Table of Contents Table of Contents
Previous Page  129 / 202 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 129 / 202 Next Page
Page Background

129

comunidades e na identificação de potenciais

participantes. Após os participantes responderem

ao questionário, foi-lhes pedido que identificassem

e recrutassem potenciais participantes das suas

redes sociais relacionais. Este processo foi repetido

sucessivamente, levando a que a amostra crescesse

à medida que novos indivíduos eram indicados aos

investigadores. Os critérios de inclusão no estudo

foram: 1) ser imigrante, definido como qualquer

pessoa que não nasceu em Portugal e que imigrou

com fins de instalação no país (IOM, 2004); 2) ter

18 anos ou mais.

Os questionários foram aplicados por

entrevistadores treinados devidamente para o efeito

e oriundos das comunidades em estudo. O

questionário incluiu questões sobre características

sociodemográficas, motivos de procura de serviços

de saúde e perceção de dificuldades na utilização

dos serviços pelas populações imigrantes.

O consentimento informado e voluntário foi

obtido,

garantindo-se

o

anonimato

dos

participantes e a confidencialidade dos dados.

Estudo com profissionais de saúde

Realizou-se um estudo transversal com

profissionais dos cuidados de saúde primários da

Região de Lisboa e Vale do Tejo. Para seleção dos

participantes, desenvolveu-se um processo de

amostragem por

clusters

a dois níveis: do total de

centros de saúde da ARS LVT, foram amostrados

40 centros; em seguida, de cada um destes centros

de saúde foram amostrados 10 profissionais. Dos

400 profissionais de saúde selecionados

aleatoriamente, 320 (80%) aceitaramparticipar. Do

total da amostra, 84,1% são do sexo feminino,

35,9% são administrativos, 35,6% são enfermeiros

e 28,4% são médicos.

A recolha de dados foi realizada através da

aplicação de um inquérito por questionário de

autopreenchimento. O instrumento de recolha de

dados incluiu questões relativas à caracterização

sociodemográfica dos participantes, relacionadas

com as perceções sobre os motivos de procura de

serviços de saúde pelos imigrantes e sobre as

dificuldades dos imigrantes nessa utilização.

A participação no estudo foi voluntária, anónima

e confidencial, tendo sido obtido consentimento

informado de todos os participantes.

Análise de dados

Foi efetuada uma análise estatística descritiva,

com

cálculo

de

frequências

absolutas,

percentagens, média e desvio-padrão. Os dados

recolhidos foram tratados e analisados com recurso

ao programa

Statistical Package for Social

Sciences

(SPSS), versão 19.0.

RESULTADOS

1.

Caracterização dos imigrantes e dos

profissionais de saúde

Nos imigrantes estudados, a quantidade de

homens e mulheres é praticamente igual, o que não

se verifica no grupo dos profissionais de saúde

(Tabela 1). Nestes, existe um claro predomínio do

sexo feminino, mais evidente nos administrativos

do que nos médicos e enfermeiros.

Nos imigrantes, verifica-se uma distribuição

quase idêntica pelos três níveis de escolaridade

considerados. Todos os médicos e enfermeiros,

como seria expectável, têm escolaridade superior.

Nos administrativos, o nível de escolaridade mais

frequente é o secundário.

A média de idades dos imigrantes é de 35,7 anos

(dp = 11,7 anos). Nos médicos e enfermeiros a

média de idades situa-se nos 45,8 anos (dp = 10,4

anos) e, nos administrativos, nos 47,4 anos (dp =

10,6 anos).