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A n a i s d o I HM T

mente, EuroTraveNet (

EuropeanTravel and Tropical Medicine

Network of the International Society of Travel Medicine

) [7] e

TropNet (

European Network for Tropical Medicine and Travel

Health

) [8].

A necessidade de diálogo e investigação para a produ-

ção de recomendações mais sólidas na área da profilaxia

de doenças na Medicina do Viajante e a necessidade de

“network” em redes europeias e mundiais, assim como

a colaboração interinstitucional a nível nacional, foram

consideradas essenciais.

O segundo momento “Experiências de Centros de Medi-

cina do Viajante em Portugal” contou com a apresentação

de trabalhos sobre:

Saúde do viajante em Portugal, um retrato epidemio-

lógico de 2012, por Ricardo Racha Pacheco do Agrupa-

mento de Centros de Saúde de Almada-Seixal;

Experiência dos Centros de Vacinação Internacional

da Região Norte, por Delfina Antunes, do Departamento

de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde da

Região Norte;

Experiência da Consulta da Associação para o Desen-

volvimento da Medicina Tropical (ADMT) / Instituto de

Higiene e Medicina Tropical (IHMT), por Carlos Araújo,

diretor clínico da mesma consulta à altura;

Experiência da Consulta do Centro Hospitalar e Uni-

versitário de Coimbra, por Nuno Marques, do mesmo

hospital.

O retrato nacional, de 2012, apresentado por Ricardo

Racha Pacheco, mostrou que foram realizadas 42.112

consultas em 25 centros. Das regiões de saúde de Portu-

gal continental (5) e das regiões autónomas da Madeira e

Açores, 3 regiões (Lisboa e Vale do Tejo, Porto e Coim-

bra) contribuíram para 94% das consultas. Na região de

Lisboa e Vale do Tejo 67% das consultas realizaram-se no

IHMT. Angola foi o destino para 53% dos viajantes das

várias consultas. Estes números foram considerados su-

bestimados (entre outros, por não haver nenhum regis-

to exaustivo nacional de centros de consulta e só incluir

adultos).

No Centro de Vacinação Internacional da Região Norte,

em 2013, foram realizadas 14.111 consultas, havendo

uma evolução crescente do número total de consultas de

2004 a 2012. No mesmo ano, na Consulta da Associação

para o Desenvolvimento da Medicina Tropical (ADMT)

/ Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), fo-

ram realizadas 11.334 consultas, sendo que a Consulta do

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra realizou

1.045 consultas.

Para os três centros, África representa pelo menos 70%

dos destinos das consultas do viajante, dos quais entre 40

a 50% são para Angola.

Foram igualmente apresentados aspetos relacionados com

as vacinas efetuadas, profilaxias recomendadas, proble-

mas e desafios com que os profissionais destas consultas

se deparam.

Um terceiro momento, “Problemas práticos da Medicina

do Viajante”, foi constituído por um debate, conduzido

por Jorge Atouguia, do Instituto de Higiene e Medici-

na Tropical e Clínica de Medicina Tropical e do Viajante

(Profilaxia da malária em viajantes: é possível o consen-

so?), por Saraiva da Cunha do Centro Hospitalar e Uni-

versitário de Coimbra (Profilaxia da diarreia em viajan-

tes: é possível o consenso?) e por uma apresentação de

mais um centro europeu,

Centre of Imported andTropical Di-

seases

,

Oslo University Hospital

, Noruega (Bjørn Myrvang),

onde foram focados os protocolos utilizados na aborda-

gem d’“O viajante que regressa com diarreia e malária”.

As duas primeiras discussões foram baseadas na apresen-

tação de casos e discussão de diferentes opções de atua-

ção, através de um sistema de televoto. As respostas dos

participantes no workshop no sistema de televoto e os co-

mentários efetuados tornaram evidente a diversidade de

opiniões face às mesmas situações e necessidade de mais

debate e investigação nesta área.

O workshop contou ainda com a apresentação de nove

posters sobre projetos de investigação em Medicina do

Viajante ou sobre caraterização de consultas/centros de

Medicina do Viajante em Portugal.

A criação da Sociedade Portuguesa

de Medicina doViajante

Já na reunião de consenso sobre malária, em 2003, os

profissionais de saúde presentes tinham discutido a possi-

bilidade de constituição de uma Sociedade Portuguesa de

Medicina do Viajante, como forma de aproximar, apoiar e

regularizar as boas práticas desta área médica. No entanto,

não houve nenhum desenvolvimento até 2014, quando um

grupo de clínicos decide voltar a repensar essa Sociedade,

aproveitando este workshop e a presença de muitos dos co-

legas envolvidos na prática da Medicina doViajante.

Com a criação da Sociedade Portuguesa de Medicina do

Viajante (SPMV), pretende-se estabelecer um espaço de

troca de ideias e de experiências por parte dos profissio-

nais envolvidos na saúde de quem viaja, de forma a definir

critérios de boa prática científica e clínica, contribuindo,

em conjunto com outras entidades estatais ou de classe,

como a Ordem dos Médicos, para minimizar o maior

problema da Medicina do Viajante em Portugal: a regu-

lamentação da sua prática, isto é, quais as qualificações

(e qualidade) necessárias para fazer consultas de Medici-

na do Viajante nas suas diferentes vertentes: pré-viagem,

trans-viagem e pós-viagem.