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região extra-amazónica: casos importados (479/534; 55%
do Brasil e 45% África e Ásia) e autóctones (55/534). Nos
casos de malária importada os doentes encontram-se fre-
quentemente parasitados por
P. falciparum
ou infeção mista
e apresentam um quadro clínico de maior gravidade. Os ca-
sos de malária autóctone são causados por
P. vivax
e ocorrem
geralmente em doentes que vivem ou visitam áreas junto à
mata atlântica e coabitam com o vetor
An. cruzii
(malária da
bromélia). Discutiu a importância do diagnóstico precoce
na diminuição da morbilidade/mortalidade. Referiu o risco
acrescido de morte (190 vezes em 2014) nos doentes com
malária extra-amazónica, relativamente aos casos de malá-
ria autóctones, que se encontra associado a diversos fatores
(desconhecimento dos profissionais de saúde, diagnóstico
tardio, infeção por
P. falciparum
, sobreposição de casos de
malária e dengue) e alertou para a importância do diagnós-
tico diferencial nestas regiões. Fez referência a diversos es-
tudos casos de malária extra-amazónica tendo sugerido a
hipótese da malária das bromélias constituir uma potencial
zoonose. O palestrante terminou a sessão deixando o desafio
de transpor que se coloca na região extra-amazónica e que
consiste na urgente consciencialização dos profissionais de
saúde para o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado
dos casos de malária.
A sessão de Mesa Redonda dedicada às
"Doenças Trans-
mitidas por Carraças"
, sob coordenação da Investiga-
dora Ana Domingos (IHMT) e moderação do Investigador
Gervásio Bechara (UNESP, Brasil) foi desenvolvida com o
intuito de abordar a prevalência, desafios, avaliação de ris-
cos e o desenvolvimento de estratégias sobre este grupo de
doenças negligenciadas. Estas patologias que vêm sendo cada
vez mais reconhecidas como importantes ameaças em ter-
mos de saúde pública e animal.
A sessão teve início com uma apresentação de Ana Domin-
gos sobre os vários trabalhos desenvolvidos pelo seu grupo.
Foram abordados vários temas, desde estudos epidemioló-
gicos de vários parasitas e os seus vetores até ao desenvolvi-
mento de vacinas, nomeadamente em
Babesia
, recorrendo a
abordagens de genómica e transcriptómica, que permitem
um melhor conhecimento da interação vetor-parasita.
A segunda palestra proferida por Margarida Silva (Investi-
gadora no INSA, Portugal) incidiu no efeito das alterações
climáticas na distribuição de vetores ixodídeos, e por conse-
guinte, na incidência e prevalência de infeções transmitidas
por estes vetores em Portugal.
A sessão prosseguiu com a palestra proferida pelo Investiga-
dor Gervásio Bechara sobre a experiência brasileira na apli-
cação de vacinas anti-carraça para controlo da população ve-
torial assim como das doenças transmitidas, tendo referido
alguns resultados obtidos em estudos conduzidos por várias
instituições no Brasil.
As sessões desta Mesa Redonda continuaram com a palestra
proferida por Elisa Álvarez (Univ. de Vigo, Espanha), "Ba-
besiosis in Europe: a neglected disease", na qual foi apre-
sentado uma revisão de casos humanos reportados no con-
tinente europeu até à data; seguida das palestras "Assessing
the contribution of shorebirds to the epidemiological cycle
of
Borrelia garinii
" por Sara Pardal (Univ. de Coimbra) e
"O
papel dos vertebrados silvestres na manutenção de
ixodídeos (Acari:Ixodida) e agentes a estes associa-
dos"
pela Investigadora Ana Sofia Santos (INSA).
A mesa redonda subordinada ao tema das novas tecnologias
no diagnóstico e prevenção de doenças transmitidas por ve-
tores, coordenada pelo Professor Miguel Viveiros (IHMT)
e moderada pelo Professor Xavier Fernandez-Busquets
(IBEC/ISGlobal, Barcelona, Espanha), onde foi dado parti-
cular enfoque a aplicações de nanotecnologia.
Na primeira apresentação da sessão, Xavier Fernandez-Bus-
quets falou sobre a nanotecnologia na terapêutica e profi-
laxia da malária. O seu grupo de investigação concentra-se
na descoberta e desenvolvimento de novos vetores, novos
compostos e novas terapias para a malária, que atuem através
de mecansimos radicalmente distintos dos convencionais por
forma a contrariar a crescente quimioresistência. Na apre-
sentação, descreveu o desenvolvimento de nanovetores que
fazem o aporte de anticorpos que reagem especificamente
com eritrócitos infetados promovendo a sua destruição. Na-
novetores lipossomais, nanovetores com uma base de polia-
midoaminas e nanovetores com uma base de polissacarídeos
derivados de heparina, todos eles permitem maior capacida-
de de aporte, o que se traduz numa redução significativa da
parasitemia.A apresentação termina com a promessa de que
numa próxima apresentação nos mostrará resultados acerca
de novos fármacos que são mais eficazes que estes anticorpos
para promover a morte dos eritrócitos infetados, e deixou a
mensagem de que a nanomedicina não é um mito da ciência
aeroespacial e que, dado o seu custo reduzido, tem imensas
potencialidades para ser aplicável em países em vias de de-
senvolvimento.
Na segunda apresentação do dia, Ricardo Franco (FCT-
-UNL) fez uma comunicação sobre bionanotecnologia para
deteção de plasmódio em amostras clínicas, descrevendo
métodos inovadores com a utilização de nanopartículas de
ouro. Tirando partido do facto destas nanopartículas terem
propriedades de absorção de luz únicas, a conjugação destas
partículas com anticorpos específicos contra HRP2 permi-
tem a deteção rápida dos parasitas em amostras de sangue,
urina e saliva. Tendo em conta que uma fração considerável
de indivíduos tratados ainda apresentam HRP2 em circula-
ção, o grande desafio passa hoje em dia por identificar um
antigénio, e desenvolver anticorpos específicos para esse an-
tigénio, que seja um mais eficaz biomarcador da infeção.
De seguida, Marcelo Silva (Investigador do IHMT) debru-
çou-se sobre o desenvolvimento de nanoformulações farma-
cêuticas como uma estratégia a ter em conta na terapêutica
da doença de Chagas. Como o benznidazol, possui elevada
toxicidade e vários efeitos adversos o seu grupo propõe-se a
desenvolver uma nanoformulação do benznidazol de admi-
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