mente sensível às questões de equidade, Luís V. La-
pão e Ricardo Arcêncio, em “Boas práticas de equi-
dade em investigação em Saúde Pública: exemplos
do Brasil e Portugal”, aplicam o quadro de referên-
cia do RFI para melhor mapear as práticas de inves-
tigação equitativa nos dois países e a forma como
a adoção de modelos colaborativos mais rigorosos
ajuda a mitigar os desafios da sua complexidade e
falta de recursos.
Luciana Caroline Albuquerque Bezerra, Eronil-
do Felisberto, Juliana Martins Barbosa da Costa,
Marcella de Brito Abath e Zulmira Hartz analisam
“a gestão do conhecimento no contexto de uma
emergência em Saúde Pública: o caso da síndrome
congénita do Zika vírus, em Pernambuco, Brasil”,
tendo como foco estratégias de desenvolvimento,
disseminação e uso do conhecimento influenciando
ações e decisões emergenciais em contexto organi-
zacional.
Em “Equidade e governança: análise da política de
pesquisa e inovação em saúde no Brasil”, as autoras,
Antónia Angulo-Tuesta e Zulmira Hartz, explicam
como a saúde no Brasil melhorou notavelmente,
fruto das transformações e mudanças em termos de
desenvolvimento do país e no próprio sistema as-
sistencial, mas ainda assim, salientam a manutenção
de disparidades regionais, socioeconómicas, étnicas
e de género afetando a saúde da população, e que
necessitam ser consideradas no financiamento da
investigação e translação de conhecimento .
Ana Claudia Figueiró, Maria Aparecida dos Santos,
Marly Marques da Cruz, Juliana Ubarana e Zulmi-
ra Hartz analisam a “Implementação de um sistema
de monitoramento e avaliação de âmbito federal: o
caso do e-Car no Departamento de Monitoramento
e Avaliação do Sistema Único de Saúde (SUS) - Sis-
tema de monitoramento e avaliação para o SUS”,
para tomada de decisão, mas que requer esforço
contínuo para que seja eficaz em todo o seu poten-
cial.
Ana Cristina Garcia, Sónia Dias, Daniela Alves, João
de Almeida Pedro, Maria Hermínia Cabral e Zulmi-
ra Hartz, apresentam-nos nesta edição os resulta-
dos da avaliação externa a seis edições de estágios
de curta duração em Portugal para profissionais de
Saúde dos PALOP e Timor-Leste, promovidos pela
Fundação Calouste Gulbenkian. Os resultados são
claramente positivos considerando-se que os 42
profissionais oriundos dos PALOP e Timor-Leste
que responderam ao questionário, regressaram ao
respetivo país de origem após o estágio com indica-
dores desejáveis do fortalecimento de capacidades,
mudanças comportamentais e institucionais.
Um estudo de caso em Moçambique, de Mie Oka-
mura, Sónia Dias e Zulmira Hartz, sobre a “avalia-
ção de projetos de fortalecimento de capacidades às
políticas e práticas em saúde”, analisa o Projeto de
Resposta ao VIH na Província de Gaza, com o obje-
tivo de compreender como foram efetivamente im-
plementadas as estratégias de coordenação, descen-
tralização e comunicação no seu alinhamento com
as necessidades dos parceiros e da comunidade.
António Carvalho, João Arriscado Nunes e Zulmira
Hartz fazem uma síntese sobre uma base de evi-
dências recentemente criada no âmbito do RFI em
“Saúde para o desenvolvimento, parcerias de inves-
tigação e equidade: uma revisão de literatura”, ar-
tigo que elenca algumas das melhores práticas nes-
te âmbito e conclui pela necessidade de adoção de
padrões e modelos em áreas como financiamento,
gestão de ciência, definição de prioridades ou par-
tilha de benefícios, que promovam maior igualdade
nessas colaborações internacionais.
Este suplemento dos ANAIS encerra com três in-
teressantes notas de investigação. No 1º artigo -
“Fortalecimento dos Comités de Bioética nos países
africanos de língua portuguesa”, João Schwalbach,
Esperança Sevene, Ema Cândida Branco Fernandes,
Isabel Inês Monteiro de Pina Araújo, Helena Perei-
ra de Melo, Amilcar Bernardo Tomé da Silva, Ema-
nuel Catumbela, Jahit Sacarlal, Jorge Seixas, Maria
Chimpolo, Rassul Nala, Tazi Nimi Maria, Zulmira
Hartz e Maria do Rosário Oliveira Martins falam-
-nos da iniciativa norte-sul que pretende fortalecer
a capacidade de elaboração e revisão de projetos
através da melhoria das capacidades institucionais
dos comités de ética/bioética de Angola, Cabo Ver-
de e Moçambique, para maior eficiência da investi-
gação em saúde, na clínica e da promoção de ativi-
dades em rede.
Paula C. Sousa Saraiva, André Pereira Neto e Zul-
mira Hartz, em “Parcerias colaborativas e inovado-
ras na gestão do Conhecimento para o Desenvol-
vimento Sustentável, no âmbito da Iniciativa para
a Equidade na Investigação: o Projeto MedTROP -
IHMT/FIOCRUZ”, explicam a importância deste
trabalho ligado à Agenda 2030 das Nações Unidas,
com base num compromisso solidário no combate
às doenças negligenciadas que potencie a sua dispo-
nibilização em acesso aberto na promoção da lite-
racia digital a cidadãos e profissionais.
Miguel Lanaspa e Márcia Melo Medeiros na 3ª nota
- “Microbioma respiratório saudável: um projeto
inovador na primeira coorte de nascimento em An-
gola”, explicam como a coorte será uma estrutura
de investigação capaz de atrair fundos, promover a
investigação translacional e criar oportunidades de
formação de investigadores angolanos, uma abor-
Editorial