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horas por dia (Brasil: de 14h às 17h / Portugal e CaboVerde:

de 16h às 19h). Este modelo atenderia o conteúdo e ficaria

dentro da "janela" de menor fuso horário entre os países en-

volvidos.

Durante a implementação do Curso Internacional de Pre-

servação e Gestão do Património Cultural das Ciências e da

Saúde, surgiram duas situações que não estavam previstas no

projeto original: a inscrição de candidatos de outros estados

do Brasil e a mudança na gestão da Universidade de Cabo

Verde (que gerou adiamento no acordo sobre o curso). A

partir desse cenário, a coordenação decidiu aceitar a par-

ticipação de "alunos remotos", ou seja, alunos conectados

em tempo real e com plena possibilidade de diálogo com os

demais alunos e professores, mas em locais diferentes das

salas de aula das instituições envolvidas. Dentre esses alunos,

esteve um de CaboVerde.

As aulas realizadas, com o uso da webconferência, se mos-

traram eficazes por facilitar a construção e manutenção do

diálogo. O uso dessa tecnologia possibilitou que a interação,

em tempo real, ocorresse pela projeção simultânea das salas

de aula reais em cada país envolvido no projeto.Assim, o do-

cente visualizava todos os alunos presentes nas salas de aula,

bem como os alunos, em sala, visualizavam e interagiam com

os docentes e demais alunos, como ocorre na educação pre-

sencial.

Pelo fato do projeto em tela ser uma inovação, no qual não

foram identificadas referências anteriores similares, os indi-

cadores escolhidos para a avalição dos resultados do projeto

deveriam representar, prioritariamente, seu mérito e sua re-

levância. Entende-se por mérito a eficácia da estrutura para

o desenvolvimento das aulas e a capacidade de executar o

planejamento do curso, comprovados pelos resultados posi-

tivos na resolução de problemas e mensurados pelo nível de

satisfação dos participantes (quer docentes, quer discentes)

e o tempo de conectividade, respectivamente. A relevância

refere-se à efetividade dos resultados do ensino ministrado,

representado pela contribuição deste na construção de novos

conhecimentos que, consequentemente, comprovam o im-

pacto efetivo na prestação de serviço para a sociedade.

Os resultados alcançados pelo Curso Internacional de Pre-

servação e Gestão do Património Cultural das Ciências

e da Saúde, que envolveu 15 docentes (Brasil e Portugal),

demonstram que aulas presenciais mediadas por tecnolo-

gias são factíveis e representam uma inovação na forma de

construir o conhecimento, tanto por permitir a presença em

tempo real de investigadores e docentes que estão distantes

fisicamente, quanto pela interação sociocultural e educacio-

nal dos alunos envolvidos no curso.

A avaliação feita ao final com os egressos indicou que hou-

ve plena satisfação dos alunos em realizar o curso, tendo já

sido solicitado novos cursos de extensão neste formato. Em

relação à conectividade, o somatório das intercorrências foi

de apenas 1,45% do total da carga horária de aula ministrada

(3.240 minutos). Esses dois indicadores refletem o mérito

do projeto e a eficácia do sistema e do curso.

Na via da relevância do projeto para a sociedade, ao final do

curso foi demandado aos alunos umTrabalho de Conclusão

(TCC), cujo objetivo era avaliar sua capacidade em expressar

seus conhecimentos em algum projeto técnico ou de inves-

tigação que fosse útil de alguma forma, na sua concreta ac-

tividade de trabalho. A sugestão inicial era que o discente, a

partir do diagnóstico de um determinado acervo, escolhido

por ele, fosse capaz de apresentar uma proposta de inter-

venção para solucionar um ou mais problemas identificados,

utilizando os conceitos, os procedimentos, as informações e

outras abordagens no curso e experimentados no dia a dia de

sua atuação profissional.

As etapas de elaboração do TCC incluíram a discussão do

projeto a partir do interesse de cada aluno, individualmente;

a pertinência do objeto e/ou da temática proposta com o

curso em questão; a orientação, a partir da participação do

corpo docente; e a elaboração propriamente dita. Os pro-

jetos, de fato, refletiram a necessidade de cada discente em

relação aos seus compromissos profissionais ou interesses

de pesquisa e atuação na área de Património das ciências e

da saúde, enquadrando-se nas temáticas abrangentes previa-

mente sugeridas pelos docentes.

Os trabalhos se debruçaram sobre acervos em suas dimen-

sões arquivísticas (documentos, fotografias e filmes), museo-

lógicas (mobiliário) e arquitetônicas, cuja área de pertinên-

cia fosse a das Ciências e da Saúde. Os projetos envolveram

instituições como o

Arquivo Histórico Nacional de CaboVerde

; o

Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães

, localizado em Recife (PE);

a

Fundação Biblioteca Nacional

, a

Fundação Casa de Rui Barbosa

,

o

Arquivo do Núcleo do Ministério da Saúde do Rio de Janeiro

, o

Centro de Memória da Educação Brasileira do Instituto Superior de

Educação

, o

Museu de Astronomia

e o

Albergue da Boa Vontade

,

todos com sede na cidade do Rio de Janeiro.

Como exemplo de impacto gerado pelo curso na socieda-

de, destacamos a proposta de diagnóstico e de conservação

do

Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde

, cujo objetivo do

projeto é o de salvaguardar um importante acervo de iden-

tidade da memória do povo daquele país africano, sobretudo

a partir da independência de Portugal, após 1975. O reco-

nhecimento do estado de degradação dos documentos ali

depositados incentivou o aluno a propor seu diagnóstico e

medidas de recuperação. Este projeto encontra-se agora em

fase de implementação pelo aluno.

De forma semelhante, foram apresentados trabalhos sobre

acervos pertencentes a duas instituições brasileiras, cuja pri-

meira etapa seria a realização de um inventário, afim de se

conhecer as origens e as procedências do acervo. O diagnós-

tico sobre o

Centro de Memória de Educação Brasileira do Institu-

to Superior de Educação do Rio de Janeiro

, pode contribuir para

organizar as diferentes tipologias de documentos existentes

no

Instituto de Educação do Estado do Rio de Janeiro

(ISERJ),

tais como: fotografias, filmes, mobiliários escolares, equi-

pamentos e artefatos utilizados para as práticas educativas

Formação