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S35

A n a i s d o I HM T

Carden e Alkin) [15], o teórico que ini-

cialmente preconizou que não há ava-

liação sem valores, na medida em que o

trabalho da avaliação consiste em fazer

julgamento de valor acerca do objeto

em estudo. Este ramo subdivide-se em

dois: os objetivistas, segundo os quais

o avaliador tem o papel de avaliar com

valores e os subjectivistas, para quem a

valorização tem de acontecer num con-

texto de compreensão do “significado

subjetivo” da informação da avaliação.

Ao contrário dos objetivistas, estes teó-

ricos não fazem sozinhos o julgamento

de valorização; e

uso

– originalmente

direcionado para a avaliação e tomada

de decisão. Os primeiros teóricos nes-

te ramo informavam os agentes com

poderes para usar a informação, tipica-

mente os que haviam contratado a ava-

liação. Os teóricos que lhes seguiram

alargaram a preocupação do uso para

uma audiência mais ampla bem como

para a capacitação (formação) dentro

das próprias organizações alvo dos pro-

cessos de avaliação.

Os três ramos da árvore não são independentes, mas antes

apresentados de uma forma que reflete o carácter interati-

vo das suas relações mútuas.Cada teórico situa-se na árvore

num ramo que representa a sua ênfase principal entre os

três ramos. A versão revista de 2012 [18] integrou teóri-

cos Norte Americanos, Europeus e Australianos. Carden e

Alkin [15] adicionaram à árvore outras perspetivas de ou-

tras partes do mundo, que se encontram ligadas à árvore

original (Figura 1).

Embora reconhecendo que a teoria no campo da avaliação

é ainda incipiente nos Países de Baixa e Média Renda (

Low

and Midle Income Countries

– LMICs), o volume crescente de

avaliações nestes contextos justifica um primeiro exercício

na definição do que constitui avaliação para o desenvolvi-

mento e revisão da árvore de avaliação.

Os autores [15] realçam o facto de as raízes da avaliação nos

LMICs serem inicialmente as deixadas pelas Organizações

de Ajuda do Norte. Neste sentido, as raízes são institucio-

nais e não independentes e contextualmente garantidas por

uma perspetiva enraizada emMétodos,Valorização ou Uso.

E as abordagens impostas neste processo têm a sua origem

naAmérica do Norte ou na Europa e nos desenvolvimentos

na área da avaliação que aconteceram nesses países e não

nos LMICs. Mas à medida que a avaliação passou a ser usa-

da mais frequentemente nos LMICs e mais localizada, os

preceitos da avaliação (ou “teorias descritivas”) começaram

a refletir os contextos locais. E esta é uma das razões para

os autores admitirem a dificuldade de encontrar teóricos

individuais, porque os esforços de avaliação são coletivos,

cultural e politicamente contextualizados. Por esta razão, as

ligações à árvore original são um misto de teóricos indivi-

duais e contributos coletivos (e.g. 3ie -

International Initiative

for Impact Evaluation

; Mapeamento de Resultados –

Outcome

Mapping;

APRM –

The African Peer Review Mechanism; Citizen

Report Card –

desenhado para melhorar o acesso e desempe-

nho de serviços públicos).

Carden e Alkin [15] salientam ainda a importância de os

analistas da avaliação construírem conhecimento e docu-

mentação mais completos acerca da avaliação de desenvol-

vimento nomeadamente nos LMICs.

Como salientado por Chouinard e Hopson (no número

especial em análise) [2], existe uma distinção entre “meto-

dologias adoptadas” e “metodologias adaptadas” [15]. Em-

bora ambas tenham origem no Ocidente, as “metodologias

adoptadas” representam as abordagens coloniais à avaliação

e são desenhadas para satisfazer as exigências de respon-

sabilização das nações doadoras Ocidentais; as “metodo-

logias adaptadas” têmum foco colaborativo e são elaboradas

para responder às necessidades do contexto local. Carden e

Alkin [15] fazem ainda referência às “metodologias indíge-

nas”, ou seja, as que se desenvolveram no Sul global. Estas

metodologias parecem ser específicas da região e normal-

mente não são partilhadas entre regiões.

Um exemplo das “metodologias adaptadas” é precisamente

a avaliação do desenvolvimento, definida como a avaliação

que “

apoia o desenvolvimento da inovação para orientar a adap-

tação às realidades emergentes e dinâmicas em ambientes comple-

xos

” (Patton 2011 cit in Carden e Alkin 2012: 110) [15].A

Fonte: Adaptado de Carden, Fred e Alkin, Marvin C. (2012). Evaluation Roots: An International Pers-

pective.

Journal of MultiDisciplinary Evaluation,

Vol. 8, Number 17. January 2012, 102-118.

Fig.1 -

Árvore daTeoria da Avaliação – proposta original com teóricos Norte Americanos, Europeus e

Australianos, modificada com contributos do Sul global (individuais e coletivos)

Fonte: Adaptado de Carden, Fred e Alkin, Marvin C. (2012). Evaluation Roots: An International Perspective.

Journal

of MultiDisciplinary Evaluation,

Vol. 8, Number 17. Janua y 2012, 102-118.

Carden e Alkin [15] salientam ainda a importância de os analistas da avaliação construírem

conhecime to e documentação mais complet s acerca da avaliação de desenvolvimento

nomeadamente nos LMICs.

Como sali tado por Chouinard e Hopson (no número especial em análise) [2], existe uma

distinção entr “metodologias adopt das” e “metodol gias adaptadas” [15]. Embora ambas

tenham origem no Ocidente, as “metodologias adoptadas” representam as abordagens

coloniais à avaliação e são desenhadas para satisfazer as exigências de responsabilização das

nações doadoras Ocidentais; as “metodologias adaptadas” têm um foco colaborativo e são

elabor das para responder às neces idades do contexto local. Card n e Alki [15] faz m ainda

referência às “metodologias indígenas”, ou seja, as que se desenvolveram no Sul global. Estas

metodologias parecem ser específicas da região e normalmente não são partilhadas entre

regiões.

Um exemplo das “metodologias adaptadas” é precisamente a avaliação do desenvolvimento,

definida como a avaliação que “

apoia o desenvolvimento da inovação para orientar a

adaptação às realidades emergentes e dinâmicas em ambientes c mplexos

” (Patton 2011 cit in

Uso

Métodos

Valorização

Responsabilização

Social

Alkin

Inquérito

Social

Epistemologia

Fetterman

Preskill

King

Cousins

Chelimsky

Wholey

Boruch

Tyler

Cook

Cronbach

Weiss

Chen

Henry

&Mark

Levin

Greene

Mertens

Eisner

Patton

Stufflebeam

Rossi

Campbell

Lincoln &

Guba

House

Stake

Scriven

MudançasMais

Significativas

Avaliação do

Desenvolvimento

Mapeamentode

Resultados

Wadsworth

APRM

LFA/RBM

Owen

Williams

CitizenReport

Card

3ie

Funnell&

Rodgers

Vedung

Pawson&

Tilley

Carlsson

Wehipeihana

Parlett&Hamilton

MacDonald

RRA/PRA

Sistematização