Table of Contents Table of Contents
Previous Page  10 / 119 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 10 / 119 Next Page
Page Background

S10

Editorial Convidado

têm sido desenvolvidas por um

número de órgãos nacionais –mas

caso não viva nesses países ou não

leia francês, muito provavelmen-

te nunca ouviu falar do KFPE,

CCGHR, ou IRD [3,4,5]. E mes-

mo que conheça estas diretivas –

elas são habitualmente vagas e a

sua implementação é difícil de ava-

liar. (“Tratar os outros com respei-

to pela diversidade cultural” é um

exemplo: claro, devemos fazê-lo,

mas como é que isto é traduzido

na prática? E, mesmo que isto seja

feito, como é que um financiador

avalia se tal foi feito, e de forma

adequada?)

Para além das recomendações,

existem ferramentas práticas que ajudam a alterar as re-

lações de poder nas negociações – modelos de contratos,

modelos para os acordos relativos aos testes clínicos – estas

foram consideradas tão importantes que o governo do Rei-

no Unido criou umwebsite específico para ajudar as univer-

sidades britânicas a negociar os contratos com a indústria [6]

e o COHREDdesenvolveu um serviço de contratação equi-

tativa [7]. Estas ferramentas, no entanto, são raras, e lidam

apenas com um dos vários aspetos das boas parcerias.

Do outro lado do espectro existem instrumentos ‘juridica-

mente vinculativos’, como acordos de comércio e proprie-

dade intelectual, ou o protocolo Nagoya que define o acesso

à diversidade genética e partilha de benefícios da investiga-

ção e inovação sobre a biodiversidade. [8] Apesar de serem

muito importantes – esses acordos internacionais neces-

sitam de anos de negociação e são muito complexos para

implementar e monitorizar – mesmo entre parceiros bem

intencionados, e são aplicáveis apenas em países signatários

de um acordo específico.

Um aspeto fundamental em falta na gestão das parcerias de

investigação é um mecanismo que crie transparência, per-

mita uma aprendizagem global acerca do que realmente

funciona, e que promova a utilização de melhores práticas,

standards acordados ou novas benchmarks.

A Iniciativa para a Equidade na Investigação (RFI) (https://

rfi.cohred.org)

foi desenvolvida para fazer precisamente

isso.As

organizações signatárias do RFI (na saúde e noutras

áreas)

reportam acerca do que fazem atualmente e de como pla-

neiam melhorar as suas práticas nos próximos 2 anos

– focando-se

nos 15 aspetos mais importantes das colaborações de inves-

tigação.

Os indicadores do Relatório RFI são relevantes para todos

os principais stakeholders institucionais: departamentos go-

vernamentais, agências nacionais de investigação e inovação,

organizações académicas e de investigação, financiadores de

investigação e de corporações.Quantomais instituições par-

ticiparem e prepararem relatórios a partir da sua perspeti-

va, mais dados são recolhidos, aumentando a aprendizagem

global.

Por esse motivo, a CPLP tem um incentivo fundamental

para considerar incluir o RFI como uma ferramenta chave

nas colaborações de investigação e ciência – entre os pró-

prios países da CPLP e entre os países da CPLP e o resto

do mundo. Os potenciais benefícios mais importantes se-

rão colaborações de investigação mais produtivas e com um

maior nível de confiança, ummaior impacto nas agendas de

desenvolvimento nacionais e regionais, maior transferência

tecnológica e de capacidades, e uma distribuição mais justa

dos benefícios da ciência nos e entre os países.

O COHRED tem liderado as consultas e debates globais

sobre a Iniciativa para a Equidade na Investigação com o ob-

jetivo de criar uma ferramenta independente e globalmente

aplicável que não só complemente as iniciativas nacionais

mas de facto crie uma base global de evidências [9] que possa

levar a novos standards, benchmarks e melhores práticas na

investigação global em saúde.

Esquema do Relatório do RFI

Domínios

de

Equidade

1. Equidade de Oportunidade (“antes da investigação”

2. Processo Equitativo (durante a investigação)

3. Partilha Equitativa de Benefícios, Custos e Resultados

(“depois da investigação”)

15 Tópicos

5 tópicos em cada domínio

Indicadores

3 Indicadores por tópico

Formato

do Relatório

1. O que está a ser feito agora

2. Documentação, Exemplos

3. Planos para melhorar em 2

anos

www.cohred.com

Fig. 2

Bibliografia

1. Sustainable Development Goals.

http://www.un.org/sustainabledevelopment/

sustainable-development-goals/

2. L.N.Developing Partnerships.How high-quality research collaborations are helping

countries improve their nascent science infrastructure in different ways. Nature Index.

2015. Collaborations. S60 – S63.

3. KFPE’s Guide for Transboundary Research Partnerships. https://naturalsciences.

ch/organisations/kfpe/11_principles_7_questions

4. Principles for Global Health Research.

http://www.ccghr.ca/resources/princi-

ples-global-health-research/

5. Ethique et Parité. Institute de Recherche pour le Développement, France. http://

www.ird.fr/l-ird/ethique-et-parite

6. LambertToolkit.

https://www.gov.uk/guidance/university-and-business-collabo-

ration-agreements-lambert-toolkit

7. Fair Research Contracting.

http://www.cohred.org/frc/

8. Nagoya Protocol.

https://www.cbd.int/abs/about/

9. Research Fairness Initiative – Global Evidence Base.

http://rfi.cohred.org/rfi-

-evidence-base/