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Comunicação e os Media

É missão do IHMT promover atividades de ensino, investiga-

ção e intervenção a nível dos sistemas de saúde com o obje-

tivo de contribuir para a diminuição da mortalidade e mor-

bilidade associadas às doenças tropicais, em particular junto

das populações mais pobres e vulneráveis, procurando que

estas doenças se tornem cada vez menos negligenciadas.

Desde a sua constituição, em 2013, o Gabinete de Comuni-

cação e Marketing do IHMT tem atuado no sentido de po-

sicionar as doenças tropicais na agenda mediática e pública,

com o objetivo de contribuir para que alcancem uma visibili-

dade mais equitativa no que concerne à cobertura jornalísti-

ca em torno das doenças e patologias. Como resultado deste

trabalho, inaugura-se este ano, na presente edição dos Anais,

uma secção específica dedicada às atividades e resultados de

comunicação, em particular os relacionados com os media

e com a divulgação das doenças tropicais à sociedade, numa

lógica de partilha do conhecimento.

O trabalho de sensibilização dos media realiza-se diariamen-

te através de uma relação de proximidade com os jornalistas,

disponibilizando-lhes informação científica credível e um

acesso, em permanência, a fontes fidedignas de informação,

capazes de esclarecer e informar sobre as mais diversas pato-

logias de origem tropical ou subtropical.

Como resultado desta atividade, entre fevereiro de 2013 e

agosto de 2015, foram difundidas 1150 notícias nos órgãos

de comunicação social, elaboradas com a colaboração de

profissionais do Instituto ou na sequência de ações por eles

promovidas.

Com o objetivo de incentivar a produção jornalística em

torno de temas, muitas vezes, negligenciados, como são no

geral as doenças tropicais, o IHMT instituiu um prémio bie-

nal de jornalismo em Saúde Global e Medicina Tropical, a

atribuir no âmbito do Congresso Nacional de MedicinaTro-

pical. Em 2014, e em colaboração com a Associação de Ami-

gos e Alunos do IHMT, o prémio foi atribuído pela primeira

vez, com a parceria da Casa da Imprensa. O regulamento da

primeira edição determinou a aceitação de todos e quais-

quer trabalhos jornalísticos desenvolvidos dentro da referida

temática, difundidos em televisão, rádio, imprensa e

online

,

tendo-se, contudo, estipulado que, em edições futuras, a te-

mática será segmentada de acordo com o tema a adotar pelo

Congresso.

Foram recebidos 40 trabalhos a concurso. Tendo em con-

ta a epidemia de ébola, que deflagrou na África Ocidental,

alarmando a comunidade internacional em 2014, era expec-

tável que muitos trabalhos submetidos focassem este tema

(N=30). Cinco trabalhos abordaram ainda o tema da malária

e os restantes versaram temáticas diversas como o vírus da

imunodeficiência humana, a dengue e as infeções hemorrá-

gicas, e a poliomielite.

Além da entrega do prémio, o regulamento previa a atribui-

ção de menções honrosas, tendo a qualidade dos trabalhos a

concurso justificado, na opinião do júri, a concessão de duas.

O primeiro prémio foi entregue a um trabalho invulgar, da

autoria da infografista do jornal Público Cátia Nabais Men-

donça, que explica, de forma interativa e criativa, as origens

do vírus da imunodeficiência humana, em Kinshasa, em

1920. Com o título "VIH: O vírus que apareceu em Kinsha-

sa em 1920 e alastrou para o mundo inteiro", o trabalho,

publicado a 30 de novembro no

site

do Público para anteci-

par o Dia Mundial de Luta Contra a Sida (1 de dezembro),

é composto por cinco módulos interativos. Nos módulos,

encontra-se informação sobre a origem do vírus e sua propa-

gação no tempo e no território, com recurso a elementos vi-

suais sob a forma de mapa, bem como sobre os mecanismos

de atuação do vírus, as vias de contágio e dados estatísticos

sobre a prevalência e distribuição, tanto em Portugal e no

mundo.

Na perspetiva do júri do Prémio, a opção pela infografia

multimédia permitiu veicular, de forma acessível e simples,

informações de natureza científica que ganhariam maior

complexidade se descritas apenas textualmente. Nas palavras

da autora, este tipo de linguagem gráfica "facilita a comuni-

cação e amplia o potencial de compreensão por parte dos

leitores, permitindo uma visão geral do acontecimento, por-

menorizando informações menos familiares ao público".

As duas menções honrosas foram atribuídas, respetivamente,

ao trabalho "Malária volta a preocupar em Portugal", da au-

toria da jornalista Vera Lúcia Arreigoso, e publicado na edi-

ção de 6 de setembro de 2014 do semanário Expresso, e ao

jornalista Luís Fonseca, chefe da delegação da Agência Lusa

na Guiné-Bissau, na sequência de um conjunto de reporta-

gens sobre a doença do vírus Ébola e seu impacto na vida e

perceções da população guineense, veiculadas em agosto de

2014, em vários órgãos de comunicação social.

O trabalho sobre a malária foi espoletado por uma vivên-

cia pessoal da jornalista: uma colega de escola morreu de

malária, em Angola. Por falta de expetativas de trabalho em

Portugal, foi trabalhar paraTalatona, e um mês e meio depois

de aterrar em Luanda adoeceu com malária, que se revelou

fatal. A estranheza que esta situação lhe provocou, levou-a

a procurar respostas para a inquietante pergunta: no século

XXI, ainda há portugueses que morrem de malária? Para pu-

blicar a reportagem, a jornalista falou com as autoridades na-

cionais, investigou os números, os internamentos, a subnoti-

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