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Introdução
As bibliotecas têm afirmado a sua presença na sociedade atra-
vés dos tempos e das diversas épocas, funcionando como cen-
tros do saber e do conhecimento e polos de desenvolvimento
da ciência, da cultura e da própria evolução da humanidade, ao
gerir, organizar e conservar a informação com valor e relevân-
cia patrimonial para que possa ser reutilizada como memória
futura pelas novas gerações.
Para Jorge Luís Borges [4], a Biblioteca constituía a própria
representação do universo, o início e o fim das coisas e a orde-
nação perfeita dos saberes que geram conhecimento.
Nesta linha de pensamento de Borges, “a biblioteca exis-
te ab aeterno”[4], a biblioteca é infinita, nunca se extinguirá,
sabendo por si mesma como contornar a adversidade e criar
sustentabilidade de modo a cruzar espaço e tempo, sofrer mu-
tações e a continuar sempre presente na vida humana, funcio-
nando em simultâneo como berço guardião e como transmis-
sora do saber inteligível. Assim, a biblioteca perdurará para
além da existência humana, porque o conhecimento ainda que
em constante transformação, também é infinito.
Deste modo, Saraiva [18] evidencia que falar da história das
bibliotecas, sobretudo da importância que assumem hoje para
a comunidade académica as bibliotecas universitárias, não de-
verá ser apenas ummero enumerar de dados cronológicos que
se sucedem, nem de confinar a sua missão, à definição tradi-
Figura 1.
Biblioteca de Fujimoto – Japão
Imagem recolhida em:
https://www.architectural-review.com/today/musashino-art-university-library-by-sou-fujimoto-architects-tokyo-japan/8606133.articlecional do seu conceito, de acordo com a sua terminologia gre-
ga (Biblioth
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k
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que significa depósito de livros), mas antes um
exercício de evidenciar as mudanças e tendências que ao longo
da história estiveram subjacentes ao evoluir do conhecimento
e à sua transformação, ou seja, as necessidades dos utilizadores
da informação, que podemos aferir, desde o ato simples na
antiguidade, de registar na pedra de argila os cálculos do dia-a-
-dia, a necessidade de guardar os registos diários, as memórias
e as histórias em lugar seguro (a Biblioteca) para prova e trans-
missão futura (a reutilização do conhecimento pelas gerações
futuras), até à sociedade da informação em pleno século XXI
envolta em ambientes híbridos, onde a biblioteca é fonte di-
fusora do saber em ambientes digitais e impressos, tem uma
ação educativa, interativa e participativa junto da comunidade,
que vai além da sua missão como gestora de coleções e de pre-
servação da memória. Saraiva [18] refere a este propósito que
as bibliotecas universitárias, são atualmente centros de gestão
do conhecimento e espaços de interação colaborativa (“labo-
ratórios de aprendizagem”) estruturados nos mais diversos ti-
pos de suporte (físicos e digitais) e utilizando os mais diversos
equipamentos e recursos para conceber novos serviços e con-
teúdos quer sejam impressos ou digitais, fixos ou móveis, na
nuvem ou sensoriais assumindo caraterísticas híbridas e crian-
do estreitas sinergias na comunidade científica, empresarial,
social, e desta forma conectando, passado presente e futuro.
Esta transformação advém da mudança das reais necessidades
Big Data
e ciência aberta