parasitária portuguesa. Em termos geográficos esta metodologia

mostrou estar de acordo com a tipagem isoenzimática, e outros marcadores

moleculares, individualizando as amostras provenientes de África num único

genótipo. No entanto não se observou individualização ao nível das regiões de

Portugal estudadas, sugerindo a existência de fluxo genético entre as

diferentes áreas geográficas.

No Capítulo 4 aplicou-se a análise de 13

loci

de microssatélites, polimórficos

para

L. infantum

, em 154 amostras, das quais 128 eram provenientes de

diferentes regiões geográficas de Portugal e de diferentes hospedeiros e

vector. Obteve-se um maior grau de polimorfismo com estes marcadores do

que com o kDNA, identificando-se 85 genótipos.