Table of Contents Table of Contents
Previous Page  124 / 210 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 124 / 210 Next Page
Page Background

124

Micrococcus mycetoides

(1942), o

Baccccilus albolisbonensis

(1950), o

Baccccilus flavolisbonensis

(1950), o

Baccccilus cascainensis

e

Krutrella

cascainensis

(1954) [41,42], o

Micrococcus violagabriellae

(1955) e o

Cloaca cloacae marocanus

(1956).

Em jeito de conclusão

As linhas de força de uma política global de saúde com

enfoque nas doenças tropicais no período pós IIª Guerra em

Portugal abriram caminho a uma internacionalização ativa no

seio da Organização Mundial de Saúde para a qual contribuiu o

currículo de Francisco Cambournac.A sua internacionalização

e alinhamento com as políticas de saúde europeias terão sido

determinantes para condicionar a transição da medicina

tropical para uma medicina social de características mais

abrangentes que perpassavam as bancadas do laboratório e a

lente do microscópio, para ir de encontro ao pulsar do doente

no tecido social. Neste ambiente viveu sempre Castellani e a

sua carreira clínica no Hospital inglês denota essa postura: a

transposição de um saber de experiência feito para uma visão

global da doença, do doente e da sociedade envolvente.

Refletindo sobre a carreira científica e clínica de Castellani na

sua fase portuguesa e olhando para a sua produção científica,

facilmente somos levados a concluir que, na escola portuguesa

de medicina tropical não fez escola, não deixou discípulos, não

publicou muitos trabalhos em português, nem em periódicos

portugueses.

Ao contrário do que a maioria dos seus biógrafos refere, tudo

indica que Castellani, tal como a família real italiana, vivia em

Portugal apenas por um opção política e não por uma opção de

vida. E esta atitude refletiu-se necessariamente na sua passagem

pela escola de Lisboa, tal como se refletiu em todos os países

por onde passou.Castellani era demasiado ambicioso para deixar

créditos por mãos alheias e sempre escolheu os seus parceiros, os

únicos capazes de lhe facilitarem o protagonismo.

Para amedicina tropical portuguesa,esteencontrocomCastellani

não produziu os efeitos

desejados.Ao

invés de se abrirem novos

territórios e fronteiras de saberes e práticas, em articulação com

as demandas internacionais, apenas Castellani prosseguiu a sua

agenda.Uma agenda que deverá continuar a ser estudada porque

o seu legado científico assim o exige.

Bibliografia

1. CostaWM (1991). Geografia Política e Geopolítica: Discursos sobre oTerritório e o

Poder. S.Paulo,EDUSP – Editora da Universidade de S.Paulo.

2. Hartshorne R (1935). Recent Developments in Political Geography I. American

Political Science Review 29.5: 785–804.

3. Gottmann J (1952).La Politique des Etats et leur géographie. Revue française de

science politique.Année,2 (4): 831-833.

4.Meneses FR (2010).Salazar, Biografia Política. Lisboa.D.Quixote.

5.Mucznik E (2012). Portugueses no Holocausto. Lisboa,A Esfera dos Livros.

6. Pimentel, IF (2008).Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial. Lisboa,A Esfera

dos Livros.

7. Chalante S (2011). O discurso do Estado salazarista perante o “indesejável” (1933-

1939).Análise Social,XLVI (198):41-63.

8. José Alain Fralon (1999). Aristides Sousa Mendes – um herói português. Lisboa,

Editorial Presença

9. Bhattacharya S (2007). Struggling to a monumental triumph: re-assessing the final

phases of the smallpox eradication program in India,1960-1980.Historia,Ciencias,Saude

– Manguinhos, Rio de Janeiro,14 (4):1113-1129.

10.Bhattacharya S (2006).ExpungingVariola:The Control and Eradication of Smallpox in

India, 1947-1977, NewDehli,Orient Longman Private limited.

11.Neill D (2012).Networks inTropical Medicine:Internationalism,Colonialism,and the

Rise of a Medical Specialty,1890–1930. Stanford, Stanford University Press.

12. Headrick DR (2014). Sleeping Sickness Epidemics and Colonial Responses in East

and CentralAfrica, 1900–1940. PLoS NeglTrop Dis 8 (4): e2772. doi:10.1371/journal.

pntd.0002772.

13. Cueto M (2007). ColdWar, Deadly Fevers: Malaria Eradication in Mexico, 1955–

1975.Washington DC,WoodrowWilson Center Press.

14. Benchimol JL (2010). Bacteriologia e medicina tropical britânicas: uma incursão a

partir da Amazônia (1900-1901). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências

Humanas, 5 ( 2) :315-344.

15. (1968).Aldo Castellani.AnnuarioAccademia Nazionale dei XL.Roma.

16. Castellani A (1907). Experimental Investigations on Framboesia Tropica (Yaws).

Journal of Hygiene,VII (4):558-569.

17. CastellaniA (s.d).Curriculum dactilografado assinado pelo autor. Espólio IHMT.

18. Cambournac FJC (1971). Professor Sir Aldo Castellani. Anais Escoal Nacional de

Saúde Pública e MedicinaTropical, 5 (3-4):377-383.

19. Gentile P. Depois da derrota. O exilio portugues de CarlosAlberto, rei da Sardenha,

e Humberto II, rei de Italia). In: Lopes MA, Raviola BA (coord.) (2012). Portugal e o

Piemonte:a casa real portuguesa e os Sabóias:nove séculos de relações dinásticas e destinos

políticos (XII-XX). Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra: 301-335. DOI:

http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0586-9.

20.

Castellani A, Chalmers AJ (1910). Manual of tropical medicine. London, Baillière,

Tindall and Cox.

21

.

Castellani A, Jacono I (1937). Manuale di clinica tropicale. Torino, Rosenberg and

Sellier.

22

.

Castellani, Aldo (1928). Fungi and Funguous Diseases. Chicago, American

Medical Association.

23

.

Castellani, Aldo (1946). Le malatie dell’Africa : manuale pratico. Roma,

Ministero dell’Africa Italiana.

24

.

Castellani,Aldo (1949). Little known tropical diseases.Anais do Instituto de

MedicinaTropical,VI: 369-534.

25.

Ito K (1982-1983). A synopsis of the life of Aldo Castellani. Euphoric et

cacaphoria (A.C.M.R), 12: 1-8.

26.

CastellaniA (1968).Microbes,Men and Monarchs.London,Victor Gollangz Ltd.

27.

Binazzi M (1991). Italian Memoirs of Aldo Castellani. International Journal of

Dermatology, vol 30 : 741-745.

28. Amaral I (2012).

Bactéria ou parasita?

: a controvérsia sobre a etiologia da

doença do sono e a participação portuguesa, 1898-1904. História, Ciência, Saúde

– Manguinhos, 19(4): 1275-1300.

29. CastellaniA (1903). Presence of trypanossoma in sleeping sickness. Proceedings

of the Royal Society, 71: 501.

30. (1913). Sleeping Sickness.TheTimes. September 22.

31. (1917)The discoverer of the cause of sleeping

sickness.To

the editor of British

Medical Journal. British Medical Journal, September 15.

32. Castellani A (1957). Correspondência de Aldo Castellani para J. Davies. 27

Agosto. Carta datilografada. Espólio de Aldo Castellani, IHMT.

33.(1927).“Microbe Hunters”.AmericanMedicalAssociation.April 2,88,1907-1008.

34. Lafford MAH (1935). The mystery of sleeping sickness. Medical Record.

December 35. Davies JNP (1962).The cause of sleeping sickness? Entebe 1902-03.

Par I. East African Medical Journal, 39 (3), 81-99.

36. Davies JNP (1962).The cause of sleeping sickness? Entebe 1902-03. Par II. East

African Medical Journal, 39 (4), 145-160.

37. Castellani A (1966). Correspondência de Aldo Castellani para C. Dolman. 3

Agosto. Carta datilografada. Espólio de Aldo Castellani, IHMT.

38. (1968). Entrega das insígnias das palmas académicas ao Professor Aldo

Castellani, em 28 de Março de 1968. Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa,

40: 52-58.

39. Ito K (1964). Aldo Castellani, 1874-1971. Bull. N. Y. Acad. Med., 60 (10):

1011-1029.

40. CastelalniA (1962). Long viability – over a year – of many pathogenic fungi and

certain bacteria in sterile distilled water, an a simple method for the maintenance

of fungi in mycological collections. Anais do Instituto de Medicina Tropical, 19

(1/4): 5-8.

41. CastellaniA (1954).A brief note on Bacillus cascainensis (= Krusella cascinensis

cast. its taxonomic position. Clinica malattie Tropicali. Roma. Tipografia E.

Pinci.

42. Castellani A (1956). A brief note on Bacillus cascainensis (Cast. 1954) and its

taxonomic position. Clinica malattieTropicali. Roma.Tipografia E. Pinci.

Políticas e redes internacionais de saúde pública no século XX