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S52

Artigo Original

viabilizada com a

elaboração de informes

diários/

semanais que transformavam os dados da notificação e

do acompanhamento em informação acionável para os

serviços de referência no atendimento; as Geres e muni-

cípios envolvidos. O acesso básico a informações-chave e

ao conhecimento é possibilitado pela

divulgação dos

documentos

produzidos no site da SES/PE, na plata-

forma do CIEVS, por e-mail (mala direta) e pelo

whatsapp

(Quadro 4).

Houve uma rápida

adequação dos serviços de saúde

e criação de novos

para atendimento da microcefalia/

SCZ. O conhecimento contribuiu para qualificação e re-

gionalização dos serviços de referência com a contratação

de novos profissionais (pediatras, neurologistas, ginecolo-

gistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeuta, profissionais

de laboratório); readequação das unidades de especialida-

des; capacitação dos profissionais em vigilância e atenção à

saúde dos bebês com SCZ, a partir das necessidades que

foram surgindo; formação de uma rede de apoio às famílias

das crianças afetadas. O atendimento que era, inicialmente,

centralizado na capital, na medida em que as notificações

abrangiam todo o estado, a rede de assistência regionalizada

ia se desenhando com neurologistas, exames para diagnós-

tico e reabilitação (Quadro 4).

A

codificação do conhecimento para a população

teve como tônica a transparência e a pronta informação.

Em um contexto de pânico social, houve grande um es-

forço dos gestores para disseminar o conhecimento, re-

duzir o temor, propor e intensificar as medidas de pre-

venção.A imprensa se esforçou para decodificar as infor-

mações para a população, em coletivas que aconteciam

semanalmente com todos os envolvidos, desde os gesto-

res da linha de frente, até os profissionais das unidades de

saúde (Quadro 4).

No evento

Compartilhamento do conhecimen-

to com instituições de ensino/pesquisa

houve

uma circunstância excepcional na relação serviço x

academia, com estreito trabalho colaborativo diário

entre pesquisa, instância gestora estadual (SES/PE),

instância gestora nacional (MS) e organismos interna-

cionais (OPAS/OMS), visando o compartilhamento

do conhecimento e resposta conjunta em um curto

espaço de tempo. Foi criado o Grupo de Pesquisas da

Epidemia de Microcefalia (MERG) pelo IAM, com a

Quadro 3

: Matriz de análise da Gestão do Conhecimento no componente Formulação da Estratégia (Detecção e análise de risco) e na capaci

Pernambuco, 2017.

Estratégia da ESP: Componente Formulação da Estratégia (Detecção e análise de risco)

Capacidades

diádicas

(Atividades)

Critérios

Eventos

Inscrições

2. Produção/

Destruição

1. Combinação de

conhecimentos

tácito, explícito,

interno, externo,

individual e coletivo

2. Mudança de

rotinas

organizacionais e

comportamentos

profissionais

3. Substituição de

normas/protocolos

antigos por novos

4.

Realização/incentivo

a pesquisas

científicas

Elaboração/atualização

dos protocolos e

diretrizes

- Em novembro de 2015, elaboração da primeira versão do protocolo

clínico e epidemiológico

- A primeira versão do protocolo serviu de base para a elaboração do

protocolo nacional.

- Em dezembro de 2015, atualização do protocolo (2ª versão) com

mudanças nos critérios de notificação dos casos de microcefalia e

orientações para notificação das gestantes com exantema

- Em julho de 2016, encontro internacional promovido pela

OPAS/OMS, em Pernambuco, reunindo profissionais e cientistas do

Brasil, Colômbia, Argentina, Estados Unidos, OPAS e OMS para

caracterização da Síndrome Congénita do Zika Vírus (SCZ)

Criação de setores

responsáveis pela

Vigilância da SCZ

- Em janeiro de 2016, foi instituída no nível central da SES/PE a

Coordenação de Vigilância da SCZ e outras síndromes neurológicas

causadas por arbovírus

- Todo o processo de produção do conhecimento fica sob a

responsabilidade dessa coordenação

Gestores e profissionais

da Saúde colocam a

microcefalia/SCZ na

rotina

- Instituição de comitê permanente integrando as áreas de

Assistência, Vigilância e Regulação no nível central da SES e nas

Geres

- Os profissionais das maternidades e puericultura passam a ser mais

criteriosos na medição do PC e a notificar os casos com base nos

protocolos

- Os profissionais dos serviços de referência passam a acompanhar os

casos e registrar o acompanhamento.

Parceria com

instituições de

pesquisas

- Intensa mobilização da comunidade científica frente ao

desconhecido

- Parceria com o Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz-PE) para

realização das pesquisas em consonância com as necessidades do

sistema de saúde

- Reuniões periódicas entre os pesquisadores do IAM, profissionais

dos serviços de saúde e gestores da SES/PE para compartilhamento

das pesquisas em andamento.

Quadro 3:

Matriz de análise da Gestão do Conhecimento no componente Formulação da Estratégia (Detecção e análise de risco) e na

capacidade diádica Produção/ Destruição, Pernambuco, 2017.

OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde; OMS: Organização Mundial da Saúde; SES/PE: Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco; Geres:

Gerência Regional de Saúde; PC: Perímetro Cefálico

Fonte: a autora.