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S42

Artigo Original

daTB até 2050 (<1 caso por 100.000 habitantes) e redu-

ção em 95% da mortalidade até 2035 e não mais gastos

catastróficos, diversas pesquisas vem sendo conduzidas no

sentido de dar respostas aos serviços de saúde para o alcan-

ce da equidade e justiça na oferta das ações e isso inclui as

pesquisas sob a liderança do GEOTB e GAAPS.

É importante frisar que a base precípua que dá força ao pro-

jeto advém da motivação dos pesquisadores de se articular

emRedes colaborativas notadamente envolvendo profissio-

nais oriundos de regiões carenciadas no Brasil em termos

de pesquisa e com problemáticas em termos de sua condi-

ção sanitária e social. O último relatório da CAPES na área

de enfermagem evidenciou que dos 76 programas de pós

graduação

strictu sensu

, 43,3% destes estão concentrados na

região Sudeste, 26,1% na região Nordeste, 20,7% no Sul,

8,1% Centro Oeste e 1,8% no Norte do país.

Percebe-se portanto com estes dados uma disparidade em

termos da cobertura e distribuição dos programas de pós

graduação, estando historicamente concentrados

na região Sul e Sudeste, que tendem também

gozar de melhores indicadores de saúde com-

parados à região Norte dos pais. Assim, à luz

do princípio da equidade e até para se alcançar

um equilíbrio no desenvolvimento científico e

tecnológico, iniciativas vem sendo tomadas em

nível do projecto multicêntrico com vistas ao

progresso dessas regiões quanto à qualidade dos

seus serviços para a melhoria do acesso, orien-

tada por produções decorrentes do GEOTB e

GAAPS. Manaus está entre as principais capitais

brasileiras commaior número de casos de tuber-

culose e por sua vez, nela se concentra o núme-

romaior de óbitos por tuberculose (mortalidade

média entre os anos 2006 e 2015 foi em torno

de 3,7 casos para cada 100.000, acima da média

nacional que foi de 2,1).

O trabalho deArroyo (2017), parte do projecto

matriz, evidenciou a desigualdade na distribui-

ção da mortalidade por TB na referida cidade,

apontando as áreas mais críticas para morrer

de tuberculose (RR: 1,97, IC95%: 1,73-2,19),

constando nelas situações mais problemáticas

quanto às condições sociais, de oportunidades,

de renda, educação e renda; nessas regiões tam-

bém se observou baixa cobertura doTratamento

Diretamente Observado (DOT), importante

tecnologia de cuidado para garantia da continui-

dade e adesão ao tratamento.

Assim, resultados do trabalho orientam às po-

líticas públicas a redimensionar o problema,

ajustando assim a oferta das acções em função da

realidade epidemiológica

constatada.As

mortes

por tuberculose expressam um desajuste que

há entre a oferta de acções e as necessidades de

saúde de um território; áreas mais vulneráveis

(moradores de rua, pessoas confinadas, dependentes quí-

micos em áreas como “cracolândia”, imigrantes), não tem

recebido por parte do Estado ações emdoses que precisam,

a ponto de se chegar a morte, em contra-partida outras, em

que esse gradiente de necessidade é menor, há um investi-

mento mais que o suficiente.

Desse modo no projecto, por meio de mapas e estimado-

res, se cartografa a as mortes por tuberculose e seus deter-

minantes nas distintas regiões e mostra suas tendências em

médio e longo prazo, o que é muito profícuo para gestão

para a organização da oferta em função das necessidades e o

alcance da equidade.

Uma das premissas do projecto, é o investimento que se

faz em termos de capital humano, assim os pesquisadores

recebem formação em nível de pós graduação, produzindo

trabalhos embebidos pelo compromisso com a realidade sa-

nitária dos seus cenários, que gerem para a melhoria desses

Fig.3 -

Abrangência Projecto Multicêntrico – FAPESP-

A mortalidade por tuberculose e sua relação com as iniquidades sociais:um estudo multicêntrico”

(2015-2017)