

53
A n a i s d o I HM T
tornando o sistema de distribuição de eletricidade mais
preciso e econômico
5
.
Para exemplificar um caso de sucesso ligado à saúde pú-
blica pode-se destacar a interatividade dos serviços de
saúde de forma virtual e em tempo real. Portugal vem
implantando o sistema com diversos casos de sucesso,
onde exames são realizados sem a necessidade do pacien-
te ter de retornar ao consultório para obter o resultado,
bem como levá-lo ao médico. Ocorre que após a realiza-
ção do exame, os resultados são enviados eletronicamen-
te para o profissional do serviço de saúde e este, somente
contatará o paciente em caso de alguma anormalidade. Da
mesma forma, os receituários médicos são encaminhados
online
para as farmácias, bastando o paciente apresentar
sua identidade na farmácia para que lhe seja entregue os
medicamentos pertinentes. Já no governo de Singapura,
este unificou seu sistema de saúde em um centro de ge-
renciamento de dados: as consultas médicas e os exames
de todo os cidadãos ficam registrados num prontuário
eletrônico que é atualizado em tempo real. Há até um
programa de bonificação. Se um paciente segue o trata-
mento à risca, ganha pontos que são revertidos em des-
contos nos impostos [4], [26], [41], [42], [42]–[45].
Ao observar o Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, a pre-
feitura criou um centro de controle de emergências utili-
zando
o Big Data
. Nesse sistema, são cruzados milhares de
indicadores diários buscando determinar melhores ações
da polícia e/ou outros serviços públicos.
O Big Data
é real, cada dia mais integrado à sociedade e
em todas as áreas, governos e instituições. Igualmente,
o processo de mapear, conhecer, tratar e disseminar as
informações em favor da sociedade para maior e melhor
qualidade de vida se torna um desafio constante, pois per-
passa a cultura organizacional e a própria cultura de cada
país.
Uma reflexão sobre o
Big Data
na Saúde
e ferramentas da
Web
2.0 aplicados
à doença malária
O
Big Data
permeia todos os setores da ciência e a saú-
de não podia ser diferente. A gama de serviços novos no
âmbito da saúde colaborativa (
Web
2.0) também se apre-
senta sem precedentes na história da humanidade. Pensar
em ferramentas que possam coletar e analisar grandes
conjuntos de dados e prover resultados em tempo real
seja para o paciente quanto para o profissional ou ges-
tor de saúde pública já tem se tornado realidade.Também
chamado de interação do homem-computador e a infor-
mática médica, procura-se através de uma rede multidis-
ciplinar (especialistas da saúde com os da computação)
encontrar novas soluções e uma abordagem orientada a
dados para suas necessidades específicas [33], [46], [46].
Contudo, um dos grandes desafios é adaptar-se à reali-
dade 2.0 diante de um sistema altamente burocrático da
máquina pública, pois, em geral, a inovação no campo da
tecnologia da informação é extremamente mais veloz do
que as ações de mudança no sistema de saúde pública dos
países, em especial dos países periféricos.
Portanto, ao refletir sobre a melhoria da saúde das pessoas
mais pobres no mundo em desenvolvimento, podemos
concluir sobre a necessidade de desenvolver e implantar
muitas variedades de inovações em saúde, incluindo no-
vos medicamentos, vacinas, dispositivos e diagnósticos,
bem como novas técnicas de engenharia de processos e
manufatura, abordagens de gestão, software e políticas
em sistemas e serviços de saúde [47]. Nesse aspecto o
Big Data
não pode ser ignorado. Portanto, mineração de
grande volume de dados a fim de melhor identificar com-
petências sêniores, redes, o estado da arte de determina-
do composto químico-farmacêutico e/ou ações de gestão
pública, se tornam fundamentais para o avanço da ciência
por melhores condições de vida [10], [48].
Considerando algumas ferramentas da
Web
profunda, que
contém grande parte da literatura biomédica do
Big Data
na área da saúde, pode-se visualizar uma base com mais de
65 milhões de trabalhos científicos desde 1953. A base é
a
PubMed
e possui mais de 23 milhões de citações na área
da saúde. Através de uma análise bibliométrica, tratando
o
Big Data
para a doença Malária, pôde-se resgatar uma
grande quantidade de informação, que depois de filtrada,
pode ser utilizada para gestão como: o crescimento em
publicações de malária ao longo do tempo e seus respecti-
vos autores, relações e correlações no tema, a intensidade
dos países ao qual pertencem os cientistas, as tendências
etc.
Outra base que fornece valor agregado à informação por
meio de ferramentas da
Web
2.0, é o
GoPubMed
. No gráfico
1 observa-se a evolução das publicações científicas sobre
Malária em cerca de 40 anos. Conclui-se que o interesse
de pesquisa dobra a cada 20 anos nesta área. Somente na
última década o crescimento foi de 122%.
Conforme mencionado no início do capítulo, existem
70.607 publicações científicas em Malária na base
Pub-
Med
. Considerando o
ranking
de trabalhos dos 20 primei-
ros países que mais atuaram no tema, têm-se os EUA com
25,4%; o Reino Unido (12,5%); Índia (8,3%); França
(7,4%); Austrália (5,2%); Alemanha (4,4%); Tailândia
(4,3%); Brasil (3,3%) etc. A tabela 1 mostra a ordem
crescente dos países, bem como as quantidades de produ-
ções científicas pelos países TOP 20.
3
Documento em inglês sobre inserção na rede global, em
http://www.rfc--editor.org/rfc/rfc801.txt .
4
“Internet Protocol” – número específico que identifica individualmente
cada computador.
5
Informações disponíveis em
www.portaldasaude.pt/;
www.scienceineu-rope.com/;
www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/182/182.pdf; TED Confe-
rences videos –
www.ted.com/