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Artigo Original
refere a solidariedade com demais grupos no que concerne
ao surgimento de liderança, linhas de pesquisa e instalação
ou fortalecimento de programas em áreas carentes em ter-
mos de produção científica em tecnológica.
Há ainda uma preocupação além é claro da formação de
recursos humanos, avanço científico, que as áreas em que
tais pesquisadores estão alocados se desenvolvam; que haja
desenvolvimento de uma massa crítica em termos da reali-
dade que hoje elas enfrentam e que atrelado a grandes gru-
pos se desenvolvam.
Seguramente essa forma de trabalho e de cooperação tem
levado de uma certa forma uma progressão científica e
tecnológica em áreas antes tidas como remotas, o que é
um ponto muito positivo para equidade de pesquisas em
Saúde Pública. A conformação dos grupos em Redes na-
cionais como a REDE-TB e outras Redes Colaborativas,
é um componente interessante pois dá visibilidade social
às pesquisas produzidas pelo grupo. Essa forma ainda de
organização tem propiciado financiamento para pesquisas
preocupadas com questões de Saúde Pública; embora as
pesquisas experimentais tenham sido priorizadas nos prin-
cipais editais no âmbito nacional; a conjunção em Redes de
Pesquisa tem forçado às agências a repensar sobre às priori-
dades em pesquisa, não somente do ponto de vista da ino-
vação tecnológica (tecnologia de novos fármacos, métodos
diagnósticos, entre outros) mas pesquisas direccionadas a
melhor organização dos serviços no sentido de produção
da equidade e da justiça social. Porque há um pensamento,
e isso parece ser um consenso nas REDE, do que adianta a
descoberta de novos insumos tecnológicos, se o sistema não
é ou está organizado para tais insumos cheguem as popula-
ções que mais carecem deles.
Exemplos de investigação equitativa
em Portugal
O IHMT, criado em 1911 com o objetivo de desenvolver
investigação e intervenções de Saúde Pública nos trópicos,
vem desde essa altura a cooperar com as comunidades lo-
cais para promover a saúde nos trópicos.
Neste sentido a equidade em investigação de Saúde Pública
tem sido uma aposta, que integra as intervenções, a inves-
tigação e a educação dos estudantes. Como, exemplo para-
digmático todos os estudos demestrado e de doutoramento
são submetidos obrigatoriamente à comissão de ética.
De entre os vários exemplos possíveis ir-se-á debruçar em
quatro casos específicos:
- Capacitação de Gestores de RH da Saúde para os Ministé-
rios da Saúde dos PALOP (projeto europeu);
- Desenvolvimento de serviços de telemedicina nos PA-
LOP;
- Implementação de boas práticas de gestão de antibióticos
em Portugal e nos PALOP (projeto EEA Grants);
a) Capacitação de Gestores de RH da Saúde para
os Ministérios da Saúde dos PALOP
(projeto eu-
ropeu);
I.
Contexto, objetivos do projeto de investigação e Par-
ceiros envolvidos;
Capacitação de gestores de RH dos ministérios da Saúde
dos PALOP. Financiamento da EU, no âmbito de um pro-
grama co-financiado pelo Programa PADRHS da União
Europeia (PIR-PALOP). Contou com a participação de
outros parceiros como a OMS, os Ministérios da Saúde dos
PALOP, IHMT e UERJ (Brasil). O programa FORGEST
visou formar interessados nos problemas de gestão de re-
cursos humanos em saúde (e intervenções de controlo) nos
PALOP.
Os objetivos do FORGEST são muito claros: desenvolver o
conhecimento multidisciplinar, introdução à investigação e
análise crítica,para gestores preocupados comos problemas
de gestão de Recursos Humanos em saúde nos PALOP.
Pretendeu-se que o programa fosse estendido e promovido
nos PALOP, o que está mesmo a acontecer em alguns casos:
Moçambique,Angola e CaboVerde.
Este programa teve além da coordenação do IHMT e da
parceria com a Universidade do Estado Rio de Janeiro (Bra-
sil) e da Organização Mundial de Saúde, a colaboração dos
vários Ministérios da Saúde dos PALOP na identificação de
candidatos e na promoção dos seus projetos.
II.
Como o projeto contribuiu para aumentar a capacida-
de de investigação dos países em desenvolvimento, ou dos
parceiros com os quais se faz investigação;
Rácio aproximado de 14 docentes para 21 alunos. Este pro-
grama formou 6 profissionais do Ministério de Saúde de
Angola, 6 de Moçambique, 3 de Guiné-Bissau, 3 de Cabo
Verde, 2 de SãoTomé e Príncipe e 1 deTimor Leste. Des-
tes 21, 12 alunos (57%) propuseram-se e 11 conseguiram
completar o 2º ciclo de Mestrado em Saúde e Desenvolvi-
mento (MSD).
Com uma estrutura de 3 módulos (semestrais) e com
apoio de “elearning” e vídeo-conferência responde aos
objetivos, embora os conteúdos e metodologia docente
de algumas UC’s necessite maior integração e o elear-
ning melhorado. Houve um esforço maior na UC de
seminário para suportar aspetos de formação de forma-
dores em gestão de RH para a Saúde pois pretendia-se
que os alunos viessem a promover como formadores
um cursos semelhante nos seus países, bem como é es-
perado que cada grupo de alunos por País desenvolva e
apresente o plano nacional de RH (com apoio do Mi-
nistério da Saúde dos seus Países). Tratando-se de um
curso de gestão de RH para a Saúde, a interdisciplinari-
dade foi grande, para promover a procura de soluções
que possam responder à diversidade dos problemas e
aos vários determinantes da saúde, do desempenho dos