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Materiais e métodos

O presente estudo foi desenvolvido em concordância com o

guia de uso e manipulação de animais laboratoriais da Uni-

versidade de Querétaro, México.

1.

Expressão e purificação de

calreticulina

recombinante

A sequência codificante correspondente á CRT foi obtida

por

PCR

(

Polymerase chain reaction

). As sequências iniciadoras/

Primers

5´-CACC AT GCG GCT TCT CTG CAT TTT G -3

e 5´- CAG TTC TTC GTG CTT GTG GTC -3` foram de-

senhadas usando como modelo a sequência presente no

Gen-

bank

, AY395253. 200 ng cDNA de

R. annulatus

foram uti-

lizados com o kit de PCR Advantage ® 2 PCR polymerase

mix (Clontech). Os produtos de

PCR

positivos foram puri-

ficados usando o kit illustra GFX™ PCR DNA (GE Heal-

thcare, Buckinghamshire, UK) de acordo com as instruções

fornecidas pelo fabricante e posteriormente sequenciadas pela

StabVida (Almada, Portugal) e analisadas. Para a expressão de

rCRT com cauda poli-histidina foi utilizado o kit de expres-

são ChampionTM pET101 directional TOPO® Expression

Kit (Invitrogen Life Technologies). Sumariamente, a sequên-

cia obtida anteriormente por

PCR

foi inserida no plasmídeo

vector pET101/D-TOPO que depois foi utilizado para trans-

formar células

E. coli

OneShot® cells (Invitrogen LifeTechno-

logies).A correcta inserção da sequência de interesse nos plas-

mídeos foi confirmada por sequenciação e o mesmo vector

foi depois usado para transformar células BL21 Star™ (DE3)

One Shot cells (Invitrogen LifeTechnologies).A expressão de

rCRT foi induzida por IPTG (isopropiltiogalactosídeo) numa

concentração final de 0,5 mM.A cultura celular foi lisada por

sonicação e partir da fracção solúvel dos extractos as proteínas

recombinantes foram purificadas por cromatografia de afini-

dade utilizando uma coluna HisTrap HP (GE Healthcare). A

pureza da amostra foi determinada por gel de SDS-PAGE e

a concentração da rCTR foi calculada a partir do método de

Bradford usando BSA (

bovine serum albumin

) como padrão.

2.

Produção de anticorpos policlonais

Murganhos BALB/c de 4-6 semanas foram imunizados in-

traperitonealmente com 20µg de rCRT emulsionada com

adjuvante de Freund incompleto (Sigma-Aldrich) em intervalos

de 3 semanas até ser obtido um título de anticorpo satisfatório.

Depois de 4 imunizações foi colhido sangue da cauda de cada

murganho e o título de anticorpo foi determinado por ELISA

(enzyme-linked immunosorbent assay) indirecta. Depois de

mais uma imunização para impulsionar a produção de anticor-

pos o murganho com melhor resposta imunogénica foi sacrifi-

cado por deslocamento cervical e todo sangue foi colhido. Por

centrifugação o soro foi separado dos restantes compostos san-

guíneos. O soro foi posteriormente utilizado emWestern blot-

ting como anticorpo primário para determinação do reconheci-

mento correcto da rCRT bem como nos ensaios de alimentação

artificial. Soro controlo, proveniente de murganhos imunizados

apenas com PBS foi obtido de igual forma.

3.

Alimentação artificial

Sangue bovino não infectado e infectado por Babesia bigemina

Para obter sangue infectado por

B.bigemina

, um vitelo Holstein de

6 meses foi esplenectomizado e 2 semanas mais tarde foi inocu-

lado intravenosamente com 2x10

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B. bigemina

(estirpe Modelet)

crio-preservada. A infecção foi monitorizada pela temperatura

corporal animal, hematócrito e esfregaços de sangue periférico.

5 a 6 dias depois da inoculação 500 ml de sangue bovino foi reco-

lhido da veia jugular. O sangue não infectado foi obtido de igual

forma de um bovino saudável livre de babesiose e anaplasmose.

Obtenção de carraças R.microplus

As carraças

R. microplus

(cepa Media Joya, CENAPA, México)

utilizadas neste estudo foram produzidas na Universidade de

Querétaro, Mexico. Originalmente estas carraças foram reco-

lhidas de gado naturalmente infestado. Um vitelo de raça Hols-

tein de 3 a 4 meses livre de babesiose e anaplasmose foi utilizado

para obter as fêmeas

R. microplus

. O vitelo foi infestado no dia

zero com 0.5 gramas de larvas

R.microplus

e 20 a 21 dias depois

fêmeas adultas parcialmente alimentadas foram retiradas manu-

almente do vitelo.

Alimentação artificial por tubos capilares

As carraças recuperadas foram limpas, pesadas e fixas sobre uma

bandeja de poliestireno (214 x 114 mm) com ajuda de fita-cola

de dupla face. As fêmeas com peso inferior a 20 mg ou supe-

rior a 60 mg foram rejeitadas bem como as fêmeas com danos no

aparelho bucal. Estes ensaios foram realizados em ambiente con-

trolado a temperatura de 26-28ªC e humidade relativa superior

a 85%. Foram formados grupos experimentais de 15 fêmeas e a

alimentação decorreu por 28h do seguinte modo: Grupo alimen-

tado com sangue bovino, grupo alimentado com sangue bovino

suplementado com soro anti-rCRT, grupo alimentado com san-

gue bovino suplementado de soro controlo. O mesmo desenho

experimental foi utilizado para sangue bovino infectado com

B.

bigemina

.Cerca de 10µl de soro foi oferecido a cada carraça.Tubos

capilares de vidro (75 mm x 1,0 x 1.5 mm) sem anticoagulante

foram cheios com a refeição sanguínea e colocados sobre as peças

bucais das carraças estimulando a alimentação. Os tubos capilares

foram reposicionados e substituídos sempre que necessário ou de

3 em 3 horas. Depois da alimentação as fêmeas foram retiradas

das bandejas de poliestireno, pesadas para determinar ingestão de

sangue e colocadas num tubo eppendorf 2 ml furado na tampa e

mantidas numa incubadora a 27ªC e humidade relativa de 85%

para promover digestão de sangue e oviposição.A 5 carraças por

grupo foi permitida a oviposição, tendo sido determinado o peso

dos ovos.As restantes, 2 a 3 dias depois de terminada a alimenta-

ção, foram utilizadas para extracção de DNA e RNA a fim de de-

terminar níveis de infecção e expressão de CRT.As comparações

de incremento de peso bem como de peso de oviposição foram

realizadas primeiro utilizando a ANOVA sendo que a hipótese

nula proposta é que não existem diferenças significativas no incre-

mento de peso ou oviposição dos grupos, seguida de uma análise

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