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A n a i s d o I HM T

ficação e as atitudes e descuidos na prevenção, para concluir

que a crise também apanhou os médicos de surpresa. Só em

Angola, há 150 mil portugueses. Os profissionais de saúde

têm que estar preparados para dar uma resposta adequada a

estes viajantes. A formação em doenças tropicais é, mais do

que nunca, uma prioridade.

No decorrer do mês de agosto de 2014, à medida que a epi-

demia do Ébola alastrava na África Ocidental, as lentes dos

media portugueses pousaram na Guiné-Conacri e Guiné-

-Bissau, temendo que o surto pudesse alastrar nos dois paí-

ses, aumentando o nível de ameaça internacional. Luís Fon-

seca, o chefe da delegação da Agência Lusa na Guiné-Bissau,

acompanhou a situação no terreno e constatou a verdadeira

realidade: o contraste marcado por retratos de um quotidia-

no normal, na Guiné-Conacri, com o medo que alarmava o

resto do mundo. Num país pobre, em que no dia-a-dia da

população o conceito-chave é a sobrevivência, a tantas e dife-

rentes tragédias, a doença causada pelo vírus ébola é apenas

mais uma "contrariedade", já que a malária ou a diarreia, por

exemplo, continuam a ser muito mais fatais.

Os três trabalhos premiados focam temáticas díspares. Con-

tudo, têm em comum a qualidade de abordarem temas de

incontestável interesse público, que correspondem também

a linhas prioritárias da intervenção do IHMT na procura de

soluções para problemas de saúde global: a) o maior conhe-

cimento da atuação do vírus da imunodeficiência humana e

a procura de novas armas terapêuticas e profiláticas (vacina);

b) a incessante luta contra a malária, nas suas diferentes ver-

tentes (melhoria da prevenção, controlo das populações de

vetores, investigação da relação parasita-hospedeiro); e c) a

criação de uma equipa de missão para dar apoio aos ainda

frágeis sistemas de saúde dos países africanos de língua por-

tuguesa em risco de importar casos de Ébola.

Convidámos os três autores a darem o seu testemunho sobre

os trabalhos que desenvolveram, bem como a partilharem a

sua perspetiva pessoal, e de profissionais da comunicação,

sobre as temáticas em causa, constituindo esses artigos os

textos que compõem esta nova secção.

Os jornalistas são dos mais importantes mediadores de in-

formação com a sociedade. Embora não possam ou não de-

vam imprimir aos seus textos factuais uma visão pessoal, esta

desempenha um papel no processo de filtragem da pertinên-

cia dos temas a abordar, em particular quando nos referimos

a assuntos que, sendo inegável o seu interesse público, são

habitualmente esquecidos ou negligenciados pela imprensa.

É ainda fundamental que estes profissionais deem voz aos

mais frágeis e aos problemas que os afligem, e que procu-

rem, por seu turno, sensibilizar a estrutura da redação onde

estão inseridos – os editores, os chefes de redação e os dire-

tores, para que do jornalismo não desapareça uma linha de

atuação que se preocupa com a humanidade, com a equidade

e com a justiça.

Notas biográficas

dos Premiados

Cátia Nabais Mendonça

Público

(1º Prémio)

Cátia Nabais Mendonça licenciou-se em Design Gráfico

e Multimédia pela Escola Superior de Artes e Design,

nas Caldas da Rainha, e concluiu o Mestrado emAudio-

visual e Multimédia, na Escola Superior de Comunica-

ção Social. Foi em Bergen, quando estudou na Noruega,

que ganhou paixão pela infografia, visualização de dados

e cartografia.Trabalha como

designer

desde 2005, tendo-

-se especializado em infografia no jornal Diário de No-

tícias, onde trabalhou durante dois anos. Desde 2011, é

infografista no jornal Público.

Vera Lúcia Arreigoso

Expresso

(Menção Honrosa)

Começou a escrever em jornais regionais quando ainda

estudava Comunicação Social no Instituto Superior de

Ciências Sociais e Políticas. Terminou o curso em 1998

e fez estágios no Diário de Notícias, numa produtora

de televisão e no Expresso, depois de responder a um

anúncio. Entrou em 1999, como aprendiz, e foi ficando.

Acompanha os temas de Saúde, tem uma pós-graduação

na área, aprendeu escrita narrativa no

Poynter Institute

,

nos EUA, e tem formações sucintas em diversas doenças

e práticas médicas.

Luís Fonseca

Agência Lusa

(Menção Honrosa)

Iniciou-se no jornalismo na década de 90 na Covilhã

em órgãos locais e como correspondente do Jornal de

Notícias. Entrou na Agência Lusa em março de 2001.

Realizou trabalhos multimédia na China, Israel e em di-

ferentes países europeus. Desde julho de 2013, é chefe

das delegações da Lusa e da RTP na Guiné-Bissau. Estu-

da

Design Multimédia

na Universidade da Beira Interior.