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Introdução
A informação pode ser vista como uma condição para a
sobrevivência, haja vista que a mesma amplia o contexto de
comunicação resgatando e preservando a memória social.
O seu valor é intangível e resiste a todos os mecanismos
de esquecimento e destruição, uma vez que o acervo de
reconstrução informativo permite a avaliação cognitiva e
do conhecimento de uma determinada realidade em ques-
tão [1].
No entanto, no século 21, graças à
Internet
, a velocidade
da geração de informações é sem precedente e inédita no
mundo. Os dados criados são praticamente instantâneos.
A capacidade per-capita tecnológica do mundo para arma-
zenar informações praticamente dobrou a cada 40 meses
desde a década de 1980. A partir de 2012, todos os dias
2,5 quintilhões (2,5 × 10
18
) bytes de dados são criados [2].
Esse fenômeno crescente de dados é denominado
Big Data
[3], [4].
Uma vez estabelecida a proliferação de dados e informação
por meio da
Internet
e através do fluxo de informações e não
existindo restrições quanto à distância e a disponibilidade,
a grande questão que surge é a capacidade de triagem, in-
terpretação e conversão desse volume de informação exis-
tente. A necessidade de identificar e analisar a quantidade
de informação de uma determinada área (científica ou tec-
nológica) e o seu estado da arte com respectivas correla-
ções se tornou um trabalho árduo.
Desta forma a gama de dados diários lançados na
Web
, tem
levado ao treinamento constante de profissionais de todas
as áreas. Novas atividades têm aparecido, como a do
Data
scientist
– aquele que busca continuamente a melhor forma
de lidar com o fenômeno do
Big Data
. O termo
Big Data
foi consolidado no meio científico, devido ao conjunto de
soluções tecnológicas capazes de lidar com a acumulação
contínua de dados que estão pouco estruturados e são cap-
turados de diversas fontes. Eles se apresentam na ordem
de petabytes, ou seja; quatrilhões de bytes de dados arma-
zenados. É desafiador lidar com esses números tanto para
realização de projetos científicos quanto para empresas ou
organizações de qualquer ramo de negócio [2].
No âmbito institucional, tomar decisões sem acesso à in-
formação adequada leva a decisões imprecisas e por vezes
desastrosas. As decisões baseadas em fatos e em uma in-
formação confiável são mais propensas a gerar bons re-
sultados dando aos tomadores de decisão subsídios para
enfrentarem os desafios do cotidiano. A informação ade-
quada e em tempo hábil, desenvolve estratégias eficazes
e age de forma proativa. Essa ação pode ser chamada de
estratégia competitiva quando envolve a abordagem do
negócio como o desenvolvimento tecnológico – patentes
por exemplo, o que maximiza o valor das capacidades da
organização em distinguir a empresa de seus concorren-
tes [5].
Desafios para a ciência:
a saúde pública em questão
Assim como para o Governo, Academia e as empresas, o
estudo de qualquer área científica, como a saúde pública,
por exemplo, leva ao gerenciamento de grandes volumes de
dados quando se pretende obter uma visualização científica
consistente para a tomada de decisão dos seus gestores. Um
exemplo na área de saúde pública pode ser visualizado na
figura 1, onde é demonstrado o monitoramento, em tempo
real, sobre ameaças de saúde pública de forma global, através
de notícias e surtos em andamento, alertas por país e respec-
tiva significância internacional.
Cabe destacar que os dados mostrados pelo
Healthmap,
são
interativos e reúnem informações de mais de 100 doenças,
aquelas que mais foram comentadas e sobre as quais alertas
foram publicados em determinado período (dia, semana ou
mês).As doenças escolhidas para monitoramento, do
Health-
map
acima, baseiam-se no elenco das consideradas prioritá-
rias pela Organização Mundial da Saúde (OMS). São colhidas
e tratadas por motores de busca aplicados a bancos de dados
científicos, reportagens, ou outros meios de publicação e di-
fusão de informações.
Em relação à figura 1, ressalta-se que, quanto maior o tama-
nho do círculo, maior o número de “alertas” e quantidades
(números) geradas sobre determinada doença. Clicando em
cada círculo, é possível resgatar os respectivos documentos,
onde o alerta foi publicado, bem como identificar a localiza-
ção geográfica do “alerta”.
Esta ferramenta mostrou-se eficaz quando do surto em vá-
rios locais da gripe H1N1, quando foi possível identificar ra-
pidamente focos dos surtos. Baseado nesses dados, o poder
público pode atuar de forma eficaz para controlar e evitar
uma pandemia global. Haja vista que ações tradicionais de
notificações médicas e análises de saúde pública levariam
meses para uma intervenção no caso. O monitoramento
on time
proporciona uma revolução na área de prevenção e
ações de saúde pública [6].
É de se notar que a ciência intensiva em dados e informação
não é nova, mas a escala com a qual ela se apresenta atual-
mente, em qualquer tipo de tema é exponencial, em especial,
considerando suas correlações em um contexto globalizado.
Exige, portanto, novas ferramentas de extração, análise e tra-
tamento informacional. Uma abordagem que tem possibilita-
do a realização desta atividade é o da Ciência da Informação,
que por ter foco em informação, possibilita a interface multi-
disciplinar com diversas áreas, inclusive o da saúde.
Os desafios para a área da saúde sempre estiveram na agenda
da comunidade científica e tecnológica. Nesse sentido, com
o advento da revolução da tecnologia da informação no sécu-
lo XXI, a cooperação multidisciplinar é crucial para garantir
o avanço na ciência em todas as áreas. A área de saúde apre-
senta interfaces com várias áreas do conhecimento, entre
elas a química e a dos fármacos/drogas.
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