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Discussão

A análise genética por

RAPD-PCR

foi desenvolvida de forma a

estudar a variabilidade genética entre diferentes estirpes ge-

ográficas ou isolados de

Schistosoma

[15, 16, 22]. Num estudo

realizado porTsai

et al

. (2000) esta técnica foi capaz de iden-

tificar diferenças genéticas entre estirpes de

S. mansoni

de

diferentes áreas geográficas que tinham sido referidas como

sensíveis ou tolerantes ao praziquantel [17]. Para a realização

deste estudo seleccionámos 10 dos 20

primers

utilizados por

Tsai

et al

(2000) verificando que esta metodologia não só

é válida para estirpes de diferentes localizações geográficas,

mas também para estirpes laboratoriais, sendo possível ob-

ter um padrão de bandas com diferenças polimórficas entre

estirpes.

Dos 10

primers

testados, 7 (sete) deles deram um padrão po-

limórfico especifico para cada estirpe. No trabalho realizado

por Tsai

et al

(2000) os 10

primers

demonstraram um bom

nível de amplificação, sendo úteis para estudos de diversi-

dade genética de

S. mansoni

de murganhos com diferente

ba-

ckground

genético e imunológico. Com este estudo verificá-

mos que sete destes

primers

também são úteis para distinguir

estirpes com diferente sensibilidade ao PZQ [15, 16, 17].

Dos

primers

utilizados, o OPI-5 mostrou ser aquele que me-

lhor diferencia a estirpe sensível da resistente, seguindo-se os

primers

Opi-6 e OPI-9. Estes resultados levam-nos a sugerir

que estes três

primers

poderão ser bons marcadores para estu-

dos de populações de

S. mansoni

laboratoriais ou de campo.

Era esperado que os valores do coeficiente de similaridade

estivessem próximos de 1, pois a estirpe ER é uma estirpe

que deriva da estirpe sensível, com a qual foi comparada,

sendo por isso esperado que o perfil de ambas fosse muito

próximo [20, 21].Surpreendente, para sete dos oito

primers

com perfil de bandas, o coeficiente de similaridade variou

entre 0,87 e 0,25, com um valor médio de 0,67. Estes va-

lores são extremamente baixos e sugerem que o parasita

consegue adaptar-se ao fármaco, desenvolvendo resistência/

tolerância ao PZQ, o que poderá explicar o crescente núme-

ro de casos humanos reportados de insucesso terapêutico.

Conclusões

Os dados obtidos neste trabalho sugerem que

S. mansoni

consegue criar uma tolerância/resistência ao PZQ e que a

técnica de

RAPD-PCR

permite, efectivamente identificar a di-

versidade genética associada a esta adaptação. A compreen-

são destes polimorfismos genéticos associados à resistência

poderão contribuir para a identificação de futuras sequências

específicas relacionadas com a resistência/tolerância de

S.

mansoni

ao tratamento por PZQ, o que permitiria a identifi-

cação no campo de parasitas tolerantes/resistentes e distin-

guir entre casos de fármaco-resistência e casos de reinfec-

ção, possibilitando o tratamento adequado para os doentes

de cada um destes casos.

A Organização Mundial de Saúde alerta para o aparecimento

de populações de

Schistosoma spp

resistentes ao PZQ e reco-

menda uma constante vigilância [9], pelo que este e outros

estudos são de extrema importância para a identificação de

sequências associadas à tolerância/resistência para melhor

compreensão do(s) potenciais mecanismo(s) de tolerância ao

PZQ, contribuindo para o desenvolvimento de novos schis-

tosomicidas e para novas estratégias de controlo da schisto-

somose.

Agradecimentos

Ao Doutor Pedro Ferreira por todos os conselhos, críticas

e sugestões.

8

com 5 bandas comuns para ambas as estirpes e duas bandas polimórficas apenas presentes

na estirpe resistente.

Tabela 1

Coeficiente de similaridade (S)

OPI-3 OPI-5 OPI-6 OPI-7 OPI-8 OPI-9 OPI-12 OPI-18

Nº de bandas

partilhadas 5

1

5

5

3

3

3

4

Nº de bandas

presentes na

ES e

ausentes na

ER

0

3

2

0

1

1

0

0

Nº de bandas

presentes na

ER e

ausentes na

ES

2

3

3

0

1

2

2

3

Coeficiente

de

similaridade

(S)

0,83

0,25

0,67

1

0,75

0,67

0,75

0,73

4.

Discussão

A análise genética por

RAPD-PCR

foi desenvolvida de forma a estudar a variabilidade

genética entre diferentes estirpes geográficas ou isolados de

Schistosoma

[15, 16, 22]. Num

estudo realiza o por Tsai et al. (2000) esta técnica foi capaz de identificar diferenças

genéticas entre estirpes de

S. mansoni

de diferentes áreas geográficas que tinham sido

referidas como sensíveis ou tolerantes ao praziquantel [17]. Para a realização deste estudo

seleccionámos 10 dos 20

primers

utilizados por Tsai et al (2000) verificando que esta

m todologia não só é válida para estirpes de diferentes localizações geográfic s, mas

também para estirpes laboratoriais, sendo possível obter um padrão de bandas com

diferenças polimórficas entre estirpes.

Dos 10

primers

testados, 7 (set ) deles dera um padrão polimórfico especifico par cada

estirpe. No trabalho realizado por Tsai et al (2000) os 10

prim rs

demonstraram um bom

nível de amplificação, sendo úteis para estudos de diversidade genética de

S. mansoni

de

murganhos com diferente

background

genético e imunológico. Com este estudo

Tabela 2 -

Coeficiente de similaridade (S)

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