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vestimentos e Despesas de Desenvolvimento da Adminis-

tração Central) atualmente coordenado pela ACSS (Admi-

nistração Central do Sistema de Saúde). O MS publica, de

forma irregular, listas de equipamentos de alta tecnologia

existentes no país e sua localização de forma a permitir

identificar défices de acesso a alta tecnologia. A aquisição

de equipamentos para o SNS carece da autorização prévia

do MS. O planeamento de infraestruturas hospitalares e

de ambulatório não está sistematizado, assim como o pla-

neamento de recursos humanos é limitado à definição de

numerus clausus

para admissão à universidade para algumas

licenciaturas, como a de medicina, à abertura de vagas para

os internatos complementares, e à abertura de concursos

para recrutamento de acordo com vagas institucionais.

Observa-se uma maldistribuição de recursos que levaram a

tentativas

ad hoc

de recrutamento no estrangeiro e à emer-

gência de uma política de incentivos para atrair profissio-

nais para regiões deficitárias [24].

Em relação ao PES em Portugal, começa a emergir alguma

literatura relevante [7, 8, 18, 21, 25].

Políticas e Planeamento da Saúde na Europa

No outono de 1998 o Comité Regional da OMS na Europa

adotou um plano de saúde até 2020 com 21 metas, e revisto

em 2012 [22]. De uma forma global, pretende-se maximizar

os ganhos em saúde em todos os Países europeus. O quadro

de referência identifica duas metas principais: promover e

proteger a saúde ao longo do ciclo de vida; e reduzir a in-

cidência de doenças e acidentes e aliviar a dor e sofrimento

que lhes estão associados.

Este Plano de Saúde Europeu tem por base moral três valo-

res básicos: a saúde como um direito humano básico; equida-

de em saúde na base de uma responsabilidade coletiva ativa;

e participação e responsabilidade em relação às atividades

dos cuidados de saúde (CS).

Para a implementação do Plano reconhecem-se 4 tipos de

atividades: multidisciplinares; gestão do desempenho; solu-

ções coordenadas; participação social.

Este Plano é a base de muitos dos atuais PNS analisados neste

relatório.

Estudos prévios de PNS na Europa

Numa das raras publicações sobre avaliação de estratégias na-

cionais de saúde na Europa, de Inglaterra, Fulop et al. (2000)

[75], realçam:

A estratégia nacional como um núcleo ao qual são adicio-

nados outras estratégias;

A adoção das estratégias nacionais por iniciativas como as

Cidades Saudáveis;

A valorização da ação intersetorial;

O incremento de ações de promoção da saúde;

A nível central é enfatizada a necessidade de:

Articulação com a ação governativa;

Coordenação e facilitação da implementação;

Comunicação;

Apoio de uma base evidencial para uma implementação efe-

tiva;

Cativação de recursos;

Implementação partilhada com sociedade civil e governo

local:

O que resulta em muitos modelos de implementação.

Em 2005, Ferrinho, numa análise não publicada do PE em 17

países europeus, apresenta os seguintes resultados:

Todos definiam áreas prioritárias: pelo menos 50% dos

planos nacionais europeus incluíam: solidariedade/coesão

social, equidade, ciclo de vida, saúde mental, doenças trans-

missíveis, doenças não transmissíveis, violência e acidentes e

ambiente sustentável;

Todos identificavam metas de saúde (embora nem todos

tivessem metas

smart

4

);

Todos tinham planos de monitorização;

11 Apresentavam planos para infraestruturas;

9 Especificavam planos de financiamento;

Só metade fazia referência a valores orientadores;

Só 1 foi aprovado como lei e 2 tinham partes legisladas.

Os horizontes temporais dos planos estratégicos de saúde

variavam entre os 4 e os 22 anos; 12 dos 17 planos anali-

sados tinham um horizonte temporal igual ou superior a

10 anos.

Outro estudo não publicado pelo ACS de Portugal

(2010), apresentado no 3º Fórum Nacional de Saúde,

comparou os PNS de 5 países europeus: Reino Unido

(RU) (Escócia, Inglaterra), Estónia, Finlândia, Noruega

e França. Os PNS do RU enfatizavam o acesso, os cui-

dados centrados no cidadão, o combate às desigualdades

em saúde, a liberdade de escolha e a gestão da doença.

O RU e a Noruega abordaram as questões de participa-

ção dos cidadãos nos sistemas de saúde. A Estónia e a

Noruega enfatizavam o estabelecimento de indicadores

nacionais de qualidade. A Estónia realçava ainda a saú-

de ambiental e ocupacional e o

ehealth

. Posteriormente

este estudo foi alargado a 12 países e publicado no mi-

crosite do PNS

5

Objetivos

Com este documento pretende-se uma comparação dos di-

ferentes PNS dos países Europeus da Organização de Coope-

ração e de Desenvolvimento Económico (OCDE).

O estudo centra-se na comparação do processo de pla-

neamento e de documentos estratégicos de política de

saúde (âmbito nacional) dos países europeus da OCDE,

por exemplo PNS, Estratégias Nacionais, entre outros.

Artigo Original