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A n a i s d o I HM T

não só na estratégia europeia

Health for Growth Pro-

gramme [23], mas também nas estratégias de vários países.

Permite ainda identificar a saúde global como uma área de

crescente importância nas estratégias de saúde dos países eu-

ropeus. Uma preocupação partilhada com as estratégias de

saúde de Portugal, embora em Portugal a integração com

as estratégias do Ministério de Negócios Estrangeiros não

tenho sido tão bem conseguida como na Alemanha, Noruega

e Suíça.

Verifica-se a recorrência na Europa dos vários temas sobre os

quais incidem os planos e estratégias nacionais: a eficiência

dos SSS; as doenças não transmissíveis; os ambientes; o ciclo

de vida, facilitando a aprendizagem de Portugal com as boas

práticas dos outros Estados europeus.

Salienta-se a importância atribuída à referência a valores

orientadores das estratégias de saúde. Portugal, como a gran-

de maioria dos EM estudados neste relatório, realça valores

como solidariedade, equidade, universalidade, sustentabili-

dade, intersetorialidade, proporcionalidade, transparência,

participação e a saúde como um direito, o que contribui para

reforçar a soberania do doente/utente.

Torna-se possível identificar a tensão entre sistemas que pro-

curam garantir acesso universal a alguns serviços (geralmen-

te sistemas de tendência bismarckiana) vs. sistemas de acesso

universal (como os tendencialmente beveredgianos).

Com o presente estudo, é possível conhecer formas de re-

forçar a participação. A participação, elevada muitas vezes à

categoria de valor, é reconhecida como da maior importân-

cia não só em Portugal, em que os processos participativos

têm vindo a ser reforçados e melhorados de ciclo para ciclo

de planeamento, mas em muitos outros países que têm con-

seguido formalizar mecanismos para garantir a participação

dos utentes no planeamento (vide exemplos da Alemanha,

Dinamarca, Holanda e Suécia).

Por outro lado, reconhece-se a preocupação generalizada

com a sustentabilidade dos SSS. Essa preocupação tem leva-

do geralmente a respostas em termos de reduzir a despesa,

aumentar a receita, ou reduzir o desperdício. Nos países ten-

dencialmente bismarckianos a resposta passa pelo ajuste do

pacote de benefícios a que se tem direito. Um mecanismo

pouco usado nos países tendencialmente beveredgianos, mas

que deveria ser mais seriamente considerado.

Com a presente análise comparativa é possível verificar a

nomenclatura confusa quanto ao sentido atribuído a termos

como planeamento, políticas, planos, programas, estraté-

gias, etc. Esta situação tinha sido vivida em Portugal durante

o segundo ciclo de planeamento [87], mas podemos verifi-

car que é generalizada, realçando a relevância de trabalhar

com parceiros europeus para consolidar uma nomenclatura

própria. É possível também recolhecer o défice da capacida-

de de PES; défice muito realçado na Grécia e Hungria, por

exemplo, mas não menos óbvio em Portugal.

Apesar disto, verifica-se que o PES é cada vez mais

value-

and evidence-based

, refletindo os imperativos morais, sociais,

económicos, epidemiológicos e sanitários para promover e

proteger a saúde e garantir o bem-estar da Humanidade.

Agradecimentos

À DGS pelo financiamento do estudo.

A Rosa Ferrinho pelo apoio na pesquisa bibliográfica.

7 - Identificado pela OCDE como sendo uma área mercedora de maior atenção em

Portugal apesar dos avanços recentes (OECD, 2014)

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