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A n a i s d o I HM T
Tendo em conta as origens do COHRED, o RFI foi
criado com o objetivo de melhorar a saúde, equidade
e desenvolvimento globais. No entanto, com pequenas
modificações, também é perfeitamente adequado para
ser usado em outras áreas de colaboração em ciência.
Como viemos a descobrir, melhorar a equidade é tam-
bém uma vantagem estratégica em centros de pesquisa,
instituições e corporações, tendo como pressuposto
que uma maior equidade resulta em maior eficiência,
parcerias duradoras, menos conflitos, maior entendi-
mento e menos riscos com a reputação institucional. O
RFI é, dessa forma, de relevo para todos os agentes en-
volvidos em colaborações de investigação em qualquer
parte do mundo, independentemente da sua duração –
apesar de o objetivo ser inicialmente aumentar a capa-
cidade de investigação e inovação de países de baixo e
médio rendimento. O seu impacto geral deve resultar
em práticas de investigação e sistemas de inovação mais
eficazes em todos os países do mundo, de forma a lidar
com os importantes desafios de desenvolvimento e saú-
de ao nível local, regional e global, agora e no futuro.
O Guia de Implementação do RFI
O Guia de Implementação Institucional do RFI foi de-
senvolvido de forma a facilitar a tarefa a qualquer par-
ceiro de investigação para este começar a produzir um
relatório RFI anual ou bienal. Assim que a “instituição”
– através da qual se entende qualquer corporação, or-
ganização de investigação ou académica, financiadores
ou departamentos governamentais – decidir que o RFI
deve tornar-se parte da sua análise institucional, este
guia irá ajudá-la a desenvolver o sistema e a infraestru-
tura para fazê-lo de forma eficiente e com o maior im-
pacto possível.Assim, o guia de Implementação do RFI
partilha as lições adquiridas até à data acerca de como
beneficiar do relatório RFI para melhor gerir as parce-
rias de investigação, criar standards para a equidade e
colaboração entre instituições e parceiros de pesquisa,
construindo colaborações capazes de fomentar saúde,
equidade e desenvolvimento em países de baixo e mé-
dio rendimento. Ele é indicado para todos os colabora-
dores de investigação em seis grupos essenciais:
Departamentos governamentais com responsabilidades
fundamentais no apoio e desenvolvimento de investiga-
ção, incluindo (mas não limitado a) Ministérios da Ciên-
cia eTecnologia, Saúde e Educação Superior
Agências Nacionais de Investigação e Inovação
Instituições e Organizações académicas e de investigação
Divisões de investigação e organizações do setor priva-
do/indústria
Financiadores da investigação, patrocinadores e filantro-
pias
Outros stakeholders chave tais como grandes ONGs,
organizações internacionais e multinacionais para o de-
senvolvimento que promovem e utilizam investigação
global para a saúde
No âmbito de todos estes grupos devem existir mem-
bros fundamentais do staff que irão ser responsáveis por
promover a adoção do RFI mas, provavelmente, os mais
importantes são os pesquisadores e Chefes de Equipas
que habitualmente iniciam, cuidam e mantêm as par-
cerias. É com eles que a perceção da necessidade do
RFI habitualmente começa e são eles que conseguem
envolver todos os atores previamente mencionados,
despertando nestes o seu interesse tendo em vista os
benefícios internos e externos, contribuindo para um
mundo de investigação mais justo e capaz.
Com tantos atores diferentes envolvidos em investiga-
ção e inovação global, e com tantos diferentes modelos
organizacionais e formas de trabalhar, é impossível criar
um Guia de Implementação universalizante que não
seja genérico. No entanto, é relativamente fácil trans-
formar as suas sugestões num modelo pragmático de
um sistema para análise institucional que:
- Produza o seu próprio relatório com um custo eficiente;
- Seja capaz de gerar ações e mudanças com base nos
resultados do Relatório;
- Ofereça transparência e compromisso com a equidade.
Requisitos de relatório do RFI
O guia do relatório do RFI fornece um quadro de análi-
se pragmático para definir “equidade” nas colaborações
e parcerias de investigação. Através de uma extensa
consulta global, os seus requisitos foram definidos com
base neste quadro de análise, em que as parcerias de in-
vestigação equitativas são caracterizadas por três fatores
essenciais:
Equidade de Oportunidade
Processo Equitativo
Partilha equitativa de Benefícios, Custos e Resultados
Cada um destes três “domínios” de equidade pode ser
analisado através de cinco elementos ou tópicos chave
que dizem respeito a “Oportunidade”, “Processo”, “Be-
nefício”, “Custo” e “Partilha de Resultados”. Por sua vez,
cada tópico pode ser avaliado por 5 indicadores – para
nos certificarmos de que todos os aspetos relevantes são
incluídos. Nesse sentido, o relatório é construído atra-
vés da recolha, compilação e análise do comportamento
e políticas organizacionais nestas 45 áreas, começando
com uma análise de cada indicador da seguinte forma:
dar respostas específicas de acordo com o que é soli-
citado em cada tópico; documentação de apoio para