S107
Suplemento dos Anais do IHMT
vestigadores e informáticos. É neste contexto também, que a
inteligência artificial tem vindo a assumir relevância nas biblio-
tecas no âmbito da representação dos documentos (catalogação,
classificação,
thesauri
, indexação e catálogos em linha), na me-
lhoria das estratégias de pesquisa e na formulação das questões
geradas pelos utilizadores para apoio à tomada de decisão.
Uma das principais vantagens na utilização destes sistemas está
relacionada com a melhoria do desempenho dos utilizadores,
pois é possível aos utilizadores colocarem as questões em lin-
guagem natural e estas serem processadas pelo sistema para uma
linguagem de indexação compreendida pelo computador (ana-
lisador semântico), devolvendo ao utilizador a informação de
auxílio à tomada de decisão, num curto espaço de tempo e com
a qualidade e pertinência desejadas.
Relativamente à recuperação da informação, Quaresma [17],
propõe a pesquisa pelo conteúdo semântico dos documentos,
através de uma interpretação dos documentos (representação
semântica) com recurso a uma ontologia e que represente o
conhecimento e as suas relações. Deste modo a interpretação
da interrogação formulada pelo utilizador, será feita tendo em
consideração a ontologia.
A
web
semântica pode ser utilizada nas bibliotecas com vanta-
gem para os seguintes fins:
a) Para organizar e representar os documentos
(cata-
logação, classificação,
thesauri
, indexação e catálogos em linha).
Na catalogação, pode ser aplicada aos vocabulários controlados e
thesaurus
sistematizando e relacionando todos os dados de prove-
niências diferentes, uniformizando-os.Neste processo o recurso
às ontologias permite uma maior precisão na definição dos con-
ceitos e suas relações.
b) No desenvolvimento das coleções das bibliotecas
,
sobretudo no campo digital, ajudando a clarificar tipos de for-
matos e de etiquetas.
c) Para aumentar a eficácia das estratégias de pes-
quisa
e interpretar commaior eficácia, qualidade e pertinência
as questões colocadas pelos utilizadores num menor espaço de
tempo.
d) Na Indexação automática de documentos digitais
,
projetos de tradução automática e gestão de grandes quantida-
des de informação (
Big Data
).
e) Na interoperabilidade
com outros sistemas permitin-
do relacionar significados de conceitos entre bases de dados e
arquivos diferenciados e gerir grandes quantidades de dados e
informação.
II. Preservação digital e curadoria de dados
Breeding [5], define preservação digital como a implementa-
ção de procedimentos e medidas, que permitam manter no
futuro os materiais do presente intactos e acessíveis através
de dados e metadados, recorrendo a normas internacionais
como o OAIS (
Open Archive Information System
) que permitem
assegurar uma sobrevivência a longo prazo dos documentos
digitais.
A produção, gestão e manuseamento de uma larga dimen-
são de dados científicos diariamente pelos investigadores,
tornam imprescindível a curadoria de dados, uma vez que
este processo, tal como é definido pelo
Digital Curation
Centre
(http://
.www.dcc.ac.uk)permite assegurar a sus-
tentabilidade e a durabilidade no tempo dos dados cien-
tíficos de modo a que possam ser acedidos e reutilizados,
agrupados ou transformados.
Os dados científicos são únicos e irrecuperáveis em caso de
perda ou destruição e comprometem toda a investigação
pois constituem elemento de prova. Assim as agências de
financiamento são cada vez mais intransigentes e exigem
aos investigadores que os dados científicos sejam preser-
vados em repositórios científicos de modo a ficarem aces-
síveis e serem recuperáveis e reutilizáveis no futuro. As
bibliotecas podem assumir aqui um papel preponderante
na definição de procedimentos de curadoria e preservação
institucional integrando equipas intra e interinstitucionais
de modo gerir da forma mais adequada recursos e investi-
mento necessário.
Frequentemente se confunde o conceito “preservação di-
gital” com o conceito de “curadoria digital” sendo que a
preservação digital é apenas uma das fases que integra todo
o ciclo de vida da “curadoria digital “. Deste modo, a cura-
doria digital engloba todo um ciclo de vida dos documen-
tos, que se torna essencial quando se fala de preservação e
reutilização de dados científicos.
O ciclo de vida da curadoria digital é composto por uma
sequência de fases várias fases que se sucedem: i) con-
ceptualização; ii) criação; iii) acesso e uso; iv) avaliação
e seleção; v) supressão; vi) inclusão; vii) preservação;
viii) reavaliação; ix) armazenamento; x) acesso e reutili-
zação e Transformação.
3 - “Digital fluency means not only being able to use the most recente social media
and networking technology to produce and share, bu also acquiring the ability to
understand complex issues, such as identity management and commodification of
participation” (ACRL 2016)
Figura 3.
Modelo do ciclo de vida da Curadoria Digital in:
ww w.dcc.ac.ukAs Bibliotecas Académicas como Centros de Gestão de Informação e Conhecimento – Novas Tendências e pe
de d envolvimento. O caso da Biblioteca do IHMT.
integra do equipas intra e i terinstitucionais de modo gerir da forma mais adequada r
e investimento necessário.
Frequentemente se confunde o conceito “preservação digital” com o conceito de “cu
digital” sendo que a preservação digital é apenas uma das fases que integra todo o c
vida da “curadoria digital “. Deste modo, a curadoria digital engloba todo um ciclo
dos documentos, que se torna essencial quando se fala de preservação e reutilização d
cie íficos.
O ciclo de vida da c radoria digital é composto por uma sequência de fases várias fa
se sucedem: i) conceptualização; ii) criação; iii) acesso e uso; iv) avaliação e sele
supressão; vi) inclusão; vii) preservação; viii) reavaliação; ix) armazenamento; x) a
eutilizaçã e Transformação.
3
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Model do ciclo de vida da
doria D gital
in: ww.dcc.ac.ukA finalidade da curadoria digital é em suma, assegurar a sustentabilidade, durabi
qualidade e validade dos dados científicos no futuro, para que possam ser aced
reutilizados, agrupados ou transformados sendo que este processo, envolve vária
desde o seu planeamento e criação dos próprios dados, à sua descrição através dos met
(representação da informação), à preservação e curadoria a longo prazo dos dad
pressupõe uma prévia avaliação e seleção de dados, ao arquivo em repositório ou ce
dados, às ações de preservação a longo prazo, que mantenham os dados íntegros e fiá