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A n a i s d o I HM T
da instituição. Esse acervo remonta ao ano de 1880, data da
criação da então Escola Normal da Corte, hoje Instituto de
Educação, uma das primeiras escolas públicas ainda em ati-
vidade no Brasil.
Por sua vez, o
Acervo Pedro de Angelis
, das divisões de Manus-
critos e Cartografia, da Fundação Biblioteca Nacional do
Brasil, produzido entre 1537 e 1849, na região do Rio da
Prata, trata, em sua maioria, de aspectos referentes à colo-
nização espanhola e portuguesa daquela região, entre outros
temas relevantes. Pedro deAngelis, jornalista, bibliotecário e
professor de história e geografia, nascido em Nápoles, Itália,
em 1784, dedicava-se ao trabalho com documentos históri-
cos, concentrando sua atenção no que se referia à região do
Rio da Prata e da fronteira da Argentina com o Chile, tendo
se relacionado com importantes instituições à época, como a
Royal Geographic Society
, de Londres; a
Sociedade Geográfica
, de
Paris; o
Realle Instituto d’Incoraggimiento dele Scienze Naturalli
,
de Nápoles; a
Massachussets Historical Society
; a
Societé Royale
des Antiquaires Du Nord
, de Copenhague; a
American Philoso-
phical Society
, da Filadélfia e por fim, o
Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro
, que adquiriu o acervo em 1854, deixan-
do aos cuidados da Biblioteca Nacional.
Dois trabalhos versaram sobre propostas de análise para
preservação de acervos documentais, um pertencente ao
Núcleo do Ministério da Saúde do Rio de Janeiro e outro
à Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição ligada ao Mi-
nistério da Cultura do Brasil, com sede no Rio de Janeiro.
O primeiro projeto, proposto por uma servidora da própria
instituição, aponta para a necessidade de se estudar as condi-
ções e os procedimentos quanto à conservação e guarda do
acervo e na medida do possível, propor ações de melhoria.
O segundo projeto, se propõe a aperfeiçoar um mecanismo
de busca e de consulta a dados sobre o acervo, com o obje-
tivo final de melhorar o acesso às informações ali contidas e,
assim, contribuir para sua salvaguarda.
Acervos iconográficos da cidade de Recife, Estado de Per-
nambuco, Brasil, foram objetos de propostas de dois alunos,
ambos pesquisadores do
Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães
,
localizado na capital pernambucana. O primeiro versa sobre
as fotografias pertencentes à própria instituição, que atua na
área da saúde pública, epidemiologia e doenças tropicais, e
outro sobre filmes com a temática da saúde, produzidos en-
tre 1920 e 1970, no Recife, qual seja, entre os denominados
Ciclo do Recife
e o
Movimento Super 8
. Ambos os trabalhos vi-
saram, ao final, contribuir para "estudos sobre os meios de
comunicação de massa e seus dispositivos de construção de
sentidos sobre a saúde e a ciência, importantes para a com-
preensão dessa intricada rede de interesses e de práticas na
saúde", segundo Sílvia Bezerra Santos, em seu projeto.
Por fim, dois trabalhos envolveram espaços arquitetónicos,
um mais preocupado com a conservação do mobiliário per-
tencente às dependências do Museu de Astronomia e Ciên-
cias Afins, importante e tradicional instituição de ciências
localizada no Rio de Janeiro, e o segundo com a preserva-
ção do antigo Albergue da Boa Vontade, que presta serviços
de assistência mental, cujas alterações de uso vêm trazendo
preocupação ao que é considerado uma das edificações mais
emblemáticas do período moderno da arquitetura carioca.
A proposta de integração de saberes, por intermédio dos tra-
balhos desenvolvidos por alunos e docentes, e da cooperação
entre as instituições parceiras, sejam elas as proponentes – a
Casa de Oswaldo Cruz e o Instituto de Higiene e Medicina
Tropical -, sejam as instituições objeto de estudos dosTCC´s,
a nosso ver, cumpriu o objetivo de qualificar profissionais,
por meio de uma visão integrada da cultura material, his-
toricamente constituída, abordando diferentes variáveis que
afetam os métodos, as técnicas e as práticas de preservação e
de gestão do património das ciências e da saúde.
Considerações finais
O fortalecimento do processo de cooperação académica-
-científico internacional adquire importância à medida que
se consolida para além das relações típicas de intercâmbios
entre universidades e/ou instituições de pesquisa, pela in-
serção de novas tecnologias de comunicação. Atualmente é,
nesse contexto, formado por redes globais que a interação
entre investigadores pode ocorrer de forma presencial ou à
distância. Análises sobre causas e efeitos de anormalidades,
visando uma resposta que atenda aos diferentes atores, por
exemplo, pode ocorrer em tempo real, independentemente
das distâncias geográficas. Vivenciamos um período de re-
definição dos seus espaços de ação dos docentes e de inves-
tigadores a partir da incorporação das novas tecnologias no
cotidiano das universidades e centros de pesquisa. O uso do
espaço virtual para a reflexão coletiva e a construção do co-
nhecimento sem fronteiras desconstrói o imaginário sobre a
sala de aula como o principal local da disseminação do saber.
A era da presencialidade na educação, realizada a distância ou
da educação presencial mediada por tecnologia, surge como
uma via que atende as necessidades de integrar alunos e do-
centes distantes geograficamente, mas que precisam viven-
ciar o processo de construção do conhecimento em tempo
real - face a face. É um modelo inovador de gerir o ensino,
associando as características do ensino convencional com a
capilaridade da EaD, viabilizando os relatos e apresentações
de experiências (demonstrações práticas), questionamentos
e debates acerca de métodos, procedimentos e conceitua-
ções. Uma relação de diálogo entre alunos e docentes, como
se todos estivessem compartilhando do mesmo espaço físico.
A experiência aqui relatada demonstrou que, a utilização da
webconferência como um instrumento tecnológico, per-
mite a interação sociocultural e académica entre alunos e
docentes de três continentes em tempo real. A proposta de
integração de saberes, por intermédio dos trabalhos desen-
volvidos por alunos e docentes, e da cooperação entre as
instituições parceiras, sejam elas as proponentes – a Casa de