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Metade dos participantes já ouviram falar na vacinação para os viajantes, tendo
mencionado a vacina contra a “malária”, contra a febre amarela e contra o “dengue”;
Dos indivíduos que viajaram para África metade foi aconselhada a ir a uma consulta
no âmbito da medicina do viajante; Cerca de metade dos participantes não ouviu
falar no Programa Nacional de Vacinação; 78% dos pais ficaram esclarecidos em
relação às vacinas administradas aos filhos, 77% não deixou de vacinar os filhos por
estes terem uma doença aguda ligeira.
Realizaram-se dois grupos focais, um com seis residentes de um bairro carenciado
e outro com oito mães não carenciadas com filhos num colégio privado. Tinham
uma idade média de 35,1 anos, as mães do colégio apresentavam nível de
escolaridades superior, as mães do bairro tinham uma média de 2,7 filhos e as do
colégio de 1,1. De um modo geral, ambos os grupos apresentam conhecimentos e
atitudes semelhantes sobre a vacinação. As diferenças são: todos os filhos de mães
do colégio fizeram a vacina contra o
Streptococcus pneumoniae
e/ou vacina contra
o rotavírus, ao contrario das outras crianças; e a maioria das mães com filhos no
colégio receberam orientações em relação à vacinação através do pediatra,
enquanto as mães do bairro receberam orientações por parte da enfermeira do
centro saúde.
Na sessão de educação para a saúde participaram 10 moradores do bairro da
Cucena, oito do género feminino, a média de idades é de 50,6 anos, cinco
moradores com o 2º ciclo de escolaridade, oito cabo-verdianos, três
desempregados. Algumas das dúvidas levantadas foram: como atuam as vacinas
no nosso corpo? E como se faz a prevenção do paludismo?
As sugestões de estratégias de promoção de vacinação fornecidas pelos seis
profissionais de saúde foram: maior divulgação da necessidade da vacina contra o
tétano nos meios de comunicação social; promover a vacinação nas escolas; e nas
consultas de saúde materna divulgar os benefícios da vacinação.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos permitem contribuir para o desenvolvimento,
planeamento e implementação de políticas e estratégias de promoção de vacinação
nestas comunidades, refletindo as suas necessidades específicas e,
consequentemente, permitir efetivos ganhos em saúde. Tiram-se várias conclusões
deste trabalho de investigação, que podem ser usadas pelos profissionais de saúde
no seu dia-a-dia, nas sessões de educação para a saúde e nos futuros trabalhos de
investigação sobre a vacinação, como por exemplo: as necessidades de
aprendizagem detetadas ao longo do estudo; o medo da injeção, pelo medo da
picada presente na maioria dos indivíduos; a maioria tem a perceção de que estar
vacinado protege a comunidade; a vacinação dos filhos está atualizada, o que
confirma que a moda de não vacinar tem uma dimensão pequena em Portugal; as
doenças ligeiras não foram consideradas contra-indicação para vacinar os filhos; os
conhecimentos e atitudes sobre a vacinação são muito semelhantes entre as mães
do colégio e as mães do bairro, o baixo poder económico destas pode ser
responsável pela não adesão às vacinas extra-Programa Nacional de Vacinação; e
a baixa adesão da população à sessão de educação para a saúde, sugere que esta
não é a melhor estratégia para chegar a estas comunidades.