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S43

A n a i s d o I HM T

locais, sem desconsiderar o rigor científico e toda a con-

juntura que se impõe ao mundo académico, do avanço de

uma área de conhecimento, da produção científica e avanço

da ciência em base sólida e bem fundamentada. Um efeito

esperado do projecto, além da formação para pesquisa, é

contribuir também para formação de massa crítica e emer-

gência de lideranças e linhas de pesquisas em áreas tidas

como prioritárias nessas regiões mais carentes.A nucleação

de novos grupos de pesquisa e estabelecimento ou fortale-

cimento de programas de pós graduação são também in-

dicadores de progresso esperados dentro do projecto.

Nunca é de mais realçar, que a experiência do GEOTB

junto a Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose, que

foi apontada pela STOP-TB, como experiência pioneira

em nucleação de grupos de pesquisas emergentes e para

alavancar a pesquisa em áreas tidas como “remotas”, o que

contribui substancialmente para progressão científica e tec-

nológica dessas áreas.

Outra experiência igualmente importante e fruto da mo-

tivação do GEOTB-REDE-TB e GAAPS da EERP – USP

com vistas ao alcance da equidade em pesquisa na Saúde

Pública, foi a encomenda pelo projecto também financiado

pela FAPESP intitulado “

A atenção primária à saúde na coor-

denação das redes de atenção: validação de um instrumento

” com

vigência entre os anos de 2013 e 2015, esta investigação,

embora de menor abrangência que a anterior, incumbiu-se

da validação de uma escala para avaliar da qualidade dos ser-

viços de saúde, especificamente no que se refere àAtenção

Primária à Saúde na coordenação de Redes de Atenção à

Saúde (RAS).

A ideia original do projecto é que esse instrumento pudesse

ser usado indiscriminadamente nas distintas regiões do Bra-

sil e servir com um termómetro no sentido de evidenciar o

quanto os sistemas estavam avançando em termos de con-

junção do seu sistema em RAS. Acresce-se a observação,

que embora a FAPESP esteja alocada no Estado de São Pau-

lo, também se preocupou com as questões sanitárias e dos

serviços que transcendem seus limites geográficos e são do

seu pais, assim a agência reconheceu o mérito da proposta e

financiou a pesquisa.

No tocante à problemática e as lacunas que sustentaram a

investigação residiam no fato da ausência de instrumentos

suficientemente válidos que pudessem ser utilizados para

umdiagnóstico situacional das RAS sob a égide

daAPS.Um

dos pontos críticos hoje deparado pelos diversos sistemas

de serviços de saúde é sua configuração fragmentada, onde

há redundância e sobreposição de ações, em que todos fa-

zem tudo mas não há uma coordenação entre as ações e o

doente fica relegado à própria sorte. Há ainda dentro desse

modelo de atenção, uma sobreposição e verticalidade entre

os níveis de atenção (entendidos como níveis e não pontos

de atenção), com tendência de privilegiamento das ações

curativas ou episódios agudos com prejuízos as acções de

alcance colectivo, de promoção da saúde, vigilância e pre-

venção das doenças.

Considerando o crescimento progressivo das condições

crónicas no cenário nacional, decorrente principalmente

do envelhecimento populacional, de 14,9milhões em2013

e com estimativa de chegar a 58,6 milhões em 2060 segun-

do dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2013), tornou-se quase que praticamente compul-

sório buscar novas formas de organização do sistema, sob

pena de colapso financeiro, iatrogenias, filas e perda expo-

nencial de capacidade resolutiva do sistema.

Um instrumento de diagnóstico para mapear potencialida-

des e fragilidades do sistema foi uma das saídas, sendo assim

validado o instrumento “

COPAS -Avaliaço da Coordenaço das

RAS pela APS

” (MENDES, 2011).Tal instrumento foi cons-

truído por um importante teórico deAPS no Brasil e idea-

lizador das RAS, que gentilmente consentiu a validação, em

que sua anuência se deu mediante nos termos formais e foi

celebrada em Belo Horizonte e a validação pelo grupo de

pesquisa da EERP -EERP e hoje está disponível a todos os

que tenham interesse em versar sobre o tema.

COPAS foi o nome sugerido ao instrumento em decor-

rência ao momento importante que se passava o Brasil em

2014, de receber a copa mundial de Futebol.Além do pre-

tendido título de campeão mundial, esperado à época (o

que não aconteceu e aAlemanha levou a melhor!), também

nutria-se uma expectativa da evolução e desenvolvimento

dos sistemas de serviços de saúde emRA e que a ferramen-

ta fosse um facilitador para tal.

Duas produções das fases de validação foram alcançadas

com o estudo, sendo uma publicação, da validação semânti-

ca emprestigiado periódico de Saúde Pública (Rodrigues et

al., 2014) e outra numa revista estrangeira, igualmente da

área.Havia naquele momento a intenção de dar visibilidade

ao instrumento no cenário internacional, que padecem na

mesma problemática, de sistema fragmentado (Rodrigues

et al., 2015)

No curso da investigação, novas parcerias se abriram como

com o Instituto de Higiene e MedicinaTropical (IHMT) da

Universidade Nova Lisboa, o que ampliou o leque do proje-

to com a entrada de novas correntes teóricas, atores e pos-

sibilitou a circulação do mesmo nos países europeus. O de-

senvolvimento do estudo possibilitou formação de recursos

humanos em nível de excelência para essa área e mais uma

vez houve alocação de recursos humanos para a pesquisa

num Centro Emergente no interior do Mato Grosso, na

região Centro Oeste; actualmente esse é um centro que

é nucleado pelo GEOTB- REDE-TB e GAAP da EERP-

-USP.

Assim, os relatos de experiencias coadunam com a propos-

ta da presente investigação de experiências no que se refe-

re evidenciar o primeiro ponto, do contexto da pesquisa

arrolada por grupos de pesquisa de fôlego no Brasil, seus

objectivos e ainda os principais atores envolvidos.Traz ainda

os valores que permeiam tais grupos de pesquisa no que se