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S108

A finalidade da curadoria digital é em suma, assegurar a

sustentabilidade, durabilidade, qualidade e validade dos

dados científicos no futuro, para que possam ser acedi-

dos e reutilizados, agrupados ou transformados sendo

que este processo, envolve várias fases desde o seu pla-

neamento e criação dos próprios dados, à sua descrição

através dos metadados (representação da informação),

à preservação e curadoria a longo prazo dos dados que

pressupõe uma prévia avaliação e seleção de dados, ao

arquivo em repositório ou centro de dados, às ações de

preservação a longo prazo, que mantenham os dados ín-

tegros e fiáveis, ao acesso, utilização e reutilização dos

dados e por fim à transformação dos dados originais, em

novos dados.

III. Ciência aberta

A existência de uma maior democratização no acesso à

informação científica, bem como a rapidez com que se

acede à informação através das novas tecnologias, poten-

ciou a partilha do conhecimento em redes colaborativas

na

web

, nos repositórios e disseminou em modo gratui-

to a produção científica através de projetos de partilha

de informação em acesso livre denominados de

Acesso

Aberto” ou

Open Access

.

Em Portugal e reforçando esta tendência, em fevereiro de

2016, o Ministério da Ciência,Tecnologia e Ensino Supe-

rior, publicou normas orientadoras no sentido de adotar

e implementar uma Política Nacional de Ciência Aberta

[13] através da publicação de um documento contendo os

primeiros princípios orientadores com metas traçadas a

três anos (2016-2018

4

), e intitulado “Ciência aberta, co-

nhecimento para todos”.

Entre os principais objetivos, procurou-se fomentar a co-

laboração da comunidade cientifica nacional nas políticas

e estratégias de ciência aberta no plano europeu, incluin-

do ao nível do projeto

European Science Cloud

,

5

tentando

igualmente aprofundar-se a colaboração com os países

da CPLP e reforçar esta dimensão no âmbito do relan-

çamento do Programa Ciência Global e de iniciativas de

apoio ao conhecimento para o desenvolvimento.

A 11 de Abril de 2016, estas intenções foram reforçadas

através da publicação da Resolução do Conselho de Mi-

nistros nº 21/2016 que define como principais atribui-

ções da Política Nacional da Ciência Aberta [16]:

i)

O Acesso Aberto

às publicações resul-

tantes de investigação

financiada por fundos

públicos,

ii)

O acesso aberto

aos dados científicos

resultantes de inves-

tigação financiada por

fundos públicos,

iii)

A garantia da preservação das publicações e dos da-

dos científicos por forma a permitir a sua reutilização e

acesso continuado.

Podemos assim observar que o compromisso governa-

mental português no domínio da ciência e ensino supe-

rior segue as tendências de desenvolvimento apresenta-

das pela ACRL [1,2,3] e tem vindo a dar cumprimento

às metas estabelecidas pela Política Nacional de Ciência

Aberta nomeadamente no que diz respeito ao impulso

dado aos repositórios de produção cientifica nacional

onde se incluem os dados científicos.

A Biblioteca do IHMT

- Centro de Gestão de Informação

e Conhecimento: perspetivas

de desenvolvimento

Sendo uma biblioteca universitária inserida numa escola

centenária, herdeira de um valioso património institucional,

proveniente da antiga escola colonial tropical, esta biblioteca

condensa em si, um duplo desafio, de ser em simultâneo,

uma biblioteca universitária que no presente está em cons-

tante adaptação perante os novos estímulos da sociedade da

informação e das novas tecnologias emergentes e atenta às

necessidades de ensino e investigação da sua comunidade

académica e por outro lado constitui-se como um reposi-

tório da memória institucional que deve ser preservada em

condições de ser reutilizada futuramente para gerar novo co-

nhecimento e nova ciência ao alcance de todos.

Uma das primeiras referências à Biblioteca e ao museu do

IHMT é encontrada no

Regulamento da Escola de Medicina

Tropical, Decreto de 24 de Dezembro de 1902 [14], onde

o

museu e a biblioteca são caracterizados no capítulo XI, arti-

go 42º e são identificados como unidades de apoio ao ensino

na dependência direta dos docentes das disciplinas de Pato-

logia Clínica e de Higiene e Climatologia. Este regulamento

hoje faz parte do acervo museológico do Instituto

6

.

Em 1930, a Biblioteca da Escola de Medicina Tropical ocu-

pava um espaço nobre no edifício da Cordoaria, estando

este local documentado em fotografia

e cujo mobiliário

transitou posteriormente para o novo edifício inaugurado

em 1958 na rua da Junqueira.

Com a Direção do Professor Fraga de Azevedo [6: 29] sur-

Figura 4.

Fotografia a cores da Biblioteca IHMT. Setembro de 2016 (foto da autora)

Big Data

e ciência aberta