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M

ÉTODOS

:

Foi realizado um estudo observacional, longitudinal, transversal e

prospetivo com a inclusao de 31 doentes VIH+ sem infecoes oculares oportunistas,

que iam iniciar ou reiniciar TARc. Apos serem recolhidos alguns dados da historia

clinica, foi feita uma avaliacao oftalmologica completa que incluiu: biomicroscopia do

segmento anterior, acuidade visual com a escala de ETDRS, pressao intra-ocular

com a tonometria de aplanacao de Goldmann, SC com o CSV-1000E, VC com o

Farnsworth-Munsell 100 e perimetria com o programa 24-2 do OctopusR 900. Apos

midríase farmacologica foram realizadas fotografias do segmento posterior,

avaliacao da espessura da camada de fibras nervosas (CFN) e macular com o OCT

Stratus™ e avaliacao da densidade do cristalino e do angulo irido-corneano pelo

PentacamR. Cerca de 9 meses apos o inicio da TARc, foi realizada uma segunda

observacao oftalmológica usando os mesmos metodos. Procuraram-se associacoes

estatisticas entre vários parametros da infecao pelo VIH e a avaliacao oftalmologica.

R

ESULTADOS

:

Na primeira observacao, encontraram-se 15 olhos (24%) com

complicacoes anteriores do VIH, 10 olhos (16%) com retinopatia do VIH, 15 (24%)

com alteracoes vasculares retinianas e 6 (10%) com defeitos na CFN; nenhuma

destas alteracoes estava relacionada com o nivel de linfocitos CD4+ ou carga viral.

A SC, VC e perimetria estavam alteradas em 45%, 68% e 76% dos olhos,

respetivamente.

Encontrou-se uma correlacao positiva entre valores mais elevados de linfocitos T

CD4+ e melhor SC, sobretudo nos 6 e 12 ciclos por grau e no valor soma da SC

(p<0,01). A avaliacao pelo OCT revelou que os doentes com CFN fina tinham

tendencialmente infecao mais antiga, niveis mais baixos de linfocitos CD4+ (p<0,05)

e pior SC (p<0,05).

Foi possivel realizar segunda observacao em 16 doentes (52%). Apos 9 meses de

TARc as alteracoes encontradas na primeira avaliacao mantiveram-se, com

excecao da retinopatia do VIH que regrediu. As alteracoes na SC, VC, perimetria e

na espessura da CFN mantiveram-se; a densidade do cristalino nao se alterou com

a reconstituição imunitaria apos TARc.

C

ONCLUSÕES

:

Foram detetadas alteracoes na avaliacao oftalmologica de doentes

VIH+ sem retinopatia infecciosa e que parecem estar relacionadas com a existencia

de microvasculopatia e disfuncao neurorretiniana associada. A reconstituicao

imunitária com a TARc nao parece levar a uma melhoria desta disfuncao apesar da

recuperacao da imunidade para valores normais.

COSTA, Maria João Barbosa Berhan da (2013) Determinantes sociais

das desigualdades na Saúde dos Portugueses: Estudo ao nível dos

Municípios, Dissertação de Mestrado em Saúde e Desenvolvimento,

IHMT, Lisboa.