![Show Menu](styles/mobile-menu.png)
![Page Background](./../common/page-substrates/page0046.png)
44
Discussão
A análise genética por
RAPD-PCR
foi desenvolvida de forma a
estudar a variabilidade genética entre diferentes estirpes ge-
ográficas ou isolados de
Schistosoma
[15, 16, 22]. Num estudo
realizado porTsai
et al
. (2000) esta técnica foi capaz de iden-
tificar diferenças genéticas entre estirpes de
S. mansoni
de
diferentes áreas geográficas que tinham sido referidas como
sensíveis ou tolerantes ao praziquantel [17]. Para a realização
deste estudo seleccionámos 10 dos 20
primers
utilizados por
Tsai
et al
(2000) verificando que esta metodologia não só
é válida para estirpes de diferentes localizações geográficas,
mas também para estirpes laboratoriais, sendo possível ob-
ter um padrão de bandas com diferenças polimórficas entre
estirpes.
Dos 10
primers
testados, 7 (sete) deles deram um padrão po-
limórfico especifico para cada estirpe. No trabalho realizado
por Tsai
et al
(2000) os 10
primers
demonstraram um bom
nível de amplificação, sendo úteis para estudos de diversi-
dade genética de
S. mansoni
de murganhos com diferente
ba-
ckground
genético e imunológico. Com este estudo verificá-
mos que sete destes
primers
também são úteis para distinguir
estirpes com diferente sensibilidade ao PZQ [15, 16, 17].
Dos
primers
utilizados, o OPI-5 mostrou ser aquele que me-
lhor diferencia a estirpe sensível da resistente, seguindo-se os
primers
Opi-6 e OPI-9. Estes resultados levam-nos a sugerir
que estes três
primers
poderão ser bons marcadores para estu-
dos de populações de
S. mansoni
laboratoriais ou de campo.
Era esperado que os valores do coeficiente de similaridade
estivessem próximos de 1, pois a estirpe ER é uma estirpe
que deriva da estirpe sensível, com a qual foi comparada,
sendo por isso esperado que o perfil de ambas fosse muito
próximo [20, 21].Surpreendente, para sete dos oito
primers
com perfil de bandas, o coeficiente de similaridade variou
entre 0,87 e 0,25, com um valor médio de 0,67. Estes va-
lores são extremamente baixos e sugerem que o parasita
consegue adaptar-se ao fármaco, desenvolvendo resistência/
tolerância ao PZQ, o que poderá explicar o crescente núme-
ro de casos humanos reportados de insucesso terapêutico.
Conclusões
Os dados obtidos neste trabalho sugerem que
S. mansoni
consegue criar uma tolerância/resistência ao PZQ e que a
técnica de
RAPD-PCR
permite, efectivamente identificar a di-
versidade genética associada a esta adaptação. A compreen-
são destes polimorfismos genéticos associados à resistência
poderão contribuir para a identificação de futuras sequências
específicas relacionadas com a resistência/tolerância de
S.
mansoni
ao tratamento por PZQ, o que permitiria a identifi-
cação no campo de parasitas tolerantes/resistentes e distin-
guir entre casos de fármaco-resistência e casos de reinfec-
ção, possibilitando o tratamento adequado para os doentes
de cada um destes casos.
A Organização Mundial de Saúde alerta para o aparecimento
de populações de
Schistosoma spp
resistentes ao PZQ e reco-
menda uma constante vigilância [9], pelo que este e outros
estudos são de extrema importância para a identificação de
sequências associadas à tolerância/resistência para melhor
compreensão do(s) potenciais mecanismo(s) de tolerância ao
PZQ, contribuindo para o desenvolvimento de novos schis-
tosomicidas e para novas estratégias de controlo da schisto-
somose.
Agradecimentos
Ao Doutor Pedro Ferreira por todos os conselhos, críticas
e sugestões.
8
com 5 bandas comuns para ambas as estirpes e duas bandas polimórficas apenas presentes
na estirpe resistente.
Tabela 1
–
Coeficiente de similaridade (S)
OPI-3 OPI-5 OPI-6 OPI-7 OPI-8 OPI-9 OPI-12 OPI-18
Nº de bandas
partilhadas 5
1
5
5
3
3
3
4
Nº de bandas
presentes na
ES e
ausentes na
ER
0
3
2
0
1
1
0
0
Nº de bandas
presentes na
ER e
ausentes na
ES
2
3
3
0
1
2
2
3
Coeficiente
de
similaridade
(S)
0,83
0,25
0,67
1
0,75
0,67
0,75
0,73
4.
Discussão
A análise genética por
RAPD-PCR
foi desenvolvida de forma a estudar a variabilidade
genética entre diferentes estirpes geográficas ou isolados de
Schistosoma
[15, 16, 22]. Num
estudo realiza o por Tsai et al. (2000) esta técnica foi capaz de identificar diferenças
genéticas entre estirpes de
S. mansoni
de diferentes áreas geográficas que tinham sido
referidas como sensíveis ou tolerantes ao praziquantel [17]. Para a realização deste estudo
seleccionámos 10 dos 20
primers
utilizados por Tsai et al (2000) verificando que esta
m todologia não só é válida para estirpes de diferentes localizações geográfic s, mas
também para estirpes laboratoriais, sendo possível obter um padrão de bandas com
diferenças polimórficas entre estirpes.
Dos 10
primers
testados, 7 (set ) deles dera um padrão polimórfico especifico par cada
estirpe. No trabalho realizado por Tsai et al (2000) os 10
prim rs
demonstraram um bom
nível de amplificação, sendo úteis para estudos de diversidade genética de
S. mansoni
de
murganhos com diferente
background
genético e imunológico. Com este estudo
Tabela 2 -
Coeficiente de similaridade (S)
Artigo Original