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dos resultados da atividade dos OE’s

sobre as larvas de

Ae. aegypti

(Figura 3)

evidencia a existência de efeitos siner-

gistas entre vários constituintes ativos.

Efetivamente, o efeito larvicida de cada

um dos compostos ativos maioritários

isoladamente é inferior ao efeito obser-

vado para a fração de onde os compos-

tos foram isolados. Assim, a atividade

biológica nem sempre se deve a um úni-

co composto, como foi verificado com o

trans

-anetol de

F. vulgare

. No entanto, no

caso de

M. pulegium

constatou-se que a

elevada atividade larvicida da pulegona,

um dos seus compostos maioritários,

é comparável à atividade do OE bruto

[LC

50

-58,5 μl/l

versus

LC

50

-97,9 μl/l

(Tabela5)], o que nos leva a inferir que,

muito provavelmente, a ação larvicida

desta planta pode ser devida apenas à

pulegona.

No caso de

Anopheles arabiensis

foi grande a dificuldade no

estabelecimento de uma colónia, tendo-se revelado difícil

e morosa a produção suficiente de indivíduos para se efe-

tuarem os ensaios previstos. Assim optou-se por fazer bio-

ensaios larvares somente com

F. vulgare

, a planta que, nos

ensaios preliminares, revelou maior eficácia. Os resultados

deste ensaio indicam que o OE de

F. vulgare

de Portugal é

potencialmente mais ativo que o OE do funcho de Cabo

Verde. No entanto é necessária a realização de maior

número de réplicas (Tabela 6).

Conclusões

Os ensaios larvicidas com três réplicas de 100

larvas por cada concentração revelaram que

F. vulgare

de origem cabo-verdiana apresenta

um elevado potencial larvicida, superior ao da

planta de origem portuguesa. Por seu turno,

M. pulegium

de Portugal parece ser mais eficaz

que os exemplares de CaboVerde, embora se-

jam necessárias mais réplicas destes ensaios.

Tabela 3 -

Identificação dos compostos maioritários da análise por RMN de

13

C do OE do

F. vulgare

(Equipamento de RMN de 400 MHz).

Pico

Composto

(ppm)

Atribuição

1

trans

-Anetol 3

18,53

CH

3

(C-3)

2

Limoneno 4

20,94

CH3 (C-3´)

3

Limoneno 4

23,60

CH3 (C-7)

4

Limoneno 4

28,06

CH2 (C-5)

5

Limoneno 4

30,73

CH2 (C-6)

6

Limoneno 4

30,94

CH2 (C-3)

7

Limoneno 4

41,22

CH (C-4)

8

trans

-Anetol 3

55,38

CH3 (C-7)

9

Limoneno 4

108,49

CH2 (C-2´)

10

trans

-Anetol 3

114,02

CH (C-2 e C-6)

11

Limoneno 4

120,77

CH (C-2)

12

trans

-Anetol 3

123,58

CH (C-2´)

13

trans

-Anetol 3

126,99

CH (C-3 e C-5)

14

trans

-Anetol 3

130,47

CH (C-1´)

15

trans

-Anetol 3

130,95

C=C (C-4)

15

Limoneno 4

150,39

C=C (C-1´)

16

trans

-Anetol 3

158,69

C=C (C-1)

Tabela 4 -

Atividade do extrato em acetato de etilo (EtoAc) de

S. nigra

no 3º

estádio das larvas de Ae. aegypti, 24 horas após o contacto.

Tabela 5 -

Resultados da quantificação das doses letais dos OE’s de plantas de diferentes origens geográficas em larvas do

Ae.aegypti.

Tabela 6 -

Atividade larvicida do OE de

F. vulgare

nas larvas do 3º estádio de

An. arabiensis

,

24 após contacto.

.

Artigo Original

Concentração letal

(mgL

-1

)

(Intervalo de confiança 95%)

Extrato EtOAc

de S. nigra

LC

50

304,7 (296,1-312,7)

LC

90

389,9 (373,4-414,5)

LC

99

476,9 (443,2-530,9)

Equação da reta

12,5*X-31,0

Coeficiente de correlação

0.994

Conc. letais

μ

l L

-1

F.vulgare

Cabo Verde

F.vulgare

Portugal

trans

-Anetol

M.pulegium

Cabo Verde

M. pulegium

Portugal

Pulegona

LC

50

23,3

28,0

25,9

136,1

97,9

58,5

LC

90

30,1

39,6

37,8

183,4

140,9

100,4

LC

99

37,1

52,4

51,2

223,9

189,6

155,9

Concentração letal (

μ

l L

-1

) OE de

F. vulgare

OE de

F. vulgare

Cabo Verde

Portugal

LC

50

27,0

27,0 (24,6-30,4)

LC

90

55,2

36,6 (32,1-50,7)

LC

99

98,9

47,1 (38,4-81,2)

Concentração letal (

μ

l L

-1

) OE de

F. vulgare

OE de

F. vulgare

Cabo Verde

Portugal

LC

50

27,0

27,0 (24,6-30,4)

LC

90

55,2

36,6 (32,1-50,7)

LC

99

98,9

47,1 (38,4-81,2)

Equação da reta

2,89*x+ (-4,34)

9,54*x+(-13,62)

Coeficiente de correlação

0,975

0,948

N=100 larvas por concentração