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Artigo Original
investigação de uma instituição. Numa pequena organi-
zação sem fins lucrativos e envolvida em alguns projetos
de investigação, uma pessoa dedicada pode completar
o relatório RFI em menos de um dia e ter o acordo
interno final no dia seguinte. Em agências nacionais de
inovação, organizações multinacionais ou corporações
com vastos orçamentos para I&D, a preparação do re-
latório pode exigir uma equipa de 6 pessoas para com-
pilar todos os dados, e até 6 meses para submeter um
relatório ao CEO.
No entanto, existem duas considerações fundamentais
que podem indicar que a questão de “quanto tempo e
esforço são necessários para produzir o relatório RFI”
pode não ser a melhor pergunta para colocar e respon-
der.
Em primeiro lugar, todos os tópicos abrangidos pelo
RFI são dimensões essenciais de organizações de inves-
tigação eficazes e eficientes. Por isso, se a sua organiza-
ção não tiver a informação para responder a estas ques-
tões, é de facto um grande investimento na melhoria do
funcionamento da sua instituição.
Por exemplo: se a sua instituição não tem uma política
organizacional clara que especifica como a avaliação da
ética na investigação em países estrangeiros com par-
ceiros estrangeiros tem de ser realizada, a sua reputa-
ção pode correr um sério risco. Através da avaliação de
políticas e práticas institucionais, e comparando-as com
as melhores práticas globais, a sua instituição pode pre-
venir estes riscos tanto internos como em relação aos
seus parceiros, assim como a potenciais participantes
em estudos.
Em segundo lugar, o tempo que demora a responder a
uma questão é muito reduzido quando comparado com
o que é necessário em muitos casos para mudar a políti-
ca ou prática institucional. O RFI simplesmente indica
uma área para melhoria – mas concordar acerca dela e
atingir essa meta pode demorar anos.
Por exemplo, uma agência de inovação nacional de lar-
ga escala num país de médio rendimento aplicou o RFI.
Ao responder ao indicador 2.10.3. “Auditoria Financei-
ra Externa”, esta agência indicou que utilizou um stan-
dard de contabilidade aceitável a nível local. Depois de
reflexão posterior com a equipa RFI do COHRED, fi
cou claro que perto de 50% do seu orçamento anual de
investigação era derivado de financiamento estrangeiro,
e portanto seria recomendável que esta instituição mu-
dasse os seus standards contabilísticos para um modelo
globalmente aceite. Neste caso, responder à questão
demorou menos de um minuto, mas mudar o standard
contabilístico pode perfeitamente demorar 3 anos antes
da sua implementação. No entanto, isto foi visto pelo
Executivo como um benefício chave de utilizar o RFI, e
esta decisão foi apoiada.
O que significa afirmar que o RFI é uma
“ferramenta de adequação”?
As páginas web dos Recursos do RFI
(http://rfi.co- hred.org/resources)listam muitos artigos, diretrizes,
ferramentas, templates e até acordos internacionais que
devem influenciar a forma como as parcerias de inves-
tigação são construídas, mantidas, desenvolvidas, mo-
nitorizadas e avaliadas. A análise RFI requer que tome
nota destes recursos existentes, e que aplique um ou
mais – ou adapte um ou mais – para melhorar a sua
política e prática de parcerias institucionais.
Desta forma, o RFI é uma ferramenta que melhora a
“adequação a diretrizes, políticas e práticas existentes”.
O RFI não desenvolve novas diretrizes onde estas já
existem. Pelo contrário, encoraja a partilha de expe-
riências e melhorias a estas diretrizes através do Portal
Web do RFI – que pode muito bem levar a novas e me-
lhoras diretrizes, standards e benchmarks ao longo do
tempo.
Outra forma através da qual o RFI pode ser usado como
uma ferramenta de adequação é através do requerimen-
to de que os beneficiários de financiamento de investi-
gação se tornem instituições que implementam o RFI.
Isto iria fornecer alguma segurança ao financiador ou
ao governo de países de instituições financiadas, por
exemplo, de que várias abordagens das melhores prá-
ticas de investigação são explicitamente tomadas em
conta, e as melhores são selecionadas para colaborações
individuais.
Por exemplo: atualmente, uma Fundação Nacional de
Ciência, uma fundação que financia investigação em
corporações, e um ramo regional do governo com res-
ponsabilidades no financiamento da investigação estão
a considerar requerer que a organização que lidera al-
guma parceria financiada se torne numa instituição que
aplica o RFI.
O RFI é também aplicável para além da investigação em
saúde? Pode ser usado em colaborações de ciência mais
genericamente?
A resposta curta é “Sim – o RFI é uma ferramenta ge-
nérica – ele aplica-se a todos os tipos de parcerias e
colaborações em investigação, ciência e inovação.”
O RFI foi inicialmente desenvolvido no âmbito do do-
mínio alargado de “investigação sobre saúde” – simples-
mente porque foi nesse domínio que o COHRED de-
senvolveu a sua competência desde 1993. No entanto,
desde 2004 que esse trabalho foi consideravelmente
estendido para o domínio mais vasto da “investigação e
inovação para saúde, equidade e desenvolvimento”. Isto
pode incluir virtualmente qualquer campo de ciência,
e o RFI foi desenhado para cobrir esta área muito mais
vasta.