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S18

Artigo Original

investigação de uma instituição. Numa pequena organi-

zação sem fins lucrativos e envolvida em alguns projetos

de investigação, uma pessoa dedicada pode completar

o relatório RFI em menos de um dia e ter o acordo

interno final no dia seguinte. Em agências nacionais de

inovação, organizações multinacionais ou corporações

com vastos orçamentos para I&D, a preparação do re-

latório pode exigir uma equipa de 6 pessoas para com-

pilar todos os dados, e até 6 meses para submeter um

relatório ao CEO.

No entanto, existem duas considerações fundamentais

que podem indicar que a questão de “quanto tempo e

esforço são necessários para produzir o relatório RFI”

pode não ser a melhor pergunta para colocar e respon-

der.

Em primeiro lugar, todos os tópicos abrangidos pelo

RFI são dimensões essenciais de organizações de inves-

tigação eficazes e eficientes. Por isso, se a sua organiza-

ção não tiver a informação para responder a estas ques-

tões, é de facto um grande investimento na melhoria do

funcionamento da sua instituição.

Por exemplo: se a sua instituição não tem uma política

organizacional clara que especifica como a avaliação da

ética na investigação em países estrangeiros com par-

ceiros estrangeiros tem de ser realizada, a sua reputa-

ção pode correr um sério risco. Através da avaliação de

políticas e práticas institucionais, e comparando-as com

as melhores práticas globais, a sua instituição pode pre-

venir estes riscos tanto internos como em relação aos

seus parceiros, assim como a potenciais participantes

em estudos.

Em segundo lugar, o tempo que demora a responder a

uma questão é muito reduzido quando comparado com

o que é necessário em muitos casos para mudar a políti-

ca ou prática institucional. O RFI simplesmente indica

uma área para melhoria – mas concordar acerca dela e

atingir essa meta pode demorar anos.

Por exemplo, uma agência de inovação nacional de lar-

ga escala num país de médio rendimento aplicou o RFI.

Ao responder ao indicador 2.10.3. “Auditoria Financei-

ra Externa”, esta agência indicou que utilizou um stan-

dard de contabilidade aceitável a nível local. Depois de

reflexão posterior com a equipa RFI do COHRED, fi­

cou claro que perto de 50% do seu orçamento anual de

investigação era derivado de financiamento estrangeiro,

e portanto seria recomendável que esta instituição mu-

dasse os seus standards contabilísticos para um modelo

globalmente aceite. Neste caso, responder à questão

demorou menos de um minuto, mas mudar o standard

contabilístico pode perfeitamente demorar 3 anos antes

da sua implementação. No entanto, isto foi visto pelo

Executivo como um benefício chave de utilizar o RFI, e

esta decisão foi apoiada.

O que significa afirmar que o RFI é uma

“ferramenta de adequação”?

As páginas web dos Recursos do RFI

(http://rfi.co- hred.org/resources)

listam muitos artigos, diretrizes,

ferramentas, templates e até acordos internacionais que

devem influenciar a forma como as parcerias de inves-

tigação são construídas, mantidas, desenvolvidas, mo-

nitorizadas e avaliadas. A análise RFI requer que tome

nota destes recursos existentes, e que aplique um ou

mais – ou adapte um ou mais – para melhorar a sua

política e prática de parcerias institucionais.

Desta forma, o RFI é uma ferramenta que melhora a

“adequação a diretrizes, políticas e práticas existentes”.

O RFI não desenvolve novas diretrizes onde estas já

existem. Pelo contrário, encoraja a partilha de expe-

riências e melhorias a estas diretrizes através do Portal

Web do RFI – que pode muito bem levar a novas e me-

lhoras diretrizes, standards e benchmarks ao longo do

tempo.

Outra forma através da qual o RFI pode ser usado como

uma ferramenta de adequação é através do requerimen-

to de que os beneficiários de financiamento de investi-

gação se tornem instituições que implementam o RFI.

Isto iria fornecer alguma segurança ao financiador ou

ao governo de países de instituições financiadas, por

exemplo, de que várias abordagens das melhores prá-

ticas de investigação são explicitamente tomadas em

conta, e as melhores são selecionadas para colaborações

individuais.

Por exemplo: atualmente, uma Fundação Nacional de

Ciência, uma fundação que financia investigação em

corporações, e um ramo regional do governo com res-

ponsabilidades no financiamento da investigação estão

a considerar requerer que a organização que lidera al-

guma parceria financiada se torne numa instituição que

aplica o RFI.

O RFI é também aplicável para além da investigação em

saúde? Pode ser usado em colaborações de ciência mais

genericamente?

A resposta curta é “Sim – o RFI é uma ferramenta ge-

nérica – ele aplica-se a todos os tipos de parcerias e

colaborações em investigação, ciência e inovação.”

O RFI foi inicialmente desenvolvido no âmbito do do-

mínio alargado de “investigação sobre saúde” – simples-

mente porque foi nesse domínio que o COHRED de-

senvolveu a sua competência desde 1993. No entanto,

desde 2004 que esse trabalho foi consideravelmente

estendido para o domínio mais vasto da “investigação e

inovação para saúde, equidade e desenvolvimento”. Isto

pode incluir virtualmente qualquer campo de ciência,

e o RFI foi desenhado para cobrir esta área muito mais

vasta.