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Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP
O poder funcional da CPLP no quadro da saúde
CPLP functional power in the health sector
Manuel Clarote Lapão
Diretor de Cooperação no Secretariado Executivo da CPLP
Editorial
Convidado
Se os países se unem, desde logo, por afinidades linguís-
ticas e culturais, nada de mais natural que os Países de
Língua Portuguesa se unissem num projeto comum - para
a defesa da língua, desde logo, e, gradualmente, para coo-
perarem aos mais diversos níveis. Se estranheza pode ha-
ver quanto à criação da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), decorrerá somente do facto de ter
nascido tão tarde. A criação da CPLP foi, portanto, uma
inevitabilidade histórica.
No dia 17 de Julho de 1996 nasce então a CPLP e, desde
essa data, que de forma coerente e consequente, se vem
assistindo ao reforço dos laços entre os Estados membros
que constituem, nas palavras do filósofo Agostinho da Sil-
va, uma “placa linguística de povos de língua portuguesa
- semelhante às placas que constituem o planeta e que
jogam entre si a base da criação de uma comunidade”.
Se bem que a CPLP esteja ainda aquém do sonho de Agos-
tinho da Silva – pois não é ainda uma verdadeira comuni-
dade lusófona – nem por isso deixa de ser um projeto em
que os seus Estados membros devam continuar a apostar
enquanto desígnio estratégico.
A caminho dos seus 20 anos, que se celebram em 2016, a
CPLP deverá continuar a fortalecer-se, numa perspetiva
de baixo para cima, ao nível da sociedade civil, promo-
vendo o sentido de uma cidadania lusófona e reforçando
os laços culturais, sociais, económicos, políticos e de coo-
peração que, mais do que juntar, unem, por concertação e
cooperação os nossos Estados.
A Declaração constitutiva da CPLP retoma o sonho inicial
e partindo de “valores perenes” como a paz, democracia
e estado de direito, direitos humanos, desenvolvimento e
justiça social”, estabelece uma preocupação com o “futuro
coletivo dos seus países”, comprometendo-se a “reforçar
os laços de solidariedade e de cooperação que os unem,
conjugando iniciativas para a promoção do desenvolvi-
mento económico e social dos seus povos e para a afirma-
An Inst Hig MedTrop 2016; 15 (Supl. 1): S7- S10