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A n a i s d o I HM T
2 - Os eixos temáticos do OAPS são: Análise do Processo da Reforma Sanitária
Brasileira no Período 2007 a 2016;Acompanhamento de Iniciativas do Poder Legis-
lativo Federal em Saúde; Acompanhamento das Decisões Judiciais Relativas à Saú-
de; Estudos e Pesquisas em Políticas de Ciência,Tecnologia e Inovação em Saúde;
Estudos e Pesquisas em Atenção Primária e Promoção da Saúde; Trabalho e Edu-
cação na Saúde; Análise de Políticas de Saúde Voltadas para a Infância; Políticas de
Medicamentos, Assistência Farmacêutica eVigilância Sanitária; Análise de Políticas
de Saúde Bucal no Brasil;Análise Sócio-Histórica de Políticas de Saúde; Modelos de
Gestão Hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS); Mídia e Saúde.
3 - Veja-se, nesse particular, a teoria da tradução / translação, presente nos traba-
lhos de Bruno Latour, Michel Callon e outros autores, que problematiza a articu-
lação entre ciência, tecnologia e sociedade. O processo de tradução é fundamental
para a expansão e consolidação da rede sócio-técnica, formada por atores (actantes)
com identidades e interesses próprios, mas que se alinham de maneira crescente (a
partir do alinhamento de objetivos) e à medida em que a rede se consolida.
Fig.1 -
Arquitetura do Observatório de Análise Política em Saúde
(http://www.analisepoliticaemsaude.org/)
ao tempo em que apre-
senta os resultados da
análise em um formato
e linguagem mais aces-
síveis que as comunica-
ções científicas.
A terceira camada do
OAPS é aquela que
apresenta uma interfa-
ce mais imediata com
o usuário e a partir da
qual ele pode interagir.
Com o apoio de jorna-
listas e profissionais de
webdesigner
, é onde se
opera, de facto, a tra-
dução (ou translação)
da linguagem científica
e metodologicamente
mais hermética, para
uma linguagem orien-
tada principalmente
para o ato de comuni-
car
3
[26, 27]. As cone-
xões nesse nível são es-
tabelecidas através de:
a) notícias - que apre-
sentam e dão um tratamento específico à produção di-
vulgada pelo OAPS; b) textos de usuários do OAPS (so-
bretudo pesquisadores, até o momento) que analisam
e se posicionam frente a eventos ou factos da conjun-
tura, relacionados com as políticas de saúde (na seção
Debates e Pensamentos); c) entrevistas de convidados
do Observatório (em geral, indivíduos pertencentes ao
campo científico, mas com militância política no campo
da Saúde Coletiva); e) vídeos produzidos pelo Observa-
tório (documentários e outros).
Ressalta-se, nesse particular, as características preten-
didas pela comunicação em contexto de jornalismo di-
gital, em que se busca uma interação mútua e colabora-
tiva entre usuário e veículo de comunicação - no caso,
o Observatório [28]. É interessante refletir sobre essa
singular característica da tecnologia da qual se faz uso
no Observatório, pois ela está em sintonia e adequa-se
à perspetiva colaborativa da rede de pesquisadores que
integram o OAPS, rede esta constituída por um con-
junto heterogéneo de docentes e estudantes dos eixos
de pesquisa, com interesses, formas e intensidade de
participação e vinculação diversos, mas que se alinham
em torno dos princípios e objetivos comuns do OAPS.
Pode suspeitar-se, neste caso, que o Observatório re-
plica “para fora” aquilo que experiencia “para dentro”
ou, em outros termos, que o exercício do agir comu-
nicativo [29] na integração (real, mas que se dá através
da realidade virtual) dos pesquisadores, condição que
viabiliza a própria existência do OAPS, tem expressão
no mundo virtual, transcendendo as formas interativas
e colaborativas de comunicação na relação (externa)
entre pesquisador-usuário, relação esta que se dá me-
diante uso de tecnologia digital.
Como bem assinalamTeixeira e Paim [25],
“…
a implantação do site do OAPS (…) representa uma mu-
dança tecnológica que incide sobre a organização do processo
de trabalho da Rede de pesquisa (…) e implicou na defini-
ção de mecanismos de sistematização e difusão de informações
científicas e políticas que ultrapassam o formato tradicional de
artigos em periódicos, capítulos e livros, cujo tempo editorial