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existentes, nomeadamente a procura por hospedeiros alternativos, com
consequências nos padrões de transmissão de malária.
ALBUQUERQUE, Andreia Filipa Ramos Ribeiro de Lemos (2013)
Comportamento biológico “in vitro” de “novas espécies” de
Leishmania no Velho Mundo. Dissertação de Mestrado em Ciências
Biomédicas, IHMT, Lisboa.
As leishmanioses são um grupo de doenças causadas pelo parasita protozoário
Leishmania
sp. Na Bacia mediterrânica,
Leishmania infantum,
é a principal espécie
causadora de leishmaniose visceral, a forma mais severa da doença, sendo
L. major
um dos agentes etiológicos da leishmaniose cutânea. Apesar de se considerar que
estes parasitas têm uma reprodução essencialmente clonal, nos últimos 20 anos
tem vindo a ser descrita a recombinação genética entre diferentes estirpes e
espécies, com ocorrência de híbridos naturais, quer no Velho quer no Novo Mundo.
Recentemente, em Portugal, foram isoladas e identificadas pela primeira vez,
estirpes híbridas de
L. infantum
/
L. major
.
O presente estudo teve como principais objetivos, a pesquisa de “novas espécies”
de
Leishmania
e a análise do comportamento “in vitro” de estirpes parentais e
híbridas de
L. infantum e L. major
.
Numa primeira parte do trabalho efetuou-se a cultura e pesquisa de DNA de
Leishmania
sp., em amostras de sangue medular de 229 cães provenientes de uma
região endémica de Portugal, utilizando diferentes marcadores moleculares (kDNA,
ITS1 e SSU rRNA) e protocolos de PCR. Não foi encontrado DNA de espécies
híbridas, tendo-se no entanto, identificado DNA de
Leishmania
sp. em 45,85%
(105/229) das amostras, incluindo cães sem sinais clínicos.
Na segunda parte do trabalho, realizaram-se diversos ensaios “in vitro” com estirpes
híbridas naturais
L. infantum/L. major
e parentais
L. infantum
e
L. major
. Em
condições normais de crescimento, observou-se um padrão de crescimento distinto
para cada estirpe estudada. Em condições de “stress” oxidativo, destacou-se uma
diferença significativa entre as duas estirpes híbridas estudadas. Em condições de
“stress” nutricional, as estirpes não apresentaram diferenças entre si. Após
avaliação da suscetibilidade das estirpes na presença de Anfotericina B, todas se
mostraram suscetíveis, com concentrações inibitórias (CI
50
) entre 0.21 e 1.15
μg/mL. Após infecção em linhas celulares monocíticas, não se verificaram
diferenças estatisticamente significativas na taxa e intensidade de infeção das
estirpes híbridas em comparação às putativas parentais.
Os resultados obtidos, contribuíram para um melhor conhecimento sobre o
comportamento biológico destas estirpes híbridas naturais
L. infantum/L. major
.
Estas demonstraram um comportamento “in vitro” intermédio, relativamente às
estirpes parentais. Estes resultados poderão servir de base para o desenvolvimento