6
dação para a Ciência e Tecnologia
, das
Fundações
Calouste Gulbenkian, Oriente e Friedrich Ebert
e das empresas que desde sempre nos apoiam: Pfizer,
MerckSharp&Dhome, GlaxoSmith and Kline, Sanofi, De-
fiante, Novartis, FHC Farmacêutica, Standard Diagnostics,
Holley-Cotec e Quinta de Cabriz .
Todos nos honram com o vosso apoio e presença.
Estimados participantes
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical é uma Institui-
ção centenária, impar na academia portuguesa.Vocacionado
inicialmente para o estudo, ensino e clínica das doenças tro-
picais, evoluiu recentemente para uma abordagem integrada
que vai desde o nível molecular aos sistemas globais de saú-
de, adotando, sem abandonar a sua vocação tropical, um for-
te empenho na resolução de problemas de saúde que, em to-
dos os continentes, afligem os mais pobres e os excluídos.
No seu ciclo colonial de 72 anos, o Instituto e os seus pro-
fissionais estiveram na linha da frente da investigação das
grandes endemias tropicais, abrangendo a doença do sono,
o paludismo, a bilharziose, as leishmanioses, estudos sobre
vetores e outras doenças endémicas nos trópicos, como as
avitaminoses e a peste. Estas linhas de trabalho continuam
atuais, reforçadas por linhas de investigação sobre tuberculo-
se, diversas viroses mais prevalentes nos trópicos, saúde dos
viajantes e de populações migrantes e sistemas de serviços
de saúde, frequentemente no âmbito de redes e projetos em
parceria, que reforçam a nossa cariz internacional.
A orientação para o reforço de sistemas de saúde, através
do seu trabalho de assessoria técnica a Ministérios da Saú-
de, em Portugal e outros países, inclusive Cabo Verde, que
saúdo na pessoa do seu Diretor Nacional, Dr António Pedro
Delgado, foi reconhecida pela OMS, quando nos atribuiu em
Novembro de 2011, o estatuto de Centro Colaborador para
Políticas e Planeamento da Força deTrabalho em Saúde.
Uma Missão tão abrangente e ambiciosa como a nossa requer
uma grande sensibilidade e abertura aos ventos que vão so-
prando na sociedade.
São iniciativas como este Congresso que nos ajudam a reno-
var a nossa agenda, a amplificar a nossa capacidade de refle-
xão sobre o que fazemos, como fazemos, com quem fazemos
e com que impacto. E quando falo de impacto não me refiro
a impactos bibliométricos, mas na sociedade.A inovação não
se mede por mais conhecimento refletido em publicações
científicas de grande impacto. Mede-se, acima de tudo, pelo
impacto desse conhecimento no progresso das sociedades e
na qualidade de vida de todas as pessoas, traduzindo um im-
perativo de equidade.
Queremos, não só, como diz o nosso lema, “mais saúde nos
Trópicos”, mas também mais prosperidade e equidade. O
Instituto deve contribuir para essa agenda e pedimos-vos,
como cientistas, professores, cidadãos, políticos, empresá-
rios, administradores e profissionais de saúde que nos aju-
dem a encontrar esse caminho como garante da nossa per-
manente relevância.
Quero terminar com uma palavra aos nossos ex-
-alunos e relembrando um dos nossos mais ilustres,
que faleceu há alguns dias: Carlos Graça, de São
Tomé e Príncipe.
Em 1996, depois de ter servido o seu país como co-Fun-
dador do Movimento de Libertação de STP, e como depu-
tado, ministro da saúde e dos assuntos sociais, ministro da
informação, ministro dos desportos, ministro dos negócios
estrangeiros e primeiro-ministro, exila-se em Lisboa. Nas
suas próprias palavras “os quatro anos de autoexílio não fo-
ram só de ócio: aproveitei para testar o meu vigor memori-
zante e efetuei uma pós-graduação em Saúde Internacional.
Consolou-me o fato de rivalizar com médicos mais jovens,
nomeadamente no módulo “Saúde Comunitária e Desenvol-
vimento” em que, com 18 valores, fui o melhor, fazendo-me
lembrar (aos 67 anos) o meu exame de física médica no 1º
ano de medicina (aos 19 anos …) em que obtive a mesma
nota”. Ao reler ontem esta referência ao IHMT na sua au-
tobiografia de 2011, senti-me sancionado na nossa decisão
de, durante este primeiro dia do Congresso, estrearmos a
Associação de Ex-alunos do IHMT. Convido-vos a participar
nessa inauguração.
Dedico este congresso a todos os nossos ex-alunos que,
como Carlos Graça, conseguem sonhar e continuam a lutar
por um mundo melhor para todos. Essa é também a nossa
luta:
a ciência é a nossa arma
.
Bons trabalhos
Sessão Solene