S98
Descrição da oficina
A oficina iniciou-se com uma introdução realizada pela Clau-
de Pirmez e parceiros de financiamento do programa do
Grand Challenges Brasil
, nomeadamente o Ministério da Saú-
de e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico
(
CNPq).A mensagem geral realçou a importân-
cia de se aproveitar esta oportunidade para contribuir para
o avanço da pesquisa nas áreas de saúde materna e infantil,
maximizando os resultados de projetos conduzidos pelos in-
vestigadores mais proeminentes nestas áreas, e promovendo
a incorporação dos resultados e produtos gerados no sistema
público de saúde.
Uma maior cooperação entre os projetos
Os investigadores principais dos 19 projetos apresentaram
os desenvolvimentos atuais de suas pesquisas numa sessão in-
terativa com a plateia. Em seguida, todos os investigadores
foram encorajados a refletir sobre formas de expandir a cola-
boração e a utilização dos recursos existentes, nomeadamen-
te explorando sinergias entre temas semelhantes no âmbito
das duas fases de financiamento, na partilha de recursos e
tecnologias, na harmonização de indicadores e abordagens
para melhor integrar os dados encontrados. Os investiga-
dores realçaram a importância de desenvolver mecanismos
para sistematizar as lições aprendidas, especialmente na
transmissão e partilha das aprendizagens da primeira fase de
financiamento
Reduction of Preterm Birth
, aos projetos finan-
ciados na segunda fase
All ChildrenThriving
. Uma das propos-
tas concretas avançadas que pode contribuir para esse objeti-
vo seria criar uma plataforma
online
para envolver ainda mais
os investigadores em discussões científicas, no compartilhar
informações e reforçar a rede colaborativa.
Translação do conhecimento
Essa etapa reforçou a importância de traduzir e aplicar os re-
sultados obtidos no programa
Grand Challenges Brasil
em inter-
venções, produtos ou serviços no sistema de saúde pública e
efetivamente chegar ao usuário final, facilitada por duas espe-
cialistas: Ana Claudia Figueiró, que introduziu o quadro con-
ceptual e Sónia Dias, que apresentou a sua experiência de tra-
dução do conhecimento sob o ponto de vista do pesquisador.
Ressaltou-se a translação do conhecimento como oportu-
nidade para reduzir o fosso entre os que produzem conhe-
cimento (pesquisadores) e os que irão beneficiar com esse
conhecimento (profissionais de saúde, decisores políticos
e sociedade em geral). A discussão produzida procurou res-
ponder a duas principais questões: 1) Como maximizar o
impacto dos resultados dos projetos, ou seja, como é que os
resultados podem ter maior impacto do que aquele que nor-
malmente se observa? 2) Como incorporar o conceito de
translação do conhecimento dos projetos de investigação em
curso, utilizando os recursos que cada projeto tem atribuídos?
O grupo concluiu que alguns dos projetos foram intuitiva-
mente aplicando a translação do conhecimento nas suas pes-
quisas, embora frequentemente estas iniciativas não estejam
sistematizadas ou documentadas.
Embora a translaçãodo conhecimento tenha vindo a ser umcom-
ponente cada vez mais valorizado nos processos internacionais
de financiamento,os investigadores identificaramalguns desafios
para implementar esteprocessonos seus projetos,nomeadamen-
te os baixos orçamentos, as fracas parcerias entre pesquisadores
e a falta de familiaridade com o conceito. Um
gap
que poderá
ser trabalhado no âmbito do presente projeto, como destacou
a gestora do programa
Grand Challenges Brasil
, Claude Pirmez.
Numa atividade interativa visando a aplicação do conceito, foi
solicitado que cada grupo de investigadores se identificasse com
um dos principais interessados nos resultados das pesquisas, isto
é, financiadores, gestores, profissionais de saúde e usuários. Co-
locando-se na posição de “interessados”, cada equipa de pesquisa
deveria identificar e responder às seguintes questões:
- Que resultados e processos do seu projeto interessam a cada
um desses públicos?
- De que forma o projeto vai partilhar os resultados/produtos?
- Quem será o responsável pelas atividades de compartilha-
mento dos resultados/produtos?
- Que estratégias utilizariam para comunicar e divulgar os re-
sultados e produtos?
- De que forma o projeto pretende avaliar o uso dos resulta-
dos?
As questões expressam os itens previstos no instrumento para
reflexão e elaboração do projeto de translação do conhecimen-
to, que deverá ser desenvolvido por cada grupo de pesquisa.
A atividade permitiu a cada equipa ‘sentir e pensar’ como os
diferentes usuários do conhecimento produzido e entender o
que é relevante para eles.
Como melhor comunicar os resultados
Para desenvolver e consolidar uma melhor comunicação com
o público-alvo, uma das dificuldades identificadas durante a
dinâmica anterior, foi incluída uma sessão de comunicação ao
programa da oficina. Maria Paola de Salvo, gestora da comu-
nicação da GHS
,
facilitou a discussão sobre a importância de
comunicar os resultados do projeto e estabelecer um diálo-
go com um conjunto diversificado de partes interessadas. A
apresentação abordou questões sobre a quem se comunicar,
que mensagens transmitir e que formas esses diálogos devem
assumir, considerando a necessidade de traduzir os resulta-
dos da investigação em linguagem e formatos direcionados
para diversos públicos, incluindo as comunidades afetadas
pela pesquisa, profissionais de saúde e os decisores políticos.
Big Data
e ciência aberta